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Na Casa NanBan há sushi e uma lição de história

Escrito por
Inês Garcia
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O período de trocas comerciais nanban marcou a chegada dos primeiros europeus ao Japão, em 1543. Eram portugueses e levaram, entre outras coisas, a tempura, os fios de ovos, o açúcar refinado. A família Ghira e o chef Marcelo Salvador estudaram este período e criaram um menu que traduz estas trocas gastronómicas. Bem-vindos à Casa NanBan, novo restaurante japonês no Marquês de Pombal.

A base é a cozinha tradicional japonesa, explica Gonçalo Ghira, mas Marcelo, o chef responsável – que começou a sua carreira no Brasil, esteve na embaixada japonesa no Uruguai, onde trabalhou os cortes mais tradicionais e em Portugal esteve no Yakuza – criou propostas originais, sem desvirtuar a essência desta gastronomia. A carta começa com as entradas mais clássicas, como as gyosas (5 unidades/6€) ou a sopa miso (3€) mas tem também espetadas de vieira e camarão selvagem em beringela (14€) e tártaro de carapau com gengibre e cebolinho (7€), tudo feito com peixe fresco da costa portuguesa.

Casa Nanban

Fotografia: Manuel Manso

O rolo okazaki, o nome de um samurai da altura, é um dos especiais, com folha de pepino doce, salmão, tempura de camarão, atum, horenzo (a folha de espinafres japonesa) e ovas tobiko (14€), assim como o nanban maki, um rolo de omelete trufada com arroz, salmão, atum, camarão, ovas e queijo da serra (14€).

Depois há os gunkans especiais: do de carne, feito com picanha de wagyu, foie gras e cebola confitada (duas unidades/10€) ao de carabineiro, que ainda não está na carta, com espargos verdes, dourada com lima, ovas tobiko e alga kombu. O João III, com caranguejo real, ovo de codorniz em miso e ovas, faz a alusão precisamente ao reinado de João III, durante o qual os portugueses chegaram ao Japão através da ilha Tanegashimi. Todos os meses será introduzido um prato ou uma maneira de trabalhar a matéria-prima diferente.

Casa Nanban

Fotografia: Manuel Manso

Gonçalo, responsável pela sala, faz questão de ir às mesas servir e contar um bocadinho da história e das figuras deste período. Outra maneira de fazer a viagem é através dos combinados do chef: o “nanban” é uma degustação em que fica nas mãos de quem percebe do assunto (40 unidades/75€), o “descobrimentos” tem duas peças de cinco gunkans diferentes (10 unidades/50€).

fotografia: Manuel Manso

A própria decoração da Casa NanBan tenta mostrar essa dualidade entre Japão e Portugal: o restaurante fica numa antiga casa de peles, tem um pé direito alto e traça antiga mas as luzes estão baixas, a decoração é em tons de vermelho e preto com pinturas e frisos japoneses e há um jardim interior no meio das duas salas, “por causa da questão do equilíbrio, muito importante para os japoneses”, reforça Gonçalo. 

Rua Rodrigues Sampaio, 162 (Marquês de Pombal). 21 821 1660. Ter-Sáb 12.30-15.00/19.30-23.00

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