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Os entorses não seriam incomuns nos desportistas habituais mas poucos atentos do Parque Silva Porto, também conhecido como Mata de Benfica. Pavimentos "degradados" e muitas "irregularidades" no piso, fruto do desgaste de anos sem manutenção, tornaram a circulação no parque mais difícil e menos segura, fazendo-se urgente uma "intervenção de revitalização", como se pode ler no estúdio prévio para a recuperação do espaço, de 2023, consultado pela Time Out.
No final de Maio, uma parte do percurso (mais de 1200 metros, ficando o restante como estava) foi recuperada e pintada, com vista a melhorar as condições do parque para a caminhada e a corrida, mas também a aumentar "a acessibilidade e mobilidade da zona de 'baixo' à zona de 'cima' da freguesia, por via pedonal", sublinha a Junta de Freguesia.

Aproveitou-se, ainda, para melhorar a drenagem de águas, tudo ao abrigo de um contrato de delegação de competências com a Câmara de Lisboa e sob o investimento de 250 mil euros. No espaço de dois anos, esta é a segunda intervenção com visibilidade no espaço, depois da reabilitação dos portões e gradeamento do parque, originais de 1911.
Uma ex-casa de banho para tomar o pequeno-almoço
Não mais necessário mas seguramente mais particular é a conversão das antigas casas de banho públicas do parque – onde figuram painéis de azulejos Arte Nova da autoria de Jorge Pinto (1916) – numa cafetaria. O bosq Silva Porto (a marca tem outros dois quiosques em Lisboa, em Monsanto e no Parque Bensaúde, também zonas florestais) abriu em Abril, após a requalificação do espaço e o concurso público lançado pela Junta de Freguesia de Benfica.

Com a clássica torrada e o croquete, a oferta estende-se a bagels, bowls de açaí, iogurte ou pitaya com maracujá, guacamole com nachos, panquecas, chás gelados, vinhos, aperitivos, smoothies e sumos naturais. "Somos frequentadores de espaços deste género, verdes, calmos, para onde se possa trazer um computador para trabalhar", explica à Time Out Filipa Barroso, que fundou o espaço com o companheiro, Daniel Martins. A escolha também assenta, para haver coerência, em "produtos de qualidade, saudáveis, o mais longe possível dos processados", afirma a empreendedora.

E quem precisa de uma casa de banho no parque? Fica sem acesso? "Esse foi um dos pedidos da Junta de Freguesia, que as instalações sanitárias do quiosque pudessem ser usadas pelos utilizadores do parque", mesmo que não consumam produtos da cafetaria, responde Filipa Barroso.