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Nikkei: o Vela Latina chegou ao Peru

Escrito por
Inês Garcia
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O ar clássico foi de vela, há uma nova decoração e um restaurante de cozinha nikkei. Fomos conhecer a nova vida do Vela Latina. 

Entrar no Vela Latina é agora uma experiência inteiramente nova. Há um bar à entrada, com cocktails de todo o mundo e um foco especial nos peruanos, e duas portas: uma leva-o ao restaurante de sempre, com uma carta segura mas uma decoração e um ambiente totalmente diferentes do anterior espaço; outra dá acesso a um novo projecto, o Nikkei, um restaurante com uma cozinha influenciada pela comunidade de imigrantes japoneses no Peru.

“Já temos o sushi da Confraria há 10 anos e achámos que a cozinha nikkei era uma evolução natural. Não fugimos da nossa base, que é o peixe, o cru, e exploramos novos pratos, essencialmente quentes”, explica Viviane Leote, que em conjunto com Jorge Leote é uma das novas sócias do Vela Latina. O primeiro teste desta cozinha nikkei foi com o Waka, o espaço em Cascais que abriram em 2016, e que agora fizeram crescer no antigo bar doVela Latina: na carta, elaborada em conjunto com dois chefs peruanos, têm quatro ceviches, cinco tiraditos, quatro causitas, três pratos quentes especiais, combinações de sushi nikkei, e sobremesas peruanas.

Nikkei
Ceviche de Salmão
Fotografia: Manuel Manso

O ceviche mais tradicional é o waka, com mistura de mariscos, peixe branco, leite de tigre e batata doce (12,90€), mas há o andino, com salmão, manga, cebola roxa, molho cítrico, quinoa para dar alguma crocância e esferificações de licor amaretto (12,90€), o de aji amarillo ou o nikkei, com atum e molho defumado com shiso (13,90€). Os tiraditos, cortados de forma semelhante ao sashimi e com um aspecto parecido ao carpaccio mas com um molho, existem de peixe branco (9,90€), salmão (7,90€) ou vieiras (19,90€). E as causas, um dos mais tradicionais pratos peruanos, feito com massa de batata e pimento amarelo, existem de salmão, polvo, caranguejo ou atum (6,90€). 

Causas de polvo, atum e salmão
Fotografia: Manuel Manso

“Trouxemos, também, um bocadinho da cozinha de rua peruana, como os ribs”, diz Viviane. Entre os pratos quentes há ainda uma massa japonesa com molho huancayna (feito com pimento amarelo) e camarão (13,90€) ou o pato com cebola caramelizada que acompanha com tempura de banana e puré de batata (19,90€). Nenhuma refeição fica completa sem um prato de churros caseiros, com gelado de baunilha e duas tacinhas com doce de leite e chocolate negro para os mergulhar (5,90€).

No restaurante, com uma decoração toda pensada por Viviane, há ainda um balcão comprido, com lugares, onde é feito todo o sushi à frente dos clientes. Lá para a Primavera haverá uma esplanada – que aumenta a capacidade do espaço de 56 para 130 – e um barco a pender do tecto.

Como nasceu o novo Vela Latina

Fotografia: Arlindo Camacho

O icónico espaço, aberto desde 1988 na Doca do Bom Sucesso esteve fechado três meses este Verão para reabrir em Setembro de cara lavada. A culpa do extreme makeover é da nova sociedade: Viviane e Jorge Leote, da Confraria, compraram 50% do restaurante a Salvador Machaz, que herdou o restaurante do pai.

A história e a essência mantém-se toda lá, mas a decoração mudou praticamente toda – tem agora paredes com um verde esmeralda, quadros com animais estampados e muitas plantas –, abriram um espaço comum, o bar, à entrada, e o restaurante peruano. Mantém o chef do restaurante, Benjamim Vilaça, à frente da cozinha desde o início, e a cafetaria. “Sempre nos disseram que o Vela Latina era um porto seguro em termos de gastronomia”, disse Salvador Machaz à Time Out, na reabertura. Por isso continua a encontrar os filetes de pescada com risotto de alcachofras (22,50€), dos fígados de aves em tarte de maçã (19,50€) ou do arroz de coentros e lagosta (37€). Agora há, porém, pratos para dividir e novas sugestões, com preços mais acessíveis, do camarão al ajillo e coentros (11€) ao atum e sashimi braseado.

“O nosso maior desafio era pôr o restaurante a funcionar à noite e já foi superado. A nossa clientela diversificou muito”, diz Viviane Leote, lembrando que a casa antes fechada ao domingo e agora é um dos dias fortes.

Aos fins-de-semana há um DJ a pôr música no bar – a ideia é a pessoa que vem jantar fora a Belém não precisar de mudar de espaço para dar um pezinho de dança.

Doca do Bom Sucesso (Belém). 21 301 7118. Seg-Dom 12.00-15.00/19.00-23.00

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