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Orteá
Mariana Valle Lima

O Botanista é agora o Orteá e ganhou uma mercearia, uma queijaria e até um bistro

Catarina Gonçalves quis melhorar a oferta do seu jardim, acrescentando-lhe novas vidas, mas mantendo a sua essência. O resultado é um 5 em 1 totalmente vegan.

Teresa David
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Teresa David
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Primeiro estranha-se, depois entranha-se. É verdade que a comida vegan demorou a conquistar-nos, mas a julgar pelas novas ofertas gastronómicas da cidade parece estar a cativar até os mais carnívoros. Em 2018, O Botanista, no Cais do Sodré, deu nas vistas, talvez pela vasta carta sem ingredientes de origem animal, mas bem variada e temperada, talvez pela decoração instagramável e a puxar para o zen, carregadinha de plantas. Seja como for, consta que desde o início do projecto o plano era mais ambicioso, e em meados de Outubro o espaço assumiu-se como Orteá – Vegan Collective (chama-se assim por lembrar uma horta grande, onde se semeiam várias ideias). 

Orteá
Mariana Valle Lima

Agora, além de restaurante, é uma mercearia, uma queijaria, uma oficina de ​​kombuchas e, brevemente, um bistro. “O Botanista já foi criado com esta intenção de crescer, de não ser apenas um restaurante, mas poder agregar outros projectos”, revela a responsável pelo Orteá e também pelo 26, outro restaurante vegan no Chiado, Catarina Gonçalves. Apesar das novas vidas, o espaço quer manter a sua essência e continua a ser 100 por cento vegan. O objectivo não é mudar, sublinha Catarina, é “melhorar a oferta”.

Assim, este renascimento não provocou alterações de maior na ementa do restaurante, que continua a ser adaptada à mudança das estações. Nos pratos principais, o amuleto (15€), que é um tofu marinado com velouté de batata doce, abriga-nos do frio e, nas sobremesas, o chamado pequeno bosque (5,5€), que é uma mousse de chocolate, e o coração ainda bate (6€), um brownie com gelado, fazem as delícias dos mais gulosos. 

Orteá
Mariana Valle Lima

Antes de tudo isto, há entradas na carta — como o nude by Eva (18€) ou a bruschetta Marie Antoinete (7€) — que nos dão a conhecer os queijos artesanais vegan, com base de caju fermentado, da Eva, uma marca idealizada pela própria Catarina durante o primeiro confinamento, e que está também disponível para venda na mercearia Pistácio. Para já, há queijo de pinhão e ervas, de paprika fumada e de tomate seco com sésamo (8,5€).

“Os queijos Eva são uma marca que eu criei na pandemia. Eva é o nome da minha mãe. Os queijos foram testados primeiro e quando começaram a funcionar bem foram sendo incluídos na carta dos dois restaurantes: Orteá e 26. As pessoas gostaram e começaram a comprar. Então agora temos produção, não só das cartas, mas também de venda ao público”, explica a proprietária. 

Orteá
Mariana Valle Lima

Igualmente à venda na mercearia e incluídas na carta estão as kombuchas da marca Era, feitas de forma artesanal no espaço do Orteá. “As kombuchas são um mini-projecto que também acontece aqui no restaurante, mas que tem uma pessoa responsável, Catarina Simões, porque requer muito conhecimento e é um produto muito específico. Ela desenvolveu a receita. Foi mais uma marca que apareceu, começou a ser produzida aqui, pusemos à venda no restaurante, vimos a aceitação das pessoas, e chega um momento em que ela já está pronta”, conta Catarina Gonçalves.

Na Pistácio, que fica no piso de cima do restaurante, além dos queijos e das kombuchas, são várias as opções a granel disponíveis e muitas chegam de pequenos produtores locais. Há ainda kits de cultivo de cogumelos da NÃM e uma zona de produtos de cosmética vegan.

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Mariana Valle Lima

O plano é abrir, muito em breve, um bistro nesta zona para servir os produtos da mercearia. “Apetecia mesmo anexar um bistro. Porque os produtos são de muito boa qualidade na mercearia, são locais, são artesanais, são de pequenos produtores, temos imensos queijos que não são os nossos. Quero muito pegar nestes produtos de grande qualidade e criar uma carta para servir no bistro”, confessa a responsável. Está tudo pronto para a abertura deste bistro, que estava marcada para este mês, mas por causa do estado da pandemia Catarina decidiu adiar a data. 

Para o futuro, Catarina admite ter “algumas coisas em vista, mas ainda é segredo”. Para já, quer “que este projecto seja consistente e não par de inovar. Por exemplo, as kombuchas terem novos sabores, os queijos passarem a ter novos sabores também. Esta cozinha é muito inventiva”, remata a dona.

Rua Dom Luís I, 19 (Cais do Sodré). Seg-Sex 12.00-23.00. Sáb-Dom 11.00-23.00.

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