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O Instagram de Raquel Tillo Clayton veste-se de Gayla no sábado

O novo talent show do Instagram foi criado por Raquel Tillo Clayton e tem Inês Aires Pereira, Manuel Moreira e Rui Maria Pêgo no júri.

Escrito por
Clara Silva
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Já recolheu donativos para a União Audiovisual, ajudou a ILGA Portugal e promete colaborar com mais associações enquanto durar – não se sabe é até quando. A Gayla, um talent show em directo do Instagram de Raquel Tillo Clayton, surgiu em Fevereiro, neste último confinamento, como uma forma de passar o tempo de quem estava “a apanhar seca em casa”, conta a actriz.

A viver entre Lisboa e Nova Iorque (é do outro lado do oceano que a apanhamos), Raquel fez parte do elenco de Avenida Q nesta última temporada, ao lado dos actores e amigos Inês Aires Pereira, Manuel Moreira e Rui Maria Pêgo. Foi com eles que decidiu criar a Gayla, a caminho da terceira edição, já no próximo sábado às 22.00 – uma brincadeira de Instagram de duas em duas semanas, que entretanto ganhou outras proporções (chegou a ter nove mil pessoas em directo) e um cariz solidário.

Em sua casa, Raquel apresenta o concurso vestida a rigor – com direito a bailarinas, as suas duas melhores amigas – e recebe os jurados (Inês, Manuel e Rui) e os concorrentes, que vão mostrando no ecrã as suas pouco convencionais habilidades, com todas as imprevisibilidades tecnológicas de um directo de Instagram. Depois disso, o júri dá a sua pontuação, escrita, por exemplo, a batom na barriga de um rapaz em tronco nu, e no final há prémios para os vencedores – como uma viagem para dois à Madeira.

“Pedimos às pessoas para nos enviarem os seus talentos e quando começámos a recebê-los percebemos que isto ia ter bastante piada”, descreve Raquel. O nome do concurso foi inspirado na maneira “meio snob” como nos Estados Unidos pronunciam gala. “Lembrei-me disso, somos todos LGBTQ, ‘bora fazer uma Gayla.”

Além de ser um bom entretenimento para o confinamento, é também uma maneira de celebrar a comunidade LGBT de uma forma “casual, leve e divertida”, diz a actriz à Time Out. E dar-lhe “mais visibilidade”. A ideia da Gayla é ser inclusiva, mas não apenas aberta a pessoas queer, sublinha Raquel. As inscrições começam na semana anterior à Gayla e os participantes podem enviar vídeos dos seus talentos por mensagem privada para a actriz, que faz uma pré-selecção de seis participantes.

“O Instagram tem péssima qualidade de som. Recebo muitos cantores incríveis e às vezes não se ouve tão bem e tenho pena”, comenta. “Mas os meus preferidos são os talentos doidos, tipo uma rapariga que tocou flauta com o nariz e que tinha a avó atrás ou outra que fazia bolhas com cuspo. Adoro esse tipo de parvoíces divertidas.”

No final, há uma actuação de um músico convidado, por exemplo Tiago Nacarato ou Agir, enquanto o público decide o vencedor final da noite. “Temos feito isto por instinto”, confessa Raquel, que não consegue precisar até quando poderá durar a Gayla. Para já, estão a divertir-se e a ajudar quem precisa, da União Audiovisual à ILGA. “Somos todos actores e sabemos que há pessoas nas nossas equipas que nesta altura não têm sustento.” Quanto à ILGA, irá usar o dinheiro recolhido no directo para “melhorar o centro LGBTQ de ajuda a jovens”.

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