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Os Gay Games continuam, agora em Lisboa

Escrito por
Clara Silva
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Portugal foi pela primeira vez aos Gay Games, com 35 atletas, e trouxe para casa 11 medalhas. Fora de Paris, os treinos continuam em Setembro em Lisboa. Pode ser que ainda vá a tempo de competir em 2022 em Hong Kong.

Afinal o que são os Gay Games? É provável que a competição lhe tenha passado ao lado, tão depressa quanto a velocidade destes atletas – por exemplo, a de Pedro Ferraz, que ganhou a medalha de Ouro dos 4x400 metros de atletismo. Ou de Mariane Valencio, também Ouro nos 100 metros livres de natação. Os Jogos Olímpicos LGBT+, como costumam chamar à competição, terminaram no dia 12 de Agosto e quem quis acompanhar teve de procurar alternativas nas redes sociais, como os directos de Facebook da página da associação Boys Just Wanna Have Fun, onde foi transmitida a meia-final do campeonato de ténis (com Nathan Mertz, que conseguiu a medalha de Prata para Portugal).

Esta foi a primeira participação portuguesa nos Gay Games, com uma comitiva organizada pela Boys Just Wanna Have Fun (BJWHF), associação sem fins lucrativos cujo principal objectivo é a inclusão através do desporto, independentemente da orientação sexual, cor da pele ou religião. Ao todo foram a Paris 35 atletas de Portugal, que se juntaram aos 10.300 atletas de 91 países para competir em 36 modalidades.

Feitas as contas, a participação portuguesa foi um sucesso: 11 medalhas em modalidades como o atletismo (Ouro para Pedro Ferraz), a natação (nove medalhas para Mariane Valencio, Jonas Grancha, Álvaro Cardoso, João Boavida e Miguel Patrício) e o ténis (Prata para Nathan Mertz).

Os Gay Games começaram em São Francisco em 1982 e acontecem de quatro em quatro anos. Pretendem “combater a discriminação e defender o direito de envolvimento no desporto, política e cultura, independentemente da orientação sexual, género, religião, idade, origem étnica, inclinação política ou habilidade artística/desportiva”, explica a BJWHF. A competição foi uma ideia do atleta norte-americano Tom Waddell e teve inicialmente o nome de Gay Olympics, mas poucas semanas antes de começar o Comité Olímpico dos Estados Unidos processou-o por se apropriar da palavra “Olympics”. Aí surgiu o nome que se mantém até hoje.

As semelhanças com os Jogos Olímpicos são óbvias e os Gay Games até têm a sua própria chama olímpica. Desde 1982, é o evento desportivo mais importante para a comunidade LGBT+ e até conta com a participação de atletas de países onde a homossexualidade ainda é considerada crime.

Em 2022 os jogos voltam, e desta vez acontecem em Hong Kong. Até lá é treinar para que “Portugal possa melhorar os resultados agora alcançados, levando uma comitiva ainda maior e mais diversa”, diz a BJWHF. A associação, com sede em Lisboa, tem seis equipas inclusivas, de seis modalidades diferentes: Dark Horses Rugby, Lisbon Crows Volleyball, Lisboa Poolboys Swim Team, Lisbon Foxes – Football Team, Tango4Fun e a equipa de Corrida BJWHF.

No início de cada ano lectivo costumam organizar treinos abertos para procurar novos atletas e no site têm um formulário de inscrição com informação sobre quotas e locais de treinos. O tango argentino (no Castro Beer, no Cais do Sodré) e o futebol (na Graça) recomeçam no início de Setembro e as inscrições já estão abertas.

Se não quer treinar mas quer ajudar, a associação aceita donativos, vende merchandising e tem um belíssimo calendário anual com imagens do fotógrafo Lisboeta Italiano, o nome artístico de André Miguel, da equipa de rugby Dark Horses, inspiradas em artistas como Tom of Finland.

Boys Just Wanna Have Fun, bjwhf.weebly.com + info e inscrições para info@bjwhf.org

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