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Nos 12 meses de 2024, foram 1096 as horas em que se registaram perturbações na circulação do metro, em Lisboa. Somadas às 425 horas registadas durante o primeiro semestre deste ano, chega-se a um total de 1521 horas de circulação com pausas e irregularidades, no período de um ano meio. A contabilização é feita pelo jornal Público, com base nos dados agregados do site perturbacoes.pt, e, "no essencial", é "confirmada pelo metropolitano, embora existam discrepâncias assinaláveis na análise de quais as linhas mais afectadas", escreve o mesmo meio de comunicação. Apurando as contas, o resultado é de uma média diária de 2,778 horas com anomalias (o serviço opera 18,5 horas por dia), nas quatro linhas da rede.
Ao traçar um historial para cada mês, o mesmo órgão conclui que a Linha Amarela (entre o Rato e Odivelas) terá acumulado 609 horas de perturbações entre Janeiro de 2024 e Junho de 2025. Porém, ao mesmo jornal a empresa Metropolitano de Lisboa (ML) contrapôs que, no mesmo período, "foi na Linha Azul que se registou a maior incidência de ocorrências com impacto na operação, reflectindo-se no maior número de horas de perturbações e de interrupção de serviço”.
Por que falha tanto o metro?
A "falta de material circulante", "o provável absentismo de alguns maquinistas" e "falhas no sistema de sinalização e controlo" poderão servir de explicações às perturbações na circulação do metro, de acordo com Filipe Moura, professor de Mobilidade e Transportes do Instituto Superior Técnico, também contactado pelo Público. Ainda assim, "estas acumulações de atrasos são incompreensíveis e difíceis de aceitar para uma rede de metro, que deve constituir-se como a coluna vertebral de todo o sistema de transporte público de uma cidade com a dimensão de Lisboa e da sua área metropolitana", reconhece o também investigador.
A empresa Metropolitano de Lisboa sublinha tanto o facto de existirem "distintos níveis de impacto" nas diferentes perturbações detectadas, como ainda que as 1096 horas de perturbações registadas em 2024 representam "cerca de 4% do tempo real de operação da rede" (nas contas da Time Out, circulando o metro 18,5 horas por dia e tendo 2024 tido 366 dias, as 1096 horas de falhas representariam quase 16,2% do tempo real de circulação).
As principais causas das interrupções reportadas pela ML foram as avarias no sistema de sinalização, os incidentes com passageiros e os problemas no material circulante. Quanto ao primeiro semestre deste ano, a organização sublinha que "cerca de 28% do total das perturbações e interrupções registadas nesse período foram motivadas por factores externos". A empresa diz ainda estar a investir num novo sistema de sinalização, "sendo expectável que a sua entrada plena em operação resulte numa melhoria significativa da eficácia". O sistema deverá estar a funcionar na Linha Azul ainda este ano.
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