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Esta quinta-feira, 29 de Maio, dois ponteiros históricos regressaram a casa, isto é, ao relógio do Arco da Rua Augusta. Retirados há cerca de três meses do local com a ajuda de uma grua e do Regimento de Sapadores de Bombeiros de Lisboa, foram restaurados e, agora, este é "um relógio para durar décadas", sempre a funcionar, assegura Hermínio Nunes, o relojoeiro responsável pela intervenção.
Para realizar a operação, foi preciso levar os ponteiros – o dos minutos mede 2,60 metros e o das horas 2,2 metros – para a oficina do relojoeiro, na Marinha Grande, onde foram desmontados. "O alumínio foi completamente substituído. Estava em muito mau estado, porque é um elemento poroso", explica o responsável por telefone, à Time Out, indicando a humidade vinda do rio Tejo como factor de desgaste. "Há dois ou três anos, soltou-se um pedaço de alumínio e uma turista foi entregá-lo", conta ainda Hermínio Nunes, demonstrando o estado de conservação da estrutura.

Além da substituição integral do alumínio (os ponteiros são em cobre, mas contam com um reforço de alumínio), também o cobre em falta foi recolocado, "como no original". Nos últimos anos, a estrutura havia sofrido adulterações, como a substituição de alguns pedaços de cobre por ferro.
Um relógio de humores
Nem sempre, no entanto, o relógio do Arco da Rua Augusta funcionou à altura da encomenda. O aparelho – que chegou a esta rua central da Baixa na década de 1930 e teve, inclusive, um mecanismo de sirenes pronto a avisar a cidade em caso de bombardeamento (a preocupação vinha no contexto da II Guerra Mundial) –, foi imparável durante décadas. Mas, a partir de 2007, ano em que foi submetido a um restauro que "correu muitíssimo mal" e que custou ao Estado mais de 30 mil euros, vieram as paragens e os soluços. Sem dar horas durante longos períodos, a incerteza ficou-lhe associada.

"Coloquei o relógio a funcionar em 2013", a pedido de António Costa, então presidente da Câmara, relata o relojoeiro da Marinha Grande, que tem mais de 100 restauros monumentais no currículo, do Palácio da Pena a Santiago de Compostela, até Itália e Alemanha.
O Arco da Rua Augusta é visitável desde 2013. A história do monumento está em exposição na Sala do Relógio.
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