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Restaurados, ponteiros do relógio do Arco da Rua Augusta voltam a girar

Ponteiros foram retirados há cerca de três meses do local e levados para restauro. Falámos com o mestre relojoeiro.

Rute Barbedo
Escrito por
Rute Barbedo
Jornalista
Relógio do Arco da Rua Augusta, antes do restauro
DR (via Lisboa Story Centre) | Relógio do Arco da Rua Augusta, antes do restauro
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Esta quinta-feira, 29 de Maio, dois ponteiros históricos regressaram a casa, isto é, ao relógio do Arco da Rua Augusta. Retirados há cerca de três meses do local com a ajuda de uma grua e do Regimento de Sapadores de Bombeiros de Lisboa, foram restaurados e, agora, este é "um relógio para durar décadas", sempre a funcionar, assegura Hermínio Nunes, o relojoeiro responsável pela intervenção.

Para realizar a operação, foi preciso levar os ponteiros o dos minutos mede 2,60 metros e o das horas 2,2 metros – para a oficina do relojoeiro, na Marinha Grande, onde foram desmontados. "O alumínio foi completamente substituído. Estava em muito mau estado, porque é um elemento poroso", explica o responsável por telefone, à Time Out, indicando a humidade vinda do rio Tejo como factor de desgaste. "Há dois ou três anos, soltou-se um pedaço de alumínio e uma turista foi entregá-lo", conta ainda Hermínio Nunes, demonstrando o estado de conservação da estrutura.

Recolocação do relógio
Nuno Filipe Garrido (via Facebook)Recolocação do relógio

Além da substituição integral do alumínio (os ponteiros são em cobre, mas contam com um reforço de alumínio), também o cobre em falta foi recolocado, "como no original". Nos últimos anos, a estrutura havia sofrido adulterações, como a substituição de alguns pedaços de cobre por ferro.

Um relógio de humores

Nem sempre, no entanto, o relógio do Arco da Rua Augusta funcionou à altura da encomenda. O aparelho – que chegou a esta rua central da Baixa na década de 1930 e teve, inclusive, um mecanismo de sirenes pronto a avisar a cidade em caso de bombardeamento (a preocupação vinha no contexto da II Guerra Mundial) –, foi imparável durante décadas. Mas, a partir de 2007, ano em que foi submetido a um restauro que "correu muitíssimo mal" e que custou ao Estado mais de 30 mil euros, vieram as paragens e os soluços. Sem dar horas durante longos períodos, a incerteza ficou-lhe associada.

Rua Augusta
Arlindo CamachoRua Augusta

"Coloquei o relógio a funcionar em 2013", a pedido de António Costa, então presidente da Câmara, relata o relojoeiro da Marinha Grande, que tem mais de 100 restauros monumentais no currículo, do Palácio da Pena a Santiago de Compostela, até Itália e Alemanha.

O Arco da Rua Augusta é visitável desde 2013. A história do monumento está em exposição na Sala do Relógio.

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