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O espaço pertence a quatro sócios e – surpresa das surpresas – nenhum se chama Amadeu. Abriu no início do ano e convida vizinhos e visitantes (o Teatro Maria Matos fica mesmo ali ao lado) a aproveitar os finais de tarde e noites de Verão. Não é um restaurante, mas sim uma paragem de copos e petiscos, com toda a descontracção que isso implica. A começar pela cozinha, onde as especialidades foram pensadas para servir de conforto ao estômago. Com mais ou menos substância, a ideia é comer sempre com as mãos.
"Começou logo por ser um desafio, que é o facto de termos três metros quadrados de cozinha. A ideia sempre foi termos ingredientes comuns às várias coisas, que depois casados com outros resultam em sabores completamente diferentes. Aí conseguimos poupar um bocadinho na parte logística. Depois, fomos buscar receitas que já fazíamos em casa", começa por explicar Ana Soalheiro, uma das sócias.

Ao lado está Rafael Tolentino da Silva, namorado e outro dos quatro parceiros de negócio. Chegaram ao bairro há quatro anos para montar um estúdio de design e impressão. Conheceram este espaço como Despensa Verde, o projecto de José Gaspar, que, na transformação da mercearia numa petiscaria, puxou a mulher Inês Biscaya, para a sociedade. Rafael, por sua vez, é a presença mais assídua no Amadeu (o nome vem do avô de José e antigo merceeiro do Bairro das Estacas). Assume a confecção dos cocktails e ainda garante o fornecimento de uma das atracções culinárias da casa, a chamuça (2,50€).
A mãe, goesa de nascimento, fá-las como ninguém. As chamuças e o chutney de coentros (3,50€), que vem para a mesa com a única coisa que importa: pão torrado. Um menu de trincas que, do lado direito, evolui para receitas mais substanciais, a começar pela tiborna Amadeu, receita simples e estival. Um torricado de base, com pasta de tomate seco e ricotta. A Charnequeira leva chèvre levemente gratinado e cebola caramelizada. A tiborna à Ti Júlio traz outros sabores – anchovas com manteiga de ervas. Custam todas 7,50€.

Daquela microcozinha saem ainda duas sanduíches – a da Avó Berta (9€), com panado, maionese de sriracha e pickle de cebola roxa em pão ciabatta, e a do Frei Bernardo (9,50€), com barriga de porto cozida a baixa temperatura, com molho hoisin, uma combinação extra saborosa servida em brioche de batata.
Para acompanhar o lanche, não é preciso ficar pela imperial (nada contra, tudo a favor). Todas as semanas, há uma nova selecção de vinhos, servidos a copo (à excepção do espumante). Nos cocktails, a carta vai pelos clássicos, com destaque para o long island iced tea ou para o expresso martini, ambos 7€.

Quanto ao espaço, foi pensado para proporcionar conforto a quem aqui se senta, mas também para puxar à fotografia. As paredes coral, cor que predomina, tornam-no especialmente quente e fotogénico, a decoração combina objectos da Feira da Ladra e relíquias de família. Uma extensão de casa que também está pronta para receber outros cozinheiros e projectos gastronómicos, como tem sido o caso da Meroir, as ostras do Mercado de Campo de Ourique. O repto está lançado, os contactos a ser feitos. A cozinha é pequena, mas tem sempre lugar para mais um.
Rua Antero de Figueiredo, 12C (Roma). Ter-Sáb 18.00-23.30, Dom 18.00-22.00
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