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Simpli: a nova coffee shop em Lisboa é só lições sobre café

Escrito por
Catarina Moura
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Se entrar pelo Simpli entre o meio-dia e as 14.00, talvez tenha a sorte de ver o monstro do fundo da sala a trabalhar. No balcão, uma grande máquina preta funciona de dias a dias para torrar todo o café que se consome por aqui. É que desde o momento em que é torrado (e também apanhado), o café está a perder propriedades e frescura. E quanto mais novo, melhor, explica Mário Cajada, dono do novo Simpli e censor do descafeínado. “Tirar a cafeína ao café é como querer tirar o álcool ao vinho”, explica o dono da casa onde nunca se servirá tal coisa.

Não há muitos sítios (quase nenhum) onde se beba café em Lisboa, diz Mário. Isto porque é apreciador e não viciado em cafeína: quando bebe um café, tem de ser dos bons e garante que esta coffee shop perto do Marquês tem e vai ter os melhores cafés da cidade, servidos com todos os preceitos a que um café obriga: uma gramagem específica por chávena e ser tirado entre 20 e 26 segundos. Nos primeiros 20 segundos sai para a chávena todo o sabor do café, e a partir daí é só cafeína, explica, desmistificando a ideia de que quanto mais cheio é o expresso, menos cafeína tem.

simpli, coffee shop

Manuel Manso

No Simpli, Mário quer ter sempre dois cafés em destaque, apresentados ao público em taças com notas explicativas (que depois vêm também para a mesa com o café) e, promete, serão sempre cafés de especialidade, isto é, cafés que na escala de SCAA (que mede a perfeição de uma café), têm mais de 80 pontos. E para aprender isto e mais basta sentar-se ao balcão e trocar dois dedos de conversa com quem estiver ali – ainda lhe explicam que café torrado e moído no Simpli é melhor levar para a máquina lá de casa.

Estes são cafés de grãos sem defeitos e todos produzidos a, no mínimo, 1100 metros de altitude. Enquanto conversávamos com Mário numa das mesas altas da coffee shop e pastelaria, havia um 100% arábica das Honduras e outro do Brasil, mas a ideia é haver rotatividade, sempre de produções pequenas, familiares. Uma vez por outra haverá blends feitos pelo próprio Mário, que andou a pensar nesta casa durante um ano. Investigou, viajou e tomou contacto com a realidade do Norte da Europa, onde é mais fácil encontrar um bom café, garante.

Aqui, além de um bom expresso (1,10€) ou daquilo a que Mário chama cocktails – um latte ou um capuccino, por exemplo –, ainda come pastelaria feita na casa, de tarteletes a croissants, de caracóis sem frutas cristalizadas a arrufadas, não esquecendo uma boa oferta de pães.

Ao almoço há sempre uma focaccia e pizza, e aos fins-de-semana e feriados serve-se brunch (8,50€ a 15€), que nem só de expressos vive um apreciador de café.

Rua Braamcamp , 68/72 (Marquês).21 385 0608. Seg-Sáb 8.00-20.00

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