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“The Passage”: o apocalipse já tocou e veio com um vírus letal

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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É a primeira grande estreia do ano e espera-se que depois desta venham mais temporadas. Vimos os primeiros episódios de The Passage e sentámo-nos numa mesa redonda com uma cara familiar: Mark-Paul Gosselaar – ele, o Zack Morris, de Já Tocou – lidera o elenco. A partir desta segunda-feira, na FOX.

Uma história centrada em seres sedentos de sangue, sensíveis ao sol e com uma grande esperança de vida, poderia facilmente ser de terror. Mas não. The Passage é ficção científica e os "vampiros" aqui são conhecidos como corpos virais. São humanos contaminados com um bicharoco numa expedição algures na América do Sul. Esta adaptação da trilogia literária do americano Justin Cronin, publicada entre 2010 e 2016, é também uma história de afectos. Ou, como diria Gosselaar em resposta às nossas dúvidas, é também "como um filme do Lifetime [canal americano dedicado ao público feminino]".

The Passage é, na verdade, uma história ambiciosa que se desenrola ao longo de um século. O primeiro episódio lança os dados e introduz o Projecto Noah, uma instalação médica secreta nos EUA, onde cientistas testam um perigoso vírus que tanto pode erradicar todas as doenças como aniquilar a humanidade. Apercebendo-se de que o teste apresenta limitações em cobaias adultas, os cientistas decidem testar o vírus em Amy (Saniyya Sidney), uma jovem órfã. Estas experiências parecem amorais, mas têm uma justificação: é preciso encontrar a cura para um vírus mortal que se alastra a todo o mundo a partir da Ásia. E é ao ex-agente do FBI Brad Wolgast (Mark-Paul Gosselaar) que cabe a missão de ir buscar (ou raptar) Amy. Só que a empatia entre os dois põe à prova a lealdade de Brad.

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Jamie McShane interpreta o cientista infectado Tim Fanning
©Steve Dietl/FOX

The Passage foi originalmente pensada para cinema, mas a escala do argumento ditou que fosse adaptada para televisão. A produção executiva tem nomes como Ridley Scott e Matt Reeves e também Liz Heldens, conhecida por várias séries, incluindo Sextas Sob Pressão (Friday Night Lights), e que escreve e assume as rédeas do projecto. Em Londres, após uma sessão de perguntas e respostas, sentámo-nos numa mesa redonda com o actor e outros jornalistas. Estas são as perguntas que fizemos a Mark-Paul Gosselaar, o loirinho de Já Tocou (Saved by The Bell).

Como é que veio aqui parar?
Li o guião, porque estava ali à mão. Eu tinha feito uma série para a FOX chamada Pitch. E não tínhamos a certeza se ia voltar para uma segunda temporada. Quando percebemos que era improvável começámos a envolver-nos mais em The Passage.

Disse na sessão de P&R que este era o maior projecto da sua carreira. Apercebeu-se logo dessa dimensão?
Quando li o guião percebi que se fosse feito da forma correcta seria uma grande empreitada para todos nós. Mas tinha de ser bem feito. E quando me apercebi do pedigree que estava envolvido, com o Ridley Scott, o Matt Reeves, a Liz Heldens ou o realizador Marcos Siega... Foi aí que soube que a magnitude do guião seria transferida para o ecrã.

Mais um apocalipse. Acha que há algum tipo de subtexto nesta história toda?
Este material foi criado pelo Justin há mais de dez anos. Nem me consigo lembrar o que aconteceu ontem. Podemos tirar pequenas pepitas da história e inseri-las no que se está a passar hoje no mundo? Claro, pode-se fazer isso com qualquer coisa. Mas não me parece que fosse uma premonição da sua parte. Claro que isto não vai parar as teorias da conspiração.

É praticante de jiu jitsu e já revelou que não tem duplo em algumas cenas de luta. Mas também gosta de carros e já houve uma perseguição...
Sim, poderia facilmente fazer as cenas que filmamos. Mas é indiferente, na maioria das vezes ninguém nos consegue ver e por isso usamos um duplo. Adorava fazer as acrobacias, e peço sempre para as fazer, mas eles dizem que ninguém me vê. Seria só para se divertir. Exactamente, só para mim.

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Mark-Paul Gosselaar
©Steve Dietl/FOX

Já era fã de séries deste género?
Gosto de A Guerra dos Tronos, Stranger Things e The Walking Dead, obviamente. Quando li o guião achei fixe fazer uma série de ficção científica, que nunca fiz. Seria um bom desafio, algo diferente, mas não foi um factor decisivo para mim.

Acha que este personagem, Brad Wolgast, tem potencial para superar a popularidade de Zack Morris?
Não. Não, mesmo.

Incomoda-o?
Não, eu criei um personagem icónico que vai gerando novos fãs. Tenho uma história engraçada a propósito disso. Há uns dias, durante a rodagem, um segurança veio ter comigo e disse: "Sou um grande fã teu, cresci com o Já Tocou e estou muito feliz por estares a trabalhar outra vez". Muitos dos meus fãs acham que eu tenho estado preso no Já Tocou nos últimos anos. Mas fico surpreendido quando alguém me reconhece hoje, porque mudei muito fisicamente, principalmente nos últimos dois anos quando estava a fazer a série Pitch. Interpretava um jogador profissional de baseball e mudei radicalmente o meu corpo, ganhei  14kg. E mantive a forma para The Passage.

Já sabe qual é a passagem que dá o nome à série?
Não sei, mas posso mandar uma mensagem ao Justin.

Deixe estar. Tem algum palpite?
Li os três livros e ainda não descobri. Há uma altura nos livros em que eles atravessam uma passagem no Colorado para chegar aos corpos virais, mas não sei. Uma passagem de um estado para outro? Há tantas passagens.

FOX. Seg 22.15 (estreia).

A Time Out viajou para Londres a convite da FOX

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