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Uma carta aberta às axilas da cidade

Escrito por
O Provedor
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No Verão os transportes públicos têm um cheiro bastante intenso, mas pouco complexo. Os verdadeiros apreciadores das fragrâncias emanadas por uma carruagem de metro esperam pelos dias mais frios para se deixarem embrenhar numa teia de odores.

Quando chove, as roupas molhadas, o chão encharcado e os corpos a debaterem-se com mudanças de temperatura dão origem a um odor muito específico. A grande vedeta desta combinação olfactiva é, como sempre, a axila – o ingrediente principal deste caldo de gente.

Um estrangeiro pouco informado sobre os hábitos dos lisboetas pode ser levado a acreditar que a cidade está a boicotar activamente o desodorizante. Ou que grande parte dos utentes dos transportes públicos se julgam feitos de açúcar e temem derreter se forem expostos a água quente.

O cheiro a sovaco tem a sua maior audiência durante a hora de ponta, um período durante o qual somos brindados com um buffet de odores corporais.

Pode ser uma tradição desta cidade, como o fado ou o pastel de nata. Mas se calhar era melhor pensar em alternativas.

O Provedor do Lisboeta é um vigilante dos hábitos e manias dos alfacinhas e de todos aqueles que se comportam como nabos e repolhos nesta cidade. Se está indignado com alguma coisa e quer ver esse assunto abordado com isenção e rigor, escreva ao provedor: provedor@timeout.com.

+ Uma carta aberta à Segunda Circular

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