1. Croissant da Serra
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    ©Ricardo LopesCroissant da Serra
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Crítica

Croissant da Serra

3/5 estrelas

Croissants pelo caminho? Violeta de Vasconcellos come-os todos. Um dia fará um ranking.

Violeta de Vasconcellos
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A Time Out diz

Poderia até dar-me para acreditar que o domínio do brioche está para lá das competências do nosso rectângulo, não tivesse chegado a conhecer os croissants da saudosa Pekim (Matosinhos), materialização de uma obra-prima.

Por Lisboa, as opções replicam-se. Uns são mais folhados, outros massudos, e os recheios infindáveis. Há uns dias, experimentei o Croissant da Serra, cujo espaço é mais um daqueles cenários indiferenciados, que tanto pode ser café, lobby de clínica, ou cadeia de fast slow food. Lâmpadas amarelinhas, plantas artificiais para dar toque de natureza e a tábua de xisto em vez do prato, imagino que a fazer referência à serra. Ainda assim, se só os olhos comessem, cinco estrelas estariam garantidas: os pequenos, postos em sossego, tinham um tostado dourado e um acabamento brilhante sublime. Passados pela boca, o que resta dizer? Que não é desta que se destrona Pekim. O brilho revelou-se uma calda demasiado gelatinosa, ao ponto de se separar da massa, o que se intrometeu na minha parte preferida do processo: descascar o croissant. A calda tinha uma aromatização que tomava conta da boca: canela? Algum álcool? Em teoria diria muito bem, na prática, facilmente briga com um dos 750 recheios disponíveis. Quanto à massa, continuo a observar que se procura suculência sacrificando tempo de cozedura, o que tem muitas desvantagens: o sabor da fermentação não se desenvolve (temos nota de cru, portanto), e a trinca torna-se tendencialmente elástica. É uma pena porque não achei o sabor desprovido de potencial.

A minha versão preferida foi a que me tinha causado mais cepticismo: cheesecake de limão (2,80€), um creme de queijo sobreposto por uma calda de limão, ambos azedinhos, que ligam muito bem com o doce da massa. Atesto que o doce de ovos (2€), tal como anunciado, é caseiro, mas esta opção só é viável para gulosões. Já o chocolate negro (2,70€), embora também se prometa caseiro, pareceu-me tulicreme gourmet.

Nota muito positiva dou à quantidade de recheio: não há cá miserê nem opulências desnecessárias, apenas o justo para se conseguir saborear massa e conduto nas proporções racionais.

Detalhes

Endereço
Avenida Conde Valbom, 118
Avenidas Novas
Lisboa
1050-060
Horário
Ter-Sex 8.00-19.00 Sáb-Dom 9.00-19.00
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