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Eatfish (FECHADO)

  • Restaurantes
  • Cais do Sodré
  • preço 2 de 4
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado
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A Time Out diz

4/5 estrelas

O advento dos restaurantes de peixe deu-se há coisa de dois anos. Veio a reboque da moda dos ceviches e tártaros, da preocupação com a cozinha dita mais saudável e também, acredito, como resultado de vários anos a afirmar que temos uma costa riquíssima em peixe. Veio ainda em oposição aos restaurantes virados para carnívoros, com boom ocorrido pela mesma altura, sendo que aqui o restaurante de peixe ganha pontos (e baixa em preços – ou pelo menos devia), por usar quase sempre matéria-prima nacional.

Não considero, porém, que o Eatfish, restaurante 100% piscívoro no Cais Sodré, aberto desde o início do ano, tenha vindo tarde e a más horas ou já na curva descendente da moda. Pela simplicidade do conceito, pela beleza do sítio, pelos preços praticados, podia ter vindo em 2007, em 2017 ou em 2027, que viria bem. E pela qualidade, Marta? Ora, comi algumas coisas muito boas, achei que alguns pratos precisavam de reforço de sabores, um dos peixes de ter mais frescura, mas no final de contas, a refeição foi boa e a um preço acessível – 20 e poucos euros à cabeça e um estômago bem preenchido. Tudo com um serviço rápido e simpático, coisa que nem sempre acontece em Lisboa.

Só uma explicação do modus operandi
 da ementa, antes de avançar: em vez da tradicional carta de entradas, pratos principais e sobremesas, há carpaccios, tatakis, ceviches, tártaros e lombos de peixe assados ou grelhados; depois há duas ou três opções de peixe para cada uma das técnicas de confecção; e ainda molhos e acompanhamentos para alguns dos pratos.

Adiante. Entre as coisas boas que se comeram esteve um tataki de espadarte, o peixe muito fresco, cheio de sabor, apenas selado por fora, com sementes de sésamo.
Ao lado um puré de wasabi de-li-ci-o-so, muito cremoso, com a quantidade de wasabi no ponto, picante q.b., e legumes grelhados (beringelas, cenouras, pimentos), também cozinhados al dente. Esteve também um lombo de corvina assado no forno, com um molho de cebola, alho e limão (a fazer lembrar o molho à Bulhão Pato,mascomalguma doçura), com um bom arroz de curcuma, soltinho, e salada ibérica. Esteve ainda uma excelente crème brûlée de baunilha, cremosa, feita mesmo com vagem e queimada na hora. Ao mesmo nível, os dois sumos de fruta, servidos em copo de gin, com gelo, mas feitos na hora (quais mocktails!), com fruta bem fresca.

Menos bom o ceviche de salmão com beterraba e chips de batata doce, não pela falta de frescura no peixe, mais pela falta de acidez. Ligeiramente abaixo o carpaccio de atum, o peixe sem grande sabor, num molho com sumo de limão e maçã, temperado com pimenta rosa, que não chegou para avivar a receita.

Entre alguns óptimos, uns quantos bons
e uns médios, este Eatfish entra nas quatro estrelas. Até porque alimentar duas bocas por 46€ (com vinho sairia talvez por mais uns 10€) no bairro onde tudo acontece, é coisa rara. E isso também pesa na decisão.

*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.

Escrito por
Marta Brown

Detalhes

Endereço
Travessa de São Paulo, 11
Lisboa
1200-431
Preço
25 a 30€
Horário
Seg-Dom 12.00-15.00; 19.00-23.00.
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