1. Koppu Ramen
    Rita Chantre
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Crítica

Koppu Ramen Izakaya

4/5 estrelas
Demorámos demasiado tempo a voltar ao Koppu. Alfredo Lacerda ficou fã de mais um ramen na cidade.
  • Restaurantes
  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real
  • Recomendado
Alfredo Lacerda
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A Time Out diz

Antes de o ramen ser um conceito popular, já o Koppu o fazia. Na altura em que começou, num restaurante do Príncipe Real, havia casas japonesas que o tinham na carta, outras que o faziam ocasionalmente (lembro-me disso acontecer no saudoso Bonsai), mas o Koppu terá sido dos primeiros a apostar no prato – juntamente com o Assuka –, enquanto estrela do cardápio. 

O arranque não terá sido brilhante, todavia. E sucede que, por causa disso, passei demasiados anos sem lá ir. Fiz mal. De então para cá, a sopa de massa japonesa do Koppu melhorou e, hoje, os seus caldos são tão bons quanto os melhores da cidade, o que significa que está dentro de uma meia-dúzia de vencedores. 

Sim, só meia-dúzia. Neste momento, Lisboa tem dois tipos de ramen com os quais é preciso ter cuidado. Os primeiros são os ramens gourmet. Há dias, fui a um deles, supostamente dos mais delicados e artesanais, com loja no Cais do Sodré, mas na verdade o tonkotsu cheirava a porco sujo e o dito caldo custou 19 euros. Demasiado. 

O outro tipo de ramens perigosos são os falsos ramen chineses. Nada contra a sopa de noodles chinesa, que pode ser bem boa e que na verdade está na origem da prima. Foram, aliás, os noodles chineses que inspiraram o ramen japonês. O ramen japonês só viria a surgir algures pela década de 1950, primeiro sob a forma de noodles instantâneos, depois sob a forma de tigelas fumegantes gourmand adoradas por foodies.

Acontece que os ramens chineses bons, os que não abusam de MSG e caldo de galinha, são raros. 

O que distingue o bom ramen japonês dos falsos é a intensidade e complexidade do caldo, feito à base da cozedura de ossos (porco ou galinha, ou ambos), de fermentados (como o miso ou a soja), algas e peixe seco. 

Ora, o ramen do Koppu tem isso tudo. É um ramen de escola – e isso não tem nada de mal, desde que a escola seja boa, como é esta. E faz sopas muito equilibradas, quer nos caldos mais elegantes e translúcidos, como o do shoyu ramen, quer nos caldos mais densos, como o do miso ramen ou os do tonkotsu (três variedades), com toppings na medida certa, do gengibre marinado à alga nori, passando pelo ovo ajitamago, cozido no ponto certo. 

Fora os ramens, a cozinha do Koppu prepara os acessórios do costume de forma competente, sejam as gyozas de porco, seja o frango frito karaage e os feijões edamame, bem temperados e gulosos. E tem boas formas de adoçar a boca, na despedida, como foi o cheesecake vegan, feito à base de pasta de sésamo e de raiz de lótus. 

O Koppu Ramen Izakaya tem duas moradas, neste momento: uma na Rua do Salitre, outra no Chiado.

A ideia de lhes chamar Izakaya não fará grande sentido, parece só mais outra palavra da moda para aparecer nas buscas do Google – porque a estética e o ambiente está longe dos izakayas típicos japoneses. 

Os Koppu são antes restaurantes bem postos, com madeiras a sério, cadeiras sólidas, que agradam a toda a gente. 

De resto, sobre o serviço, numa visita recente à casa da Rua do Salitre, ele foi posto à prova, sem encantar. 

O único empregado a servir à mesa procurou apertar-nos junto a uma mesa complicada (com um bebé), quando o outro lado da sala estava vazio. Posto perante essa situação, contudo, aceitou simpaticamente a sugestão de mudança de lugar – e tudo correu bem daí para a frente. 

Parabéns ao Koppu pela longevidade e consistência. Longa vida. Não demorarei tanto a regressar. 

Detalhes

Endereço
R. do Salitre 131A
Lisboa
1250-096
Preço
20-25€
Horário
Seg-Dom 12.00-00.00
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