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Remi Coffee & Wine

  • Restaurantes
  • Lisboa
  • 3/5 estrelas
  • Recomendado
  1. Restaurante, Pastelaria, Doces Italianos, Remi
    ©Gabriell VieiraRemi
  2. Restaurante, Pastelaria, Doces Italianos, Remi
    ©Gabriell VieiraRemi
  3. Restaurante, Pastelaria, Doces Italianos, Remi
    ©Gabriell VieiraRemi
  4. Restaurante, Pastelaria, Doces Italianos, Remi
    ©Gabriell VieiraRemi
  5. Restaurante, Pastelaria, Doces Italianos, Remi
    ©Gabriell VieiraRemi
  6. Restaurante, Pastelaria, Doces Italianos, Remi
    ©Gabriell VieiraRemi
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A Time Out diz

3/5 estrelas

Talvez o leitor se possa identificar com a minha obsessão pela culinária italiana (e italo-americana), que nos chegou através de pináculos da cultura pop como Os Sopranos e O Padrinho. Não raras vezes carregando símbolos outros – “Leave the gun, take the cannoli”, disse Clemenza a Rocco no filme de Francis Ford Coppola –, o cannoli desencadeava, além de fome, profundos debates filosóficos (prova derradeira de que vem tudo do mesmo sítio). Estas referências parecerão mais ou menos descontextualizadas, mas o que procuro explicar é, tão-só, que também nos sabores fundamos constantemente imaginários. Ignorando as demais opções, pedi um original e um de pistáchio (4€ cada). E uma sfogliatella (2,50€), sensibilizada que fiquei com aquele folhado.

Trincar um cannoli é uma coisa bela porque, por mais delicado em que transformem o seu aspecto, este rolo está nos antípodas da sofisticação. A massa resistente, dura, obriga a que empreguemos força, força que determina esta relação: há uma espécie de dança dialética com o creme a fugir por alguma brecha entretanto aberta, para logo o tentarmos apanhar com uma ponta quebrada que sabe a ancestralidade. É quase natalícia, naquela fritura condimentada e escancarada, e que não queremos mais subtil. E depois o creme, denso, quase um queijo amanteigado. Ao de pistáchio, acresce uma generosa parte de creme do mesmo, gorduroso e fresco, e tudo muito doce, não desejei que fosse diferente.

Infelizmente, a sfogliatella não foi assim feliz. Estava velha, dura e pastilhenta. Concluí, pelas notas aromáticas ainda perceptíveis, que fresca será maravilhosa, mas achei um escândalo terem vendido um produto passado.

Ainda assim, reterei a alegria da resolução de tão longa relação platónica, e a apropriação de mais um gesto ensinado por mestres do ecrã, que num passe da mágica da humanidade (e alguma globalização) nos chega à boca.

*Os críticos da Time Out visitam os restaurantes de forma anónima e pagam pelas refeições.

Violeta de Vasconcellos
Escrito por
Violeta de Vasconcellos

Detalhes

Endereço
Rua José Gomes Freire, 142 B
Arroios
Lisboa
1150-068
Horário
Ter-Qua 16.00-22.00, Qui-Dom 09.00-22.00
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