A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar
 livro da RTP
©RTPAcaba de sair o livro 'A RTP em imagens - O Entretenimento na Era do Preto e Branco. 1957-1979'

Cinco fotos a preto e branco nos 60 anos da RTP

Musicais, teleteatro (em vez de telenovelas), concursos para ganhar fantásticos eletrodomésticos e o maior fenómeno: Zip Zip. Os 60 anos da RTP fazem-se em boa parte a preto e branco. Escolhemos cinco fotografias dos primeiros tempos

Escrito por
Catarina Moura
Publicidade

O que se perdeu foi apenas a juventude, garante Júlio Isidro. Perdeu-se, mas também se esbanjou, quanto a isso não há razão para tristezas. Na sua carreira que se confunde com a da própria estação pública (apesar de nunca ter sido funcionário formal da casa) é apenas da juventude que tem saudade – “o resto são saudosismos de quem quer parar o mundo”, escreve no texto introdutório de A RTP em imagens - O Entretenimento na Era do Preto e Branco. 1957-1979, o livro da Tinta da China que revela parte das fotografias de cena do arquivo da RTP e comemora os seus 60 anos.

Os cenários de concursos como "A Visita da Cornélia" ou o "31 de Boca" com Herman José em calças à boca de sino, os cenários das peças de teatro feitas em directo com Vasco Santana ou Ruy de Carvalho, Lucília do Carmo a cantar fados numa taberna encenada ou António Calvário a apoiar-se numa câmara assumindo pose de galã – estão todos nas fotografias de Testa Santos, o primeiro fotógrafo da RTP, entre 1957 e 69, e de Olavo Moreira, de 69 aos anos 1980. Seleccionámos cinco que contam a história dos primórdios do entretenimento televisivo, quando só havia uma estação e ainda nem sonhávamos com o Big Show SIC.

+ Para a festa dos 60 anos, a RTP abriu o seu arquivo histórico. Descubra 5 vídeos históricos de Lisboa.  

Os primeiros anos de entretenimento na RTP em cinco fotos

Matrecos no ar em 3, 2, 1. Olavo Moreira, 1969
©RTP

Matrecos no ar em 3, 2, 1. Olavo Moreira, 1969

A empresa das águas registava um pico no consumo de água por volta das 22h, contava Raul Solnado: era o intervalo de "Zip Zip" e toda a gente aproveitava para ir à casa de banho e puxar os respectivos autoclismos. Os cinemas reagiam ao sucesso do programa com um bilhete mais barato às segundas e o crítico televisivo do Diário de Lisboa, Mário Castrim, perguntou perante o fim do programa em 1969 “E agora, TV? Que monstruoso buraco vai ser o da segunda-feira?". O "Zip Zip" mudou tudo com momentos como o do relato do jogo de matraquilhos por Raul Solnado, Fialho Gouveia e Carlos Cruz.

Amália é a Sapateira Prodigiosa. Testa Santos, 1968
©RTP

Amália é a Sapateira Prodigiosa. Testa Santos, 1968

A chegada da televisão trouxe consigo uma nova palavra: teleteatro. Uma das estrelas é Amália Rodrigues, nesta fotografia em modo sapateira sevilhana que teve de abrir uma taberna para sobreviver. "A Sapateira Porodigiosa", de Garcia Lorca foi transmitida nos anos 60, mas o teatro esteve nas primeiras grelhas da RTP logo com um clássico português – "Monólogo do Vaqueiro", de Gil Vicente.

Publicidade
Gal Costa, uma artista de variedades. Olavo Moreira, 1970
©RTP

Gal Costa, uma artista de variedades. Olavo Moreira, 1970

No "TV Clube" passaram conjuntos, ventríloquos, ilusionistas, os melhores cantores nacionais e internacionais, como Gal Costa, em 1970. Simone de Oliveira ou António Calvário passavam para os programas musicais depois das passagens pelos Festivais da Canção que até ao final dos anos 1980 alimentavam muitas paixões – mais do que a deste ano.

Passa a Palavra. Testa Santos, 1964
©RTP

Passa a Palavra. Testa Santos, 1964

Bem antes do "Quem Quer Ser Milionário" a televisão pública dava 15 minutos de fama a concorrentes anónimos de todo o país em desafios de cultura geral como "Quem sabe, sabe!", com Artur Agostinho e Gina Esteves, "Saber não faz Mal", apresentado por maria José Baião e Jorge Alves, ou "Passa a Palavra", com Pedro Moutinho e Maria Fernanda num cenário tecnologicamente avançado: uma perche e um quadro onde se acendiam letras e palavras.

Publicidade
Herman, senhor Feliz. Olavo Moreira 1977
©RTP

Herman, senhor Feliz. Olavo Moreira 1977

Até à sua ida para a SIC, já no final dos anos 1990, a carreira de Herman José nasceu e cresceu na RTP, ao lado de nomes sempre colados ao humor, de Francisco Nicholson ao Badaró. Do inicial "Senhor Feliz e Senhor Contente", com Nicolau Breyner, partiu para programas como "A Feira" (na imagem), onde se cruzou com figuras da revista portuguesa como Otávio de Matos e Ivone Silva, até chegar a formatos feitos à sua medida, já a cores – "O Tal Canal", "Hermanias" ou "Herman Enciclopédia".

Recomendado
    Também poderá gostar
    Também poderá gostar
    Publicidade