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Ruy Castro
Fotografia: Manuel Manso

Ruy Castro: "Como Nelson Rodrigues era míope e não enxergava os corpos, teve que enxergar as almas"

Personagem dele próprio numa trama rodriguiana, repleta de sexo e crime, Nelson Rodrigues ganhou a posteridade. Leia ou releia "O Anjo Pornográfico", uma reedição Tinta-da-China apresentada por Ruy Castro, biógrafo do inimitável jornalista e dramaturgo

Escrito por
Maria Ramos Silva
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Os anjos não têm sexo, a não ser que se chamem Nelson Rodrigues. Nesse caso, não há cliché que não bata as asas e voe para outro lugar. Jornalista e dramaturgo pernambucano (1912-1980), narrador participante de um jogo repleto de desaires pessoais, reservou linhas para almas negras e corpos adúlteros, e nunca o demónio da miopia o impediu de ver os protagonistas da história, fossem jogadores em campo ou engravatados em Brasília. A vida como ela, contada pelo homem que “citava muito o grupo dos Vencidos da Vida”, animou folhetins para a posteridade. A sua, em particular, fixa-se numa deliciosa biografia, publicada pela primeira vez em 1992, e agora reeditada pela Tinta-da-China. De visita a Lisboa, Ruy Castro recorda o trajecto deste Anjo Pornográfico

Falava do tempo e esforço que este trabalho exigiu. Escutar 125 pessoas é compaginável com a urgência dos nossos dias?

Comigo isso não existe. Quando faço um livro desses me entrego completamente ao trabalho e não entrego enquanto não estiver satisfeito. No Chega de Saudade (Tinta-da China, 2016, sobre a história da Bossa Nova), entreguei o livro sentindo que faltava algo, mas tudo o que foi entregue estava absolutamente lido, relido e considerado, aceitado por mim. O que esse trabalho mais precisa é de tempo, por vários motivos. Decidir quais são as fontes, localizar as fontes..Quando começa não tem uma lista de 200 pessoas.

Umas vão trazendo outras.

Vão aparecendo outros cem que você nem sabia. Pode não saber se está viva, onde mora, se vai falar alguma coisa. Já aconteceu levar um ano procurando e a pessoa está fazendo hemodiálise e não pode falar.

Um dos pesadelos do biógrafo?

Pois é, e a partir do momento em que você se propõe a encontrar uma pessoa e a falar com ela você não pode abrir mão dessa pessoa, nem que seja para achar e depois achar que não valeu a pena. No Anjo, queria reconstituir o ambiente das redações de jornais do Rio nos anos 20. Queria saber tudo.

Que descobriu?

Descobri que praticamente não se usava máquina de escrever; escrevia-se à mão numas folhas de papel com linhas, com pena de molhar no tinteiro. Qual a pena? Qual a marca da tinta? Que importância tem isso? É a soma desses milhares de detalhes insignificantes que tornam a leitura mais agradável e o livro mais verdadeiro.

Porque um homem também é a sua circunstância.

Exacto. Comecei com três pessoas contemporâneas de Mário Rodrigues (pai de Nelson, também jornalista). Se tivesse vivo teria 120 anos. Consegui saber quase tudo sobre a redacção da Crítica. Só faltava saber a marca da escarradeira. (risos), que era comum em todos os ambientes fechados. Não sabia a marca e falava disso à Heloísa (Seixas, mulher do escritor, escritora e tradutora). "Mas que importância tem?", dizia ela. Não tem, na verdade, mas eu não posso desistir dessa informação. Um dia que tenha outra informação mais significante, também vou desistir. Assim não faz o livro. Não dá para abrir mão. Daí precisar de tempo. A outra coisa é que neste livro eu já conhecia muita gente com quem conversar. Convivi com muitos amigos de Nelson Rodrigues.

Quais as reacções das pessoas mais próximas?

Tive total apoio da família, da viúva; e do lado das irmãs. Duas facções em guerra. Facilitou-me muito. Foram dois anos, 24 horas por dia, entregue a Nelson Rodrigues. Tem que conversar muitas vezes com muitas pessoas para que, por mais desagradável que seja uma informação sobre o seu personagem, não haja como essa informação não aparecer. Não há como esconder algo deplorável.

O diabo, ou neste caso, o anjo, está em detalhes como esses?

Ah, sim, como em todas as biografias. São detalhes que tem que desancavar da cabeça das pessoas. As suas fontes não têm obrigação de ter noção da cronologia. Isso compete a mim. Enquanto investiga tem que ter uma noção completa do quadro todo. Ao conversar com alguém sobre algo de 1960, tenho que saber de imediato onde colocar isso. É um trabalho maravilhoso. Se pudesse faria só isso.

Sentiu uma responsabilidade extra por biografar um jornalista e figura mítica ou a obsessão é mais forte?

É um trabalho obsessivo, que te absorve. Exige que aborte a sua vida pessoal. Não sai mais, não vai à praia, não faz nada mais. Tem que ter elementos em comum com ele. Todos os livros que fiz tratavam de assunto que me diziam respeito pessoalmente. Sempre tive fixação pelo ambiente do jornal. Fui contemporâneo de toda a espécie de redacção, de tipografia. Desde os seis, sete anos, decidi que ia ser jornalista.

O que o motivou?

A leitura de Nelson Rodrigues. Aprendi a ler no colo da minha mãe A Vida como Ela é. Meus pais sempre assinaram vários jornais. Não faço outra coisa há 60 e muitos anos que ler jornais. O mosaico, a primeira página do jornal, fascinava-me. O mundo inteiro está ali. A partir do momento em que você adquire o hábito de ler as notícias do mundo inteiro, torna-se contemporâneo daquilo tudo. Entre os cinco e os nove anos fui contemporâneo da morte de Getúlio Vargas, da morte de Marilyn Monroe e James Dean, do surgimento de Elvis, do lançamento do Sputnik. Uma criança da minha idade normalmente não se interessaria por isso. Mas não, acompanhei tudo pelo jornal. No cinema, muitos filmes americanos passavam-se em redacção de jornal. Eram muito parecidas com aquelas em que trabalhei.

Que recorda, mesmo depois da fase escarradeira?

Ambiente muito barulhento, toda a gente fumando, pessoas gritando. Gente entrando o tempo todo. Não tem essa coisa do crachá na entrada. Eu era repórter do Correio da Manhã aos 19 anos e quem entrava no jornal eram grandes sambistas que moravam perto. Nelson Cavaquinho, Ismael Silva. Eu que era foca, iniciante, ficava maravilhado. Bebia para beber com eles; eles cachaça, eu guaraná (risos).

Ainda era possível entrar uma Sylvia redacção adentro e liquidar alguém com uma pistola, como fez com um dos irmãos de Nelson?

Claro. Isso é de 1929 mas em 67 era o mesmo. Entrava vendedor de lotaria, agiota, traficante (risos) Como o imagina hoje nos jornais? Acho que não faria menor diferença para ele. Ele sempre foi à redacção, todo o dia, mesmo quando fazia coluna. Nos ultimos 20 anos colaborou n'O Globo e Jornal dos Esportes e ia todos os dias. Gostava do contacto com os repórteres e articulistas. Dava assunto para fazer as colunas. Era o escritório dele. O grande ambiente da vida dele não era o teatro, o palco, era o jornal.

Aliás, ele vê no teatro oportunidade de fazer dinheiro extra, o que hoje parece um exotismo.

É, é uma realidade impressionante. Nos anos 50 e 60, só no Rio, tinha umas 10 grandes companhias de teatro. Trabalhavam o ano inteiro, tinham actores fixos, cartazes de meses. Você era pago para trabalhar, agora tem que ter dinheiro. Se o Nelson escrevia uma peça hoje, não faltava quem quisesse encenar. E a prestação de contas era semanal, tirada da bilheteira. Era outra realidade.

E a realidade tem sumo e riqueza que baste para a ficção dele.

Sem dúvida, principalmente em A Vida como Ela É. Contos baseados na vida real. Nos anos 50 ele morava no bairro do Rio da Aldeia Campista, bem provinciano, onde todo o mundo sabe da vida de todo o mundo. Deu muitas histórias. "A Vida como Ela é sempre foi a história de um adultério", dizia ele (imita a voz)

A primeira composição de Nelson, aos 8 anos é sobre adultério.

É, há uma coerência extraordinária. Li Nelson a vida a toda, desde os 5 anos. É impressionante como nunca teve que se desdizer, nunca mudou de opinião. Há uma grande coerência em tudo o que fala. Por exemplo, no futebol. Ele não acreditava em sistemas tácticos, em treinadores com sistemas, ele acreditava no indivíduo, no craque, no ser humano, na pessoa que de repente, no meio de um jogo difícil ia surpreender com uma jogada que desmontasse aquilo. É exactamente o que ele acha do ser humano. O ser humano é mais importante que a via láctea. Se tiver que escolher entre um indivíduo e a humanidade, morra a humanidade!. Daí o anti-comunismo dele, que vem de antes de 64.

Até porque é o indivíduo que acaba por condicionar a própria humanidade em gestos de instantes. Mexe com o cosmos todo.

É, e mesmo na vida real ele exercia essa coerência. Quando descobriu que o filho tinha sido preso político por defender ideias radicalmente opostas da dele. Isso nunca torvou o amor entre pai e filho. Conversei com Nelsinho e seria muito natural que num contexto dramático esse filho deixasse escapar um rancor, mas zero.

Nelson era um bom gestor de afectos?

Muito. Mesmo na época do radicalismo total das colunas dele, que o tornou odiado pela esquerda, continuou a ser amigo do Antônio Calado (jornalista), do Helio Pellegrino (psicanalista, escritor).

Como comentaria o actual cenário político?

Devia estar achando o Lava Jacto formidável, como eu também acho. Quero mais é eles todos presos, de todas as cores políticas. Quando ele escreveu sobre Brasília, já em 69 ele dizia que "todos lá são inocentes e todos são cúmplices".

O rótulo de maldito granjeado era estimado por ele, procurava-o?

Ele não podia evitar isso, quase metade das peças foram interditadas. Mas quando viu que era defendido por uns e não por outros ele reafirmou essa individualidade. Acho que no fundo ele gostava disso. Depois de silêncio absoluto, a plateia rebentou em palmas com O Vestido de Noiva. Isso quase o destruiu. Mas a segunda peça, Álbum de Família, foi proibida. Isso o salvou. O sucesso é fatal. Ele citava muito o grupo dos Vencidos da Vida, que havia aqui em Lisboa. Para ele era um modelo. O sucesso é muito perigoso.

A vida confunde-se com a degradação familiar. O convívio com a tragédia permitiu estar mais vigilante?

A partir de O Vestido de Noiva foi bem sucedido, apesar de proibido. Ficou 22 anos proibido de ser encenado. Mas enquanto isso era um sucesso monumental escrevendo folhetim com o pseudónimo de Suzana Flag. Eu lia diariamente o Asfalto Selvagem com 12 anos, nos anos 60. Era meia página de jornal espectacular. Aprendi a ler algarismos romanos por causa disso. (risos)

É curioso para um miúdo.

Eu era fã também por causa de futebol. Eu não sabia que ele era completamente míope e não usava óculos porque era feio usar. Não via o que estava acontecendo em campo. Como ele não enxergava o corpo dos jogadores, teve que enxergar a alma. Não torcia por times, não lhe importava o resultado do jogo; você lê e fica maravilhado porque ele usou o futebol como uma continuação do teatro.

E da vida.

E da própria vida. Ele tem uma crónica linda, que perdi, que é sobre um sujeito da zona norte do Rio, onde se jogava naquelas peladas. O sonho do cara era ser bandeirinha. (risos) Já demonstra a modéstia. Um dia deixam ele ser bandeirinha e ele leva a família inteira para assistir. Com 10 minutos de jogo, um jogador discorda da marcação dele e cospe na cara dele.

Nelson estava próximo de outros Vencidos da Vida.

Ah, sim, foi grande defensor de jogadores que fracassaram. Enfim, grande coerência em tudo.

O Ruy acaba por biografar Nelson, Garrincha e Carmen Miranda. Letras, futebol e música são três pilares do Brasil. Foi deliberado?

Não, foi ocasional. Foram biografados porque mesmo sem saber sempre me identifiquei com eles. Quando a ideia me ocorreu a coisa aconteceu rápido. Em 10 segundos já tinha um universo rodando na minha cabeça. Sabia que ia ter prazer em me jogar durante anos na vida daquelas pessoas. Depois, descubro que em casa tenho várias coisas de Carmen Miranda, discos, recortes.

Já andava a biografá-los.

Exactamente. Me preparei durante anos e não sabia. Aconteceu com todos.

Não temeu que a admiração comprometesse o seu trabalho?

Ao contrario. Você tem que partir de uma admiração para depois tentar descontruí-la. Eu vibrava a cada coisa mais deprimente que descobria sobre Nelson. É isso que dá o molho da coisa. Eu parto de um homem num pedestal, tiro-o dali, e quero que sobreviva e volte sozinho para o pedestal, mas quem o vai colocar lá é o leitor, não sou eu. Por isso que jamais biografaria alguém que eu detestasse.

Por exemplo?

Imagine um Collor de Mello, um Lula ou um Temer. Teria que passar anos achando as qualidades deles (risos). Não quero perder tempo. São figuras passageiras, de resto. Quando biografei a Carmen, ela já tinha morrido há 50 anos e encontrei 80 pessoas com relação próxima dela. O grau de paixão era unânime.

Das 125 pessoas, alguma confidência o surpreendeu especialmente?

Várias. Não tinha ideia do grau de tragédia que envolveu a família. E como a cada desgraça ele saía mais forte. No caso do Nelsinho, ele teve uma briga com o irmão, Joffre, por motivos politicos, em que um diz "eu te dou um tiro na boca". Isso é uma frase totalmente Nelson Rodrigues. É uma situação rodriguiana total, um irmão a dizer isto para outro. Outra cena: Nelson casado com dona Elza, dois filhos pequenos, teve um caso com a mãe da (actriz) Nicette Bruno. Elza descobriu, raptou os filhos, e ameaçou se jogar pela janela com eles. Eu tinha duas fontes, a própria Elza e a mãe da Nicette, portanto sabia que era verdade.

Houve coisas que não bateram certo?

Claro. De um lado tinha a viúva, com os dois filhos, do outro as irmãs, outra coisa que não tinha noção do grau de doença. Todas as irmãs de todos os Rodrigues odiaram todas as mulheres que se casaram com os seus irmãos. Uma coisa incestuosa em massa. De manhã ia na casa de uma, de tarde nas outras. Era exasperante. No Chega de Saudade, depois de um ano de trabalho, eu já sabia quem falava a verdade e mentia. Quando já se tem muita informação acumulada as coisas começam a fazer sentido. Quando o livro saiu, os dois lados ficaram contra mim.

Foram dos primeiros a lê-lo?

O livro ficou pronto numa quinta-feira em São Paulo e peguei em dois exemplares. Fui para o Rio e deixei um na portaria da Elza e outro na portaria da Helena, a irmã mais esperta. Domingo, liga-me Joffre dizendo que a mamãe estava uma fera comigo porque tinha escrito sobre um caso do Nelson. "Quem prevaricou foi seu pai, Joffre!" (risos). Na segunda-feira, abro o Jornal do Brasil e as irmãs me escolhambando e acusando de traição. Dona Elza também leu e pensou "ai é, estão contra ele? então vou ficar a favor" (risos).

Digno de um enredo de Nelson Rodrigues.

Exactamente. Todas morreram de mal comigo. Elza morreu há pouco tempo. As sobrinhas já gostam mais de mim.

O espanto era justificável com Nélson? Era um homem de segredos ou os seus casos eram mais ou menos conhecidos?

Elas não sabiam de coisa nenhuma. A vida pessoal era muito mais secreta naquela época. As pessoas não se exibiam. No caso dssa amante do Nelson com quem teve três filhos, que está viva, a história era conhecida por muito poucos. Quando se sabia algo era um escândalo.

Quando Nelson se estreia como colunista no jornal, ainda adolescente, os leitores pensam que ele é bastante mais velho do que realmente era. Já nascera com a idade de quem carrega muito mundo em cima?

Ele sempre se achou um velho. Há pessoas que não tiveram direito a uma infância convencional. Eu posso me classificar assim. Com 11 escrevia em jornais, com 12 fazia programas de rádio. Você lê e não atribui o texto a uma criancinha inocente. As pessoas envelheciam rápido. No Asfalto Selvagem, Dorico se sente um velho, precisava de conquistar a engraçadinha, e tinha 48 anos. A certa altura a própria mulher joga na cara dele que ele tem 52! Nelson nasceu em 1912 e morreu em 1980. Jobim morreu com 67 anos, Vinicius com 67 anos. Uma pessoa com 70 era um demitido da vida. Essa geração foi muito sacrificada. Tom dizia "graças a Deus os desejos me abandonaram". Não é uma idade em que se diga isso. Nelson já se considerava prematuramente um velho. Até vendo as fotos parece. E há ainda a tuberculose.

Como o imagina nesta década marcada pelas redes sociais?

Esse tipo de ilação é exactamente o que não se deve fazer, mas imagino que continuaria a ir a redações, alheio a este universo em volta. Certamente seria crítico como eu também sou. Não tenho celular, não uso Facebook. Vivo como se vivia em 1992, quando vi um celular pela primeira vez. Tenho certeza que ele viveria bem sem isso e seria contra a escravatização pela tecnologia. Tem a parte da mudança de costumes também. Nelson foi um crítico feroz. Ele calculou que a exposição permanente do corpo humano levaria a um desinteresse das novas gerações pelo sexo. Ele dava o exemplo do Grapette (refrigerante de uva vendido na praia, na carrocinha). Vem aquela mulher dos anos 60 do Rio, linda, pé na areia, e o cara que o vende estende o refrigerante e nem olha para ela. Para o Nelson, que não tinha acesso a isto, o desinteresse pela mulher é criminoso.

Entre 1992, ano do primeiro lançamento, e 2017, que mudou na sua visão de Nelson?

Nada. Andei folheando para refrescar a memória e modéstia a parte fiquei besta com os detalhes. Encanta-me o que fiz. Talvez hoje não tivesse tanto gás para descer a este nível. Agora estou escrevendo sobre o Rio dos anos 20, está me empolgando muito. Quero lançar em final de 2019. Pela primeira vez, graças a Deus não tenho que entrevistar ninguém porque está tudo morto. (risos).

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