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Portefólio: a caça fotográfica de Manuel Malva

Manuel Malva mostra um Portugal natural através de imagens cheias de impacto. São registos poéticos da vida na natureza em fotografias.

Sebastião Almeida
Escrito por
Sebastião Almeida
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O interesse surgiu-lhe ainda pequeno, quando tinha sete anos e se pôs a consultar um guia sobre aves. “Um dia comecei a fotografar aves e achei graça a essa caça fotográfica”, recorda Manuel Malva, biólogo de 24 anos. Mais tarde, abriu-se “a outros grupos de fauna e flora”, e hoje é um dos co-fundadores da MilVoz, uma associação ambiental que pretende criar uma rede de bio-reservas na região e preservar o seu património natural. Mas já lá vamos. Afinal, como se conseguem registos tão afinados e poéticos da vida na natureza, como a de uma salamandra-lusitânica em contraluz sobre uma cama de folhas?

Manuel cresceu ligado ao “mundo natural”. Estudou Biologia e está, actualmente, a concluir um mestrado em gestão ambiental. É assim que começa por se apresentar à Time Out, antes de nos revelar as histórias por detrás das fotografias de natureza que publica online. São imagens feitas “com muito estudo prévio, de forma a reunir informação sobre o comportamento das espécies”. Recorrendo à “busca de indícios, à camuflagem e à armadilha fotográfica” e, acima de tudo, à paciência. É importante saber onde posicionar o equipamento no terreno, desde logo as track cameras. Estes pequenos aparelhos fotográficos permitem obter informação sobre os locais específicos por onde os animais costumam passar. Depois posiciona-se a câmara, accionam-se os sensores de movimento, sincronizam-se os flashes e aguarda-se que o instante decisivo seja captado.

É assim, vezes e vezes sem conta. Mas parte da magia reside neste processo de encontros e desencontros. Uma das fotografias com mais simbolismo do seu portefólio é a de uma gineta, espécie relativamente desconhecida mas comum no nosso país, com a cidade de Coimbra em pano de fundo. Esta imagem, conta Manuel, foi fruto do acompanhamento extensivo que fez de uma família desta espécie de viverrídeos. As fotografias, observa, “expressam a facilidade com que esses animais se podem acercar dos núcleos urbanos. É uma espécie discreta, noctívaga e furtiva”. Outro exemplo é o registo de um bufo-real, da espécie das corujas, que nidifica na Primavera.

O biólogo e fotógrafo de Coimbra explora territórios em todo o país, mas é à Serra da Lousã, à Serra de Sicó e à região do Mondego que dedica a maior parte da sua atenção. A fauna que por lá encontra é ibérica. Um ecossistema diverso e rico – ameaçado por uma gritante falta de planeamento florestal, um problema transversal à maior parte do território nacional, desabafa. “A minha noção da gravidade [do problema] tornou-se cada vez maior”, sublinha. Rodeou-se então de pessoas que partilhavam as mesmas preocupações e, em 2019, criou a MilVoz, um grupo de amigos que tem por missão “dar um pouco de voz à natureza local”.

A conservação da floresta nativa é um dos maiores focos da organização, a par da problemática da expansão do eucaliptal e de outras espécies invasoras. “Há uma grande falta de ordenamento florestal e uma desvalorização da floresta nativa e dos serviços que ela presta”, defende. Este desgoverno ambiental é responsável pela diminuição da biodiversidade, pelos muitos incêndios que atingem as zonas rurais e pela perda da identidade da paisagem. As fotografias de Manuel podem ajudar. Se continuar a documentar a fauna e a flora que o rodeiam com imagens tão impactantes, talvez mais pessoas ganhem consciência da enorme diversidade que têm à porta de casa.

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