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Manuel Malva mostra um Portugal natural através de imagens cheias de impacto. São registos poéticos da vida na natureza em fotografias.
O interesse surgiu-lhe ainda pequeno, quando tinha sete anos e se pôs a consultar um guia sobre aves. “Um dia comecei a fotografar aves e achei graça a essa caça fotográfica”, recorda Manuel Malva, biólogo de 24 anos. Mais tarde, abriu-se “a outros grupos de fauna e flora”, e hoje é um dos co-fundadores da MilVoz, uma associação ambiental que pretende criar uma rede de bio-reservas na região e preservar o seu património natural. Mas já lá vamos. Afinal, como se conseguem registos tão afinados e poéticos da vida na natureza, como a de uma salamandra-lusitânica em contraluz sobre uma cama de folhas?
Manuel cresceu ligado ao “mundo natural”. Estudou Biologia e está, actualmente, a concluir um mestrado em gestão ambiental. É assim que começa por se apresentar à Time Out, antes de nos revelar as histórias por detrás das fotografias de natureza que publica online. São imagens feitas “com muito estudo prévio, de forma a reunir informação sobre o comportamento das espécies”. Recorrendo à “busca de indícios, à camuflagem e à armadilha fotográfica” e, acima de tudo, à paciência. É importante saber onde posicionar o equipamento no terreno, desde logo as track cameras. Estes pequenos aparelhos fotográficos permitem obter informação sobre os locais específicos por onde os animais costumam passar. Depois posiciona-se a câmara, accionam-se os sensores de movimento, sincronizam-se os flashes e aguarda-se que o instante decisivo seja captado.
É assim, vezes e vezes sem conta. Mas parte da magia reside neste processo de encontros e desencontros. Uma das fotografias com mais simbolismo do seu portefólio é a de uma gineta, espécie relativamente desconhecida mas comum no nosso país, com a cidade de Coimbra em pano de fundo. Esta imagem, conta Manuel, foi fruto do acompanhamento extensivo que fez de uma família desta espécie de viverrídeos. As fotografias, observa, “expressam a facilidade com que esses animais se podem acercar dos núcleos urbanos. É uma espécie discreta, noctívaga e furtiva”. Outro exemplo é o registo de um bufo-real, da espécie das corujas, que nidifica na Primavera.
O biólogo e fotógrafo de Coimbra explora territórios em todo o país, mas é à Serra da Lousã, à Serra de Sicó e à região do Mondego que dedica a maior parte da sua atenção. A fauna que por lá encontra é ibérica. Um ecossistema diverso e rico – ameaçado por uma gritante falta de planeamento florestal, um problema transversal à maior parte do território nacional, desabafa. “A minha noção da gravidade [do problema] tornou-se cada vez maior”, sublinha. Rodeou-se então de pessoas que partilhavam as mesmas preocupações e, em 2019, criou a MilVoz, um grupo de amigos que tem por missão “dar um pouco de voz à natureza local”.
A conservação da floresta nativa é um dos maiores focos da organização, a par da problemática da expansão do eucaliptal e de outras espécies invasoras. “Há uma grande falta de ordenamento florestal e uma desvalorização da floresta nativa e dos serviços que ela presta”, defende. Este desgoverno ambiental é responsável pela diminuição da biodiversidade, pelos muitos incêndios que atingem as zonas rurais e pela perda da identidade da paisagem. As fotografias de Manuel podem ajudar. Se continuar a documentar a fauna e a flora que o rodeiam com imagens tão impactantes, talvez mais pessoas ganhem consciência da enorme diversidade que têm à porta de casa.
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