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Começou hoje o maior evento português para quem gosta de livros – ou para quem odeia árvores. Fomos pela fresca à procura de um exemplar das Viagens da Parrachita, da autora do momento, Maria Vieira, mas o que encontrámos foi quase tão perturbador.
1. A demonstração de um aspirador
Logo à entrada está um stand da Vorwek. A marca que nos impingiu a Bimby, quer agora cravar-nos um robô-aspirador. Mais à frente há uma banca de literatura "aspiracional”, mas pelo que percebemos não há qualquer relação entre as duas marcas.
2. Farturas gourmet
Em 2017 já vimos um homem voador entregar uma bola na final da Taça de Portugal, então por que é que ainda ficamos surpreendidos quando vemos uma rulote de Farturas Prestige? As farturas eram a antítese do gourmet, a aldeia gaulesa do javardismo nacional, o Anticristo do hipsterismo gastronómico. Como é que vamos explicar isto aos nossos filhos e netos?
3. O posto de recrutamento da cientologia
“Você tem sonhos que deseja alcançar? Sabia que este livro o pode ajudar a ser quem realmente quer ser?”. Esta é a abordagem mais comum no quiosque D41, identificado como sendo da New Era Publications. Lá vende-se a literatura de L Ron Hubbard, escritor de ficção científica e mentor dessa charlatanice pseudo-religiosa que se chama cientologia.
4. Uma banca que só vende um livro. Um livro do Benfica
É dos primeiros quiosques do lado direito da feira, o D01, e pertence à Coral Books. Vende um livro que celebra as 36 vitórias no campeonato do clube lisboeta. Para quando um quiosque do Sporting com um álbum de erros de arbitragem?
5. Um “parque de campismo”
Entre os dias 2 e 17 várias crianças vão poder dormir na Estufa Fria. A actividade, chamada “Acampar com Histórias”, mete a garotada às voltas com livros e histórias até terem sono suficiente para receberem a visita do João Pestana na Estufa ali ao lado.
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