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A garra dos jovens chefs no primeiro jantar do Sangue na Guelra

Escrito por
Inês Garcia
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Enquanto na televisão passava o Pesadelo na Cozinha, na cozinha do Bistro 100 Maneiras de Ljubomir Stanisic, este domingo à noite, continuava o sonho de Ana Músico e Paulo Barata, os organizadores do Sangue na Guelra: um jantar feito por jovens chefs, com pratos ousados e criativos, apenas com peixe e marisco da costa portuguesa. Foi o primeiro dos quatro jantares Young Chefs With Guts, este com os chefs Milton Anes (sous-chef do Lab Arola), Leandro Carreira (chef do Londrino, em Londres), Chase Lovecky (sous-chef no inglês The Clove Club) e Fábio Quiraz (Paparico), mas com um exército de chefs ajudantes atrás, como Manuel Maldonado ou Hugo Nascimento. 

Depois das boas-vindas a uma casa cheia e dos devidos agradecimentos a todos os envolvidos – entre os quais o italiano Enrico Vignoli, assistente pessoal do chef Massimo Bottura e consultor informal do Sangue na Guelra há anos, ou a Mário Rolando Peres, mestre padeiro –, os chefs estrelas da noite tomaram o palco e apresentaram 13 pratos. 

Estilos diferentes, mas complementares. Começando logo pelas entradas de Milton Anes e Leandro Carreira: um trabalhou a ostra com pepino e truta, servida num bonito prato floral, outro usou a ostra como prato para o taralhão com morangos verdes e chagas. 

Ostra, pepino e truta e taralhão com morangos verdes e chagas
Fotografia: IG

Noutro momento, foi a vez da pescada de anzol e dos raviólis de camarão fumado com feijão verde e camarinhas (Milton Anes) ou dos cavacos com espargos brancos fermentados em azeite e o pregado, escondido por uma cortina de espinafres com pinhão e pequenas algas codium (Leandro Carreira). 

Cavacos cobertos com espargos brancos fermentados em azeite
Fotografia: IG

O britânico Chase Lovecky trabalhou os perceves numa surpreendente tartelete de ervilhas com toucinho e o carapau num tártaro com algas e crocante de ervas; o goraz, servido em sashimi com granita de gaspacho de amêndoa e óleo de mostarda, e o atum patudo.

O Santo António de Ljubomir Stanisic
Fotografia: IG

Ljubomir acrescentou ao menu a sua interpretação do Santo António, com sardinha (não podia estar mais a tempo das Festas de Lisboa) ou um prato fresco, com um toque de picante e doce, de camarão cru do Algarve com maionese de especiarias. E Fábio Quiraz fechou a noite com duas sobremesas: primeiro com ruibarbo, framboesa e yuzu; depois com uma surpresa, uma chouriça doce de sangue de porco.

Ruibarbo, framboesa e yuzu
Fotografia: IG

Esta edição do Sangue na Guelra está a ser só novidades. Começou com um Simpósio, de onde saiu um manifesto para o futuro da cozinha portuguesa, com dez mandamentos, e outra novidade, um festival de comida de rua com mais de 20 chefs a tirar nabos da púcara e a fazer street food de autor a preço acessível (5 e 7€). 

A programação soma e segue com os jantares (130€ por pessoa, com reserva). Esta segunda-feira há um no Alma, de Henrique Sá Pessoa, com Takahiko Kondo (da Osteria Francescana) e Karime Lopez (Central). No dia 16 é a vez do restaurante Varanda do Ritz Four Seasons receber os chefs Gil Fernandes (Fortaleza do Guincho), Jordan Bailey (Maaemo) e Ricardo Machado (Beco Cabaret Gourmet), devidamente escoltados pelo chef anfitrião Carlos Cardoso.

O último jantar é no dia 22 e é dedicado única e exclusivamente aos peixes de rio. É no 1300 Taberna, no Lx Factory em Alcântara, e a cozinha será da inteira responsabilidade de Pedro Almeida (Midori), Pedro Pena Bastos (Esporão), Rodrigo Castelo (Taberna Ó Balcão), Emília Reis (Vista) e o anfitrião Nuno Barros.  

+ Das raízes para o futuro: o Sangue na Guelra deu um manifesto à cozinha portuguesa

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