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Alice e o vestido maravilha

Mauro Gonçalves
Escrito por
Mauro Gonçalves
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Chama-se Teresa, mas foi no guarda-roupa da avó que encontrou inspiração para lançar a sua própria marca. Marcámos um encontro às cegas com a Alice 1930

A Alice é tudo menos uma rapariga superficial. À primeira oportunidade, trouxe cá para fora o charme do guarda-roupa de outros tempos, sem se esquecer de que está no século XXI e que, por isso, os vestidos airosos têm de ser à prova de All Star e braços tatuados. A Alice passou no teste, mas os genes bem que ajudaram. “A minha avó, que se chamava Alice e que nasceu em 1930, tinha muito bom gosto e deixou uma guarda-roupa cheio de relíquias. Eu fui a única pessoa da família a pegar nelas, até porque, na verdade, já as usava”, conta Teresa Mota Ferreira, a criadora da marca. Ao mesmo tempo que encontrou na Alice 1930 o caminho para satisfazer o seu apetite por moda, Teresa conseguiu prestar homenagem à sua musa.

O trabalho árduo começou em Novembro do ano passado. As primeiras peças foram réplicas exactas das blusas da avó, mas estava visto que não ia ficar por ali. Depois das blusas, as saias. Depois das saias, os vestidos. O novo guarda-roupa da Alice cresceu e mostrou a Lisboa e ao mundo uma colecção de 20 peças.

“Eu já desenhava as minhas próprias roupas e, depois, mandava fazer”, explica. Aqui, a missão foi diferente. Teresa correu tudo o que é retrosaria e modista em Lisboa, em busca de tecidos e botões antigos. A peleja não lhe podia ter corrido melhor, se bem que, em alguns casos, os poucos metros de tecido disponíveis não davam para muitos exemplares. Paciência, Teresa faz na mesma.

Há riscas, flores, geometrias e até transparências. “Imagino a minha avó a usar todas as peças em várias épocas da vida dela”, diz. Dos botões, nem se fala – são conchas e pares de cerejas que julgávamos completamente extintos.

Por enquanto, a confecção está a cargo de duas costureiras. A patroa está a aprender para, assim que possível, se juntar à tarefa. Até lá, a demanda por materiais continua. Ainda agora, os vestidos Ana começaram a esvoaçar (sim, todas as peças têm nomes de amigas) e Teresa já pensa na estação fria. Quem sabe se, um dia destes, não se aventura também a desbravar o roupeiro do avô.

www.alice1930.com

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