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Até já, Bairro Alto Hotel

Escrito por
Mariana Correia de Barros
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No dia 1 de Novembro, ao meio-dia, assim que o último cliente fizer check-out (nem vale a pena ligar para o 9 e pedir uma benesse na hora de saída), o Bairro Alto Hotel fechará as portas para uma profunda remodelação. Serão dez meses de obras, onde se vão ligar mais dois edifícios ao actual – as obras entre o Largo de Camões e o Largo Barão de Quintela já decorrem há meses –, se vão construir mais quartos, mudar a recepção, o bar, o restaurante e talvez o terraço. A filosofia de boutique hotel não irá a lado nenhum, mas o espaço, tal como o conhece hoje, será diferente.

A Time Out esteve lá esta semana e conta-lhe o que desaparece, o que fica e o que aí vem.

O Flores do Bairro

Caros leitores, esvaziem a agenda de compromissos que até dia 30 de Outubro todos os dias são válidos para dizer adeus ao Flores do Bairro. O restaurante de cozinha portuguesa com toque de autor chefiado por Bruno Rocha vai mesmo desaparecer, por isso é tempo de dizer adeus aos croquetes de pato com chutney de manga, à vitela, ananás dos Açores e wasabi, ao Bacalhau à Brás do Bairro, ao arroz de vitela e grão de bico negro ou à criativa sobremesa de lima, limão e gin tónico.

O que vai nascer

Claro que as notícias não podiam ser todas tristes e em vez do Flores do Bairro haverá um restaurante no quinto piso de um dos novos edifícios. “Vai ser um restaurante maior, ter outra proporção. Ainda não sabemos visualmente como será, mas em termos de identidade sim: será português. E o chef Bruno Rocha mantém-se”, conta Vanessa Tomé, Directora de Marketing e Vendas do Bairro Alto Hotel.

Os quartos

Fotografia: Manuel Manso

O hotel tem actualmente 55 quartos e vai ganhar outros 32. Noves fora, fica com 87. “Vamos aumentar a tipologia de quartos. Ter mais suites e outros mais prestige.” Para ter uma ideia do que se fala, os prestige são estes mesmos, da fotografia, (onde não nos importávamos de morar). Há quatro agora, e neste momento oscilam entre os 480€ e os 520€. Têm janelas duplas, pelo que não se ouve um pio da agitação do Chiado, têm uma banheira digna de produção fotográfica, um duche e todas as amenities são da Claus Porto, “uma parceria que vamos manter.” Podem ser feitos alguns ajustes de detalhes, mas no essencial vão ficar iguais.

Fotografia: Manuel Manso

O que vai nascer

Para os novos quartos chamaram os mesmos arquitectos de interiores do edifício principal, “o Bastir, um ateliê do Porto que faz decoração”, e a parte da obra ficou a cargo de Souto de Moura. As cores escolhidas há 12 anos, com ligação à cidade, vão voltar a ser usadas. “O azul em associação ao rio, o vermelho por causa dos telhados, o branco da calçada e o amarelo dos eléctricos”, explica Vanessa Tomé. E o objectivo, apesar do número de quartos crescer, é manter o conceito de boutique e a proximidade com os clientes. “Há 40 e tal anos ainda existia aqui o Hotel de L’Europe [inaugurado em 1921], e temos hóspedes que ainda são desse tempo. O hotel fechou, o edifício passou a apartamentos e escritórios, até voltar a abrir em 2005. Mas temos pessoas que vêm para cá desde essa altura.”

O Terraço

Fotografia: Manuel Manso

O futuro é incerto para o mítico terraço do hotel. “Ainda estamos a decidir o que vai acontecer”, admite Vanessa Tomé. “Há 12 anos fomos os primeiros a usar um rooftop. Houve essa inovação”, acrescenta. Se houve. O sítio tornou-se tão popular entre os lisboetas e estrangeiros, tanto para ver a vista, como comer uma salada, uma sanduíche ligeira ou beber um copo, que é costume haver fila à porta. “Quando o Justin Bieber esteve em Lisboa, entrou aqui e pediu para subir e ir ao terraço. Mas estava cheio, e o Sr. Wilson, que é o porteiro de cartola à entrada, não o reconheceu e disse que ele não podia subir.”

O que vai nascer

Independentemente do futuro do terraço, a grande novidade é que haverá, tan-ta-ra-ram, um novo terraço. “O novo restaurante vai ter um terraço com vista”, mais ou menos num andar abaixo do que é hoje. E, por enquanto, foi tudo o que conseguimos saber.

O bar

Fotografia: Manuel Manso

Também é tempo de dizer adeus ao bar, às noites de animação com DJs às quintas, sextas e sábados e aos cocktails. “Vamos ter um cocktail bar, mas na mezzanine." Fica no andar de cima do actual espaço de bar, e é provável que nunca tenha reparado nela.

O que vai nascer

Uma pastelaria. Leu bem. Uma pastelaria lisboeta, naquela que é uma das esquinas mais bonitas do Chiado. Vai estar aberta a hóspedes e clientes e mais detalhes ainda não são conhecidos.

A recepção

Sempre esteve meio escondida atrás de um pilar, e vai ganhar nova dimensão com as obras de restruturação do hotel. A entrada principal e a morada do hotel vão manter-se no Largo de Camões, mas haverá uma outra porta de entrada no Largo Barão de Quintela. Para vedetas? “Nunca fomos um hotel de celebridades, mas pode servir para entradas mais discretas.” Se é uma estrela e por acaso está a ler estas linhas, já sabe.

Praça Luís de Camões, 2. 21 340 8288

Nota final 1: O hotel já está com a ocupação máxima na noite de encerramento.

Nota final 2: A Brasserie de L’Entrecôte, a farmácia e a Cutipol também não vão a lado nenhum.

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