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Interzona13: Quatro anos sem sentido no Lux

Escrito por
Miguel Branco
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A Interzona13, de Tiago Miranda, faz quatro anos de vida. Antecipamos o showcase desta quinta-feira, no Lux, que apaga as velas a uma editora sem lógica nem estética.

Um dia chegamos a casa e adeus. Nem uma carta de despedida, só os móveis caídos. Um dia chegamos a casa e não temos nada, levaram-nos tudo. Acidente trágico que se a uns leva à depressão, à raiva, a vinte chamadas consecutivas para a polícia, a outros leva a uma espécie de tábua rasa, a um vamos lá recomeçar. 

Tiago Miranda, editor, produtor, músico, um dos pilares do Lux Frágil, foi pela segunda e criou a Interzona13: “A editora surgiu depois de a minha casa ser assaltada e ficar sem estúdio. Na altura pedi um empréstimo e comprei um computador, a única coisa que tinha para fazer música era um gira-discos, um computador e poucos instrumentos, maioritariamente de percussão. Toda a minha música foi sempre tocada, muito pouco programada, e com a Interzona comecei um novo processo, que foi samplar discos", conta Tiago.

São precisamente os quatro anos da Interzona13 que se celebram esta quinta-feira, no LuxFrágil, numa noite com gente próxima: “Convidei apenas amigos que fazem ou vão fazer parte da editora, seja como DJ, músico ou produtor. Stellar Om Source (live) e os DJs Powder, 5ive, Dealy, Stasera, Mário Valente e eu”, esclarece. 

Antes disso, Tiago Miranda já tinha tido uma editora mais dedicada a sonoridades jazzísticas chamada Ruby Red. Mas há mais: está no Lux desde o início, onde detém a noite mensal Trust!; já tocou em bandas como Gala Drop, Pop Dell’Arte , Loosers; já teve personas/projectos atrás da cabina como TNT Subhead ou Dezperados. Tiago Miranda é, está visto, um dos camaleões da electrónica.  

Há quatro anos que se tem dedicado com mais caudal à Interzona13, que à partida se podia categorizar como uma label de electrónica marginal, que gosta de se confundir com a cor do prado que habita. Mas Miranda rejeita esse género de pensamento vicioso: “Prefiro não pensar as coisas nesses termos, gostava que a música estivesse em todo o lado e que fosse acessível a todos independentemente do conteúdo que produzimos, esse ainda sem definição específica e que assim espero que se mantenha. Mas não existe ainda nenhuma lógica ou plano que defina a editora". Coisa que parece para continuar. 

Aliás, a falta de sentido é também o mote para a noite de quinta-feira: “Foi-nos confiado o Lux por inteiro, vamos andar todos um pouco por todo o lado, e para além disso a noite abre com uma projecção do filme-concerto dos Talking Heads Stop Making Sense, que é um bom mote para o que pode acontecer a seguir”. Venham mais quatro. 

Lux Frágil, Av Infante D. Henrique, Armazém A. 23.45-06.00. Stellar Om Source (live), Powder, 5ive, Dealy, Stasera, Mário Valente, Tiago. 

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