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Investigação Time Out: descobrimos onde está o espelho do Rossio

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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Não tivemos de ir muito longe, é verdade. O espelho que dizia “Componha aqui o nó da sua gravata” estava muito mais perto do que pensávamos. E encontra-se bem de saúde

“Lamento, com o coração partido, ter de contrariar o ponto 4 (tirei a foto no dia 21 deste mês). Se conseguirem saber do espelho, por favor partilhem!”, escreveu Sheila Radburn Nunes na página oficial de Facebook da Time Out Lisboa a 30 de Março, comentando um dos pontos do artigo Viver em Lisboa: 10 dicas para sobreviver na cidade.

A dica em questão sugeria uma paragem no espelho do Rossio junto à porta 115, onde se lia “Componha o nó da sua gravata”. E mesmo quem não é adepto das gravatas, mas fã do espelho, ficou desconsolado ao perceber que tinha desaparecido. No seu lugar, lê-se agora Alfama. No entanto, nenhum morador deste bairro lisboeta esteve envolvido nesta história. E nós sabemos porquê.

O espelho em causa era pertença da antiga camisaria Massimo Conti, que fechou as portas este ano, passado mais de seis décadas de negócio. A boa notícia é que nada foi para o lixo. Fomos para a rua perguntar a anciãos lisboetas sentados num banco mesmo em frente à loja se sabiam do espelho. Nada. Na Casa da Sorte a história foi a mesma. Mas na Pérola do Rossio indicaram-nos o caminho para “umas pessoas que fizeram uma exposição com letreiros”. Isto equivale a dizer que a resposta estava na nossa própria redacção e o espelho num armazém de Paulo Barata, um dos designers da Time Out, que juntamente com a também designer Rita Múrias é responsável pelo projecto Letreiro Galeria que se associou ao MUDE em modo Fora de Portas para a exposição “Cidade Gráfica", no Convento da Trindade, que terminou a 19 de Março.

Eis o espelho fotografado hoje pela fresquinha

Um dia pode voltar a ver o espelho em exposição e compor-se como achar melhor, com ou sem gravata. Mas para isso é preciso que Paulo e Rita encontrem parceiros e um espaço definitivo para os seus néons, letreiros e todas as memórias gráficas que têm resgatado, para que Lisboa não perca para sempre este seu património cultural. E para que todos possamos matar saudades de vez em quando.

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