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O Charkoal pôs o chefe Cordeiro no carvão

Escrito por
Catarina Moura
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Quando se escreve chef atrás de Cordeiro, é chefe à portuguesa, já se sabe, e este novo restaurante na Marina de Oeiras só vem sublinhar essa ligação ao produto português. O Charkoal abriu no espaço do antigo Peter Café Sport, com uma carta desenhada por José Cordeiro e cheia de grelhados no carvão, com muito peixe e marisco frescos e carne, sempre a pensar no que é saudável.

Tudo isto com vistas largas para o rio, os barcos atracados de um lado, a ponte 25 de Abril do outro. “Aqui o segredo é não inventar nada”, diz Aldina Almeida, uma das sócias da casa.

Esplanada tem vista para os barcos da Marina
©Arlindo Camacho

À entrada fica logo tudo muito claro: um vidro separa-nos de uma grande grelha de onde saltam as fagulhas incandescentes, sinal de actividade. À esquerda um aquário com duas lagostas a que não vaticinamos uma vida longa, à direita uma sala grande e luminosa com cadeiras confortáveis e um grande pátio à beira-rio onde a Marina instala insufláveis ao fim-de-semana. Os clientes fiéis do mítico Peter vão notar a diferença. “Fui ver o espaço antes da Aldina o comprar e ali não dava para aproveitar nada, era tudo muito velho”, conta Cordeiro por telefone, em trânsito entre o Blini, em Gaia, o Chefe Cordeiro, no Terreiro do Paço, e o novo Charkoal, uma consultoria em que quer estar muito presente na cozinha.

A tempo inteiro está António Simões, que começou a trabalhar com Cordeiro para este restaurante e que já deu algumas ideias para a carta, como a tarte de queijo com compotas de frutos do bosque (4,50€). Já o tiramisù, baptizado de “Tiramisu da frente”, tem outro autor. “Isso é uma brincadeira do chef”, ri-se António no restaurante.

“Fiz aquilo a que eles chamam a Bíblia”, explica Cordeiro. Os capítulos são a brasa, o fogão, assados no forno e massas que vêm alargar a oferta e torná-la mais transversal; os versículos, a espetada de trilogia de peixes com salmão, tamboril e camarão (14€), o polvo com molho verde, de salsa e alho (15€), tranche de garoupa em pão fresco crocante com arroz de amêijoas (19€). Se tudo o resto não for cénico o suficiente – com os tripés de espetadas a chegarem à mesa, ou as grandes tábuas de peixe grelhado – há a sopa de peixe servida numa taça e tapada com massa folhada (4,50€).

A sopa de peixe
© Arlindo Camacho

Nos primeiros tempos vai haver uma ligação inevitável ao Peter, diz Cordeiro, até pela ligação dos dois restaurantes ao mar. “Mas sou transmontano e como dizemos lá em cima ‘peixe na puxa carroça’”: costeletão com maturação de 45 dias, na brasa para duas pessoas (48,50€), picanha na brasa à Charkoal (15,50€) ou franguinho no carvão (12,50€) já puxam.

A trilogia de peixe
@Arlindo Camacho

Aldina e o chef identificaram a necessidade de um bom restaurante de brasa naquela zona e a isso acrescentaram uma coisa que por ali nunca é demais: planeiam sunsets temáticos e deram à Marina uma esplanada para 180 pessoas, uma carta de cocktails para um bar interior e outro cá for a, onde também se servem snacks. Também eles no carvão que, a propósito, não era um nome muito sonante para o lugar. “A um domingo, em casa, a minha filha sugeriu Charcoal [carvão em inglês]. Quando me encontrei com a Aldina ela disse-me que a filha dela tinha dito que se podia chamar Charkoal”. E o que vem das filhas é sagrado, garante o chef.

Marina de Oeiras. 21 441 4437.  Seg-Dom 12.00-02.00

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