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O Watt: o novo restaurante do chef Kiko é um choque de comida saudável

Escrito por
Mariana Correia de Barros
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Abriu há duas semanas em soft opening, mantém-se assim até ao final de Agosto, mas já há muito para contar sobre O Watt. Estas são as cinco coisas que tem de saber.

Fotografia: Arlindo Camacho

1. A comida saudável que dá energia

Já Lisboa inteira sabia que Kiko Martins ia abrir portas a um restaurante de cozinha de autor na EDP. É o segundo na sede – tem também A Cafetaria no piso -2, com saladas, tártaros e sanduíches –, mas o que não se sabia, e quis ser o próprio a explicar, era como é que energia e gastronomia se ligam à mesa. “É um sítio com uma onda mais saudável, não de modas, mas numa ideia de que como hoje trabalhamos muito com a parte física, temos de nos alimentar de forma diferente. N’ O Watt não tenho açúcares, não tenho fritos, manteiga, banhas. Quero que as pessoas acabem a refeição e se sintam com força, com energia. Como estou aqui [na sede da EDP] queria que tivesse a ver com energia.”

Tomate bio com burrata
Fotografia: Arlindo Camacho

2. A comida que é do mundo

É amplamente conhecida a sua predilecção pela comida do mundo. Aqui, casou um conceito de gastronomia mais saudável, daquela que não pesa no corpo, com as inspirações dos quatro cantos do mundo. “Sempre foi o meu propósito enquanto cozinheiro trazer o mundo a Portugal. Há outros cozinheiros contemporâneos para trabalhar o património português. Nunca foi essa a minha vida. Eu faço cozinha do mundo com matéria-prima portuguesa.” É por isso que aqui vai encontrar influências de Itália, do Havai, de Espanha, do Peru, do Médio Oriente, do México, da Índia e do Brasil.

Borrego do Médio Oriente
Fotografia: Arlindo Camacho

3. A comida que é crua, grelhada ou a vapor

Tal como n’O Talho, a ementa do novíssimo O Watt segue a ideia de entradas para partilhar, pratos principais para comer sem dividir com o vizinho do lado. Há três tipos de confecções na onda saudável, por onde se dividem os pratos da ementa: crus, a vapor e grelhados. Da primeira categoria fazem parte o tomate bio com burrata, isto é, o tomate em telha, em espuma e fresco, com a burrata, manjericão e um caviar de balsâmico (12,30€) e um poke de atum, com algas, molho ponzu, sésamo e abacate (12,70€), uma receita de inspiração havaiana. Da secção grelha, há uma entrada vegetariana de cogumelos e couve-flor com look de sobremesa, que traz cogumelos shimeji, porcini e cantarelos grelhados, um cuscus de couve-flor, avelãs e gema trufada (11,90€); e nos pratos principais uma espetada de polvo à galega, acompanhada de cevadinha com camarão e mexilhão e ervilha torta (19,70€) - “o polvo é grelhado no carvão e ao lado é como se fosse uma paelha com mariscos, mas feita de cevada” -; ou um carré de borrego do Médio Oriente, com o borrego grelhado, xarope de maça como molho e uma crosta de pistáchios, acompanhado de grão com pasta de tomate seco e espargos (20,40€). Na categoria ao vapor aparece por exemplo um camarão indiano em folha de bananeira, com lentilhas, massala indiana e chutney de manga (20,80€).

Abacaxi, Iogurte e Pinhão
Fotografia: Arlindo Camacho

4. A comida que não leva açúcares

Um dos grandes desafios, diz Kiko Martins, foi criar as sobremesas. “Como não usámos açúcares, fomos buscar outros componentes doces.” O resultado é, por exemplo, uma sobremesa de abacaxi, iogurte e pinhão (6,80€), com o abacaxi grelhado, um gelado de iogurte e um sponge cake de pinhão (a.k.a. bolo de microondas); um gelado de açaí, numa sopa de frutos vermelhos, com morangos e cereja, e ainda granola (7,20€); ou uma barra energética d’O Watt, feita com coco, pistáchio e tâmaras, servida com gelatina de laranja e togarashi (6,30€).

Fotografia: Arlindo Camacho

5. A comida que é mais bonita que o espaço. Ou será o contrário?

Neste caso é bem difícil dizer. Há pratos tão bonitos que dão vontade de emoldurar, mas a decoração do espaço, a cargo do designer britânico Jasper Morrison – atenção aos candeeiros de mesa de assinatura –, também está com muita pinta. O Watt tem uma sala ampla, dividida a meio por painéis de madeira, e cheia de luz que entra nas janelas rasgadas até ao chão (se sempre quis perceber como era trabalhar um edifício de arquitectura futurista com um jogo de luz e sombras, é a oportunidade certa. Na parede, há fotografias de Edgar Martins, feitas em edifícios da EDP. À entrada, há uma sala de espera com um bar onde se servem Amperes, cocktails de de energia, muito leves, feitos com gin, gengibre e coentros e outros cocktails, como o pisco sour d’ A Cevicheria ou o Gin d’O Talho. E depois a carta de vinhos, tal como a cozinha de Kiko, é uma viagem à volta do mundo, com a óbvia representação e Portugal. Afinal, também é assim a cozinha do chef.

O Watt fica no Edifício da EDP, Av. 24 de Julho, 12, e está em pré-abertura até final de Agosto. Serve almoços todos os dias da semana e jantares às sextas e sábados. Reservas: 21 136 9504.

Leia mais na edição de 26 de Julho da Time Out Lisboa

+ Visita guiada p'O Asiático, outra morada de Kiko

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