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Orçamento Participativo, sem filtros

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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Após a apresentação de propostas, o Orçamento Participativo de Lisboa seguiu para a segunda fase, a da Análise Técnica. A Time Out também fez a sua análise, mas das propostas mais inusitadas que encontrou no site oficial.

 

1 – Ponte, barreiras e heliporto para o Castelo

Demasiados tuk-tuks? Turistas a mais? Casas muito caras? A Monica Bellucci nunca mais aparece? Nada disso. Há duas propostas para o Castelo que nos chamaram a atenção e não conseguimos escolher apenas uma. A primeira (Proposta 1) defende a instalação de uma ponte levadiça no Arco do Castelo, o que não deixa de ser incrível. A proposta também sugere a construção de um fosso. Já a nossa segunda preferida para o bairro vem do ar (Proposta 27). Arriscando que o castelo “deve ser” uma das zonas do país com maior concentração de pessoas por metro quadrado durante todo o ano e defendendo que é um dos locais com acesso mais complicado, a ideia é instalar um heliporto no espaço em ruínas, mais especificamente no Pátio Dom Fradique, para receber helicópteros do INEM. Concordamos que o espaço precisa de mimos, mas o Hospital de São José fica a apenas um quilómetro. E é possível que haja a oposição do vizinho hotel de charme Palácio de Belmonte.

 

2 – Mais bronze para Ronaldo e Sá Carneiro

Está farto de gozar com as esculturas madeirenses em homenagem a Ronaldo, não está? Uma porque tem uma anatomia fálica de relevo, outra porque parece uma caricatura que correu mal. Pois há quem queira uma escultura em Lisboa de CR7, porque foi em Lisboa que o craque se formou, na Academia do Sporting Clube de Portugal. E se calhar não é nada má ideia proporcionar ao nosso melhor craque uma estátua mais consensual. É que craques da escultura não faltam em Lisboa. Ainda no mesmo campeonato, há mais uma proposta que nos saltou à vista. A Proposta 8 diz “Estátua de Sá Carneiro não o Dignifica” e defende que o busto do político no Areeiro deve ser substituído por uma estátua “à escala humana” como a de Fernando Pessoa no Chiado.

 

3 -  Mostradores da dívida portuguesa

Como se já não fosse suficiente deprimente termos a segunda maior dívida pública da União Europeia (a seguir à Grécia), há quem sugira não só afixá-la publicamente, como apresentar a conta dividida por todos. Há duas propostas no OP que defendem a instalação de um mostrador da desgraça na fachada do Instituto Nacional de Estatística ou na da Faculdade de Economia. A Proposta 60 quer três mostradores: um com o total da dívida portuguesa, outro com o “total de indivíduos” que habitam em Portugal e por fim um com quanto deve cada um desses indivíduos. A Proposta 384 vai dar ao mesmo, mas acrescenta outro local para que ninguém se esqueça que somos todos caloteiros: o topo do Parque Eduardo VII.

 

4 – Forrar as estações do Metropolitano de Lisboa com cortiça

Maria Keil, Rolando Sá Nogueira, Júlio Pomar, Manuel Cargaleiro, Maria Helena Vieira da Silva e Eduardo Nery? Que se lixem os renomados artistas que transformaram as estações de metro em galerias de arte debaixo de terra. O metro ficava melhor era todo forrado a cortiça para “quebrar e absorver” o barulho do metro. Ok, vá, chamamos o Vhils então? Nada disso. A Proposta 33 diz que pode mesmo ser cortiça de refugo. A ralé da cortiça, portanto.

 

5 – Passadeira rolante do Marquês às Amoreiras

Esta é provavelmente uma das melhores ideias das 434 em análise. A Proposta 399 acredita que Lisboa precisa mesmo é de uma passadeira rolante do Marquês de Pombal até às Amoreiras, um percurso que embora tenha pouco mais de um quilómetro, vai aumentando gradualmente de grau de dificuldade. A passadeira seria alimentada a energia solar, aquela que nos tem deixado de rastos por estes dias. Uma passadeira mágica vinha mesmo, mesmo a calhar.

 

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