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Farmácia
Fotografia: Ana Luzia interior do Museu da Farmácia

Sete coisas que aprendemos no Museu da Farmácia

Escrito por
Maria Ramos Silva
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O museu recebeu hoje a Conferência “Desumanidade e Justiça: as experiências médicas durante o período nazi 1933-1945”, mas a História da Farmácia faz-nos recuar muito mais no tempo, cinco mil anos, para sermos mais precisos. E em Portugal? Conheça sete curiosidades sobre a nossa história para descobrir neste espaço.

1. Desde quando existem farmacêuticos em Portugal? Convém lembrar que se chamavam boticários, que surgiram na Idade Média, e que a sua preparação dos medicamentos promovia a sua distinção dos físicos, ou médicos. Os primeiros em Portugal coincidem com o século XIII. Um diploma promulgado por D. Afonso IV em 1338 obriga a serem examinados pelos médicos do Rei todos os que exercessem os ofícios de médico, cirurgião e boticário na cidade de Lisboa. 

2. Éramos bons nesta área? Digamos com algum brio que, no século XVI, os boticários eram usados na identificação e conservação de drogas e chamados a desempenharem funções nas armadas e hospitais das fortalezas. Não se esqueça de Tomé Pires, o primeiro embaixador português na corte chinesa, e autor de Suma Oriental (1515), anterior a Garcia de Orta.

3. Que tipo de cuidados aplicavam? Há que dizer que ainda havia muito caminho a percorrer, portanto a terapêutica baseava-se em purgas, sangrias e clisteres. Pois, não é muito agradável. Os medicamentos eram essencialmente de origem vegetal e a farmácia química só começou a ser divulgada entre nós a partir do início do século XVII.

4. Como era o acesso à profissão? Era necessária aprovação num exame tutelado pelo físico-mor. Este regime de estudos manteve-se até 1836.

5. Esta história envolve uma onomatopeia? Não é onomatopeia, mas sim Pharmacopeia. Em 1794, Portugal teve a sua primeira farmacopeia oficial, a Pharmacopeia Geral, durante o reinado de D. Maria I. A obra regulamentava a produção de medicamentos e o exercício da prática farmacêutica nas boticas portuguesas.

6. Quando ficou tudo mais organizadinho? A Sociedade Farmacêutica Lusitana foi fundada em 1835, aproveitando o embalo dos ideais liberais. A profissão saía assim mais dignificada. O ensino superior farmacêutico iniciou-se em 1836, com a reforma de Passos Manuel, que instituiu as Escolas de Farmácia. Em 1902, as Cortes determinaram a obrigação de todos os candidatos a farmacêuticos frequentarem o Curso de Farmácia.

7. Já se parecia com uma indústria, portanto? Não, isso apenas sucedeu a partir de 1890. Sabia que uma das primeiras áreas industriais a desenvolver-se no campo da farmácia, foi a produção de vinhos medicinais? É verdade. O mais famoso foi o Vinho Nutritivo de Carne (1880), da farmácia Franco, de Belém, de Pedro Augusto Franco.

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