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Partir pedra numa oficina gratuita de calçada

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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Está a caminho de ser candidata a Património Cultural Imaterial da Humanidade, mas é bem palpável. E agora pode pôr mãos à obra numa oficina gratuita

Primeiro as boas notícias. Estão abertas as inscrições para a Oficina de Calçada marcada para 30 de Maio, das 14.00 às 17.00, uma actividade totalmente gratuita promovida pela Câmara Municipal de Lisboa. Agora as más: dia 30 de Maio calha a uma terça-feira, um dia pouco amigo de quem tem o chamado “horário normal” de trabalho...

Mas vamos aos factos. Sabe o que é “calcetar ao quadrado”, “desdobrar da pedra” ou “malhetar”? São todos termos usados pelos alunos e profissionais da Escola de Calceteiros, criada há mais de 30 anos pela Câmara Municipal de Lisboa. Expressões que vai poder acrescentar ao seu dicionário, com a propriedade de quem sabe o que está a dizer, graças a esta actividade. Destinada a adultos, é uma forma de sensibilizar a população para a importância da profissão de calceteiro, além de transmitir conhecimentos sobre as técnicas de produção da calçada artística portuguesa, partindo de um molde (como o da imagem) presente nos passeios da cidade.

A oficina vai decorrer nas instalações da Escola de Calceteiros, na Quinta Conde dos Arcos (Avenida Dr. Francisco Luís Gomes, Olivais) e as inscrições estão abertas até 23 de Maio. A selecção vai ser feita por ordem de chegada, por isso tente não escorregar no calendário.

Vá à oficina com estas informações debaixo do braço

Decore este nome: Eusébio Cândido Cordeiro Pinheiro Furtado (Eusébio Furtado chega, na verdade). É que não há só um Eusébio na história da cidade. O desporto deste era outro: engenheiro militar conhecedor de técnicas romanas de pavimentação e governador do Castelo de São Jorge entre 1840 e 1846, foi o responsável pela primeira aplicação de calçada portuguesa em Lisboa. Nos arredores do castelo mandou instalar flores, arvoredo e calçada mosaico para gáudio dos adeptos dos passeios (no sentido excursionista da palavra). O sucesso desta percursora arquitectura paisagista ditou a aprovação em 1848 do seu projecto para o Rossio: o Mar Largo, desenho que ainda hoje pisamos ao passar pela Praça D. Pedro IV.

Os lisboetas nutrem uma relação de amor/ódio com a calçada portuguesa, artística ou não, mas o amor tem sido mais forte: no final do ano passado a Câmara Municipal de Lisboa aprovou o processo de candidatura a Património Cultural Imaterial da Humanidade.

+ Mostra Debaixo dos Nossos Pés no Museu de Lisboa

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