Dois anos depois, o Chefs on Fire, o festival gastronómico dedicado à cozinha de fogo, acontece finalmente este fim-de-semana. À terceira edição, a festa à volta da fogueira faz-se durante dois dias numa bolha anti-covid, onde só entra quem tem um teste negativo, mesmo que esteja vacinado. São 14 chefs e não vai faltar boa música portuguesa a acompanhar a comida com Dino D’Santiago e Clã a encabeçarem o cartaz.
“Eu costumo dizer que o Chefs on Fire já era covid friendly ainda antes da covid”, brinca Gonçalo Castel-Branco, responsável pela organização, destacando as condições do festival que acontece sempre ao ar livre na Feira Internacional de Artesanato do Estoril (FIARTIL). Desde o início que o objectivo é garantir uma experiência segura e tranquila, sem grandes ajuntamentos e confusões. “Não podia encaixar melhor nos dias de hoje”, diz Gonçalo.
Apesar de ter passado este ano a contar com dois dias, o Chefs on Fire não quer ser um festival de música, mas também não é apenas um festival gastronómico. É um momento de celebração – este ano mais do que nunca – com boa comida, feita por alguns dos chefs mais conceituados do país, e boa música.
“Não passámos a ter dois dias para compensar a ausência do ano passado, isto já era uma ideia que tínhamos. É o crescimento natural e a verdade é que só podíamos crescer de duas maneiras, em tamanho ou em dias. E preferimos os dias”, explica o responsável.
Para quem já foi ao Chefs on Fire, não notará grandes diferenças, garante Gonçalo. As mesas continuam a ser comunitárias, com as devidas distâncias marcadas e a desinfecção a acontecer sempre que alguém se levanta. “As regras são as mesmas de uma esplanada, está tudo a ser cumprido com todo o cuidado. Queremos ter um evento 100% seguro.” E é por isso que o certificado de vacinação não chega, é preciso sempre um teste negativo nas últimas 48 horas – e quem não o tiver poderá fazê-lo na zona de testagem no recinto. “Queremos cumprir as regras, dando conforto. É um evento bolha onde toda a gente é testada”, afirma.
E não foi só na operacionalização que a covid esteve sempre presente, foi preocupação também na hora da escolha dos nomes que iriam partipar. Num ano e meio tão duro para os sectores da restauração e da cultura, Gonçalo Castel-Branco escolheu apenas nomes nacionais. “Olhar para o talento nacional é uma forma também de apoiar os dois sectores.” E não tem dúvidas de que “em Portugal talvez fosse mais fácil estar quieto porque fazer eventos hoje em dia é uma actividade louca”. “Mas queremos mostrar que é possível fazer coisas, os chefs e os músicos, que nunca baixaram os braços neste tempo todo, mereciam esse respeito.”
Os bilhetes para o Chefs on Fire ainda estão à venda, mas Gonçalo alerta que estão a desaparecer a um ritmo maior que nos anos anteriores. O bilhete diário tem o preço de 95€ e o passe de dois dias custa 170€. Cada bilhete, que é trocado à entrada por uma pulseira digital, promovendo um evento onde não se mexe em dinheiro, inclui dez doses de comida, cinco bebidas e cinco concertos. As crianças até aos seis anos não pagam (dos 6 aos 12, o bilhete tem o custo de 25€ e inclui cinco doses de comida, três bebidas e cinco concertos).
Gonçalo Castel-Branco é também responsável pelo The Presidential, um comboio que cruza o Douro e no qual são servidas refeições de chefs conceituados, e que no confinamento lançou o The Residential, um projecto em que cozinheiros escolhem criteriosamente produtos nacionais para um cabaz de luxo, e o entregam em casa, e ensinam a cozinhá-los em directo, através de uma videochamada.