A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar
Grace Jones: Bloodlight and Bami
Grace Jones: Bloodlight and Bami

Doclisboa 2017: Heartbeat, um coração pulsante

A secção Heartbeat é onde o Doclisboa acolhe a dança, o teatro, a literatura, as artes performativas e, principalmente, a música. E muita música há nesta programação paralela, mas não só, como estas sete escolhas mostram

Escrito por
Rui Monteiro
Publicidade

Como é ser um mito? Como se faz cinema no Afeganistão? Como ser um artista provocador na Coreia do Sul? Como se vive com a fama? Tantas perguntas demandam muitas respostas. Mais gerais e profissionalmente focadas, umas; outras, mais pessoais e íntimas. E para lá das respostas ficam os retratos, como estes sete.

+ DocLisboa2017: Um filme por dia...

Doclisboa 2017: Heartbeat, um coração pulsante

Grace Jones: Bloodlight and Bami

Um ícone é um ícone e está resolvido. Grace Jones é um ícone da década de 1980, uma mulher que se fundiu na personagem, ora como cantora, ora como actriz, ora como celebridade, ora como Grace Jones, pura e simples. Era selvagem e andrógina o suficiente para sobressair, e tinha talento para brilhar e estofo para sobreviver, como mostra Sophie Fiennes no seu documentário.

S. Jorge, Sexta, 20, 21.30

Becoming Cary Grant

Mark Kidel, como qualquer bom documentalista, reconhece o ícone de Hollywood em Cary Grant, mas a sua abordagem faz-se raspando o brilho que cobria o astro do cinema para explorar o homem, o ser humano para lá das personagens em que se tornava. O trabalho do realizador nasce do conhecimento e da adaptação de uma autobiografia nunca publicada na qual Grant (através da voz do narrador, Jonathan Pryce) fala das suas dependências e das suas fraquezas com uma candura rara.

Culturgest, Sábado, 21, 21.30; Domingo, 29, 17.00

Publicidade

Whitney ‘Can I be Me’

Nick Broomfield, como se viu em Kurt & Courtney (1998), gosta de documentar a queda das estrelas e não se inibe em carregar as cores negras da vida de artista. É por este caminho, embora de forma menos especulativa que no seu filme sobre o suicídio de Kurt Cobain, que a sua realização acompanha a ascensão e queda de Whitney Houston, a super-estrela exemplar, a cantora mais premiada de sempre, sim, essa de quem se dizia ter mais canções no primeiro lugar do top do que os Beatles. E, também, a vítima de violência doméstica que se foi perdendo em misturas de álcool de drogas até se finar aos 48 anos.

Culturgest, Domingo, 22, 16.15

Bill Frisell, A Portrait

Quando se pensa em guitarristas, uma pessoa pensa nos “guitar heroes” espalhafatosos do heavy-metal, sempre prontos para um solo de 45 minutos, ou nos brilhantes mas discretos instrumentistas que se deixam ficar em segundo plano, ou mesmo naqueles que egocentricamente não se inibem de mostrar como são bons dedilhadores. Quase ninguém pensa em Bill Frisell (e não se façam desentendidos que o homem já cá esteve um par de vezes), excepto quando se é músico. É uma das coisas que se aprende com o documentário de Emma Franz sobre este músico dos músicos, este compositor de gabarito e intérprete permanentemente à procura da nota ideal, um dos mais relevantes e influentes guitarristas das últimas quatro décadas.

 

Ideal, Segunda, 23, 22.00

Publicidade

The Prince of Nothingwood

A história que Sonia Kronlund conta no seu documentário é das mais extraordinárias. É a história de Salim Shaheen, o mais popular e trabalhador actor, realizador e produtor de do Afeganistão, há 30 anos ao serviço do cinema popular, apesar das guerras por que o país passou (passa) entretanto. A câmara da realizadora concentra-se num momento, quando, a uns 100 quilómetros da capital, arrastando a sua trupe particularmente excêntrica de actores, Shaheen apresenta alguns dos seus 110 filmes e se prepara para rodar o 111º.

  1. Jorge, Sexta, 27, 22.00; Ideal, Sábado, 28, 00.00

Bamseom Pirates Seoul Inferno

Andar a gritar loas a Kim Jong-il (o pai do ditador de serviço na Coreia do Norte), em plena Seoul, capital da Coreia do Sul, pode parecer um gesto vazio, uma provocação gratuita como as arengas dos Sex Pistols contra a rainha de Inglaterra, mas é um pouco mais do que isso. Pelo menos de acordo com o filme de Jung Yoon-suk sobre a banda de punk-metal sul-coreana Bamseom Pirates, criadores do infame tema Salve Kim Jong-il!, aqui apresentado como parte do desafio que dois jovens músicos lançam ao frágil sistema democrático e às autoridades políticas.

Museu do Oriente, Sábado, 28, 15.00

Publicidade

Faithfull

Por falar em sobreviventes. Marianne Faithfull sobreviveu a tudo. E quando todos a pensavam arrumada, se não mesmo morta, a antiga musa da década de 1960 renasceu, tal qual como a Fénix. Um percurso registado com sensibilidade por Sandrine Bonnaire no seu retrato sobre o declínio e o renascimento de uma diva renitente.

(Nesta sessão é igualmente exibida curta-metragem Colette Magny’s Political Song, de Yves Marie-Mahé).

Culturgest, Domingo 29, 16.15

Outros filmes para ver esta semana

  • 5/5 estrelas
  • Filmes

No princípio, eram as pessoas. No princípio do cinema, bem-entendido, porque foram pessoas, os operários da fábrica da família, em Lyon, que Louis e Auguste Lumière captaram em 1895 no filmezinho com o mesmo título que se convencionou ter inaugurado a história do cinema.

  • 3/5 estrelas
  • Filmes
  • Comédia

Com a estreia de A Floresta das Almas Perdidas e a reposição do mais famoso filme de Abbas Kiarostami (1940-2016) esta parece semana dedicada ao suicídio nos cinemas lisboetas. 

Publicidade
Borg vs McEnroe
  • 3/5 estrelas
  • Filmes
  • Drama

O título engana. Borg vs McEnroe é, em
 parte, um filme sobre a lendária final de 
Wimbledon de 1980, quando o já consagrado, 
e lacónico e imperturbável Bjorn Borg (Sverrir Gudnason) procurava a quinta vitória consecutiva no torneio, e o indisciplinado e explosivo John McEnroe (Shia LaBeouf). tentava batê-lo, e sobre as personalidades de ambos. 

Recomendado
    Também poderá gostar
    Também poderá gostar
    Publicidade