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Doclisboa: os filmes imperdíveis para ver em 11 dias de festival

De 19 a 29 de Outubro, o 21.º Doclisboa vai mostrar 250 filmes (39 deles portugueses). Destacamos oito títulos e as duas retrospectivas deste ano.

Escrito por
Eurico de Barros
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É numa Culturgest com o equipamento de cinema todo renovado, bem como no Cinema São Jorge, no Cinema Ideal e na Cinemateca, que decorre a 21.ª edição do Doclisboa, entre os dias 19 e 29 de Outubro. Vão ser exibidos 250 filmes vindos de 42 países. Portugal contribui com 39 títulos, nove dos quais participam na competição nacional. Para além de todas as habituais secções, entre as novidades deste ano encontramos, na secção Riscos, um programa, o Shadowboxing, que põe em diálogo dois programadores, Cíntia Gil e Jean-Pierre Rehm; encontramos ainda uma sessão especial, O Futuro, 2050, em colaboração com Lab2050, composta por filmes de alunos da Escola António Arroio, que especulam como poderá ser o ano de 2050; e um novo prémio, no valor de 3 mil euros, para o melhor filme de temática associada aos direitos humanos e à liberdade de expressão. Destacamos oito filmes e as duas grandes retrospectivas deste ano. A programação completa pode ser consultada aqui.

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Doclisboa 2023: os filmes a não perder

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De Wang Bing

O filme de abertura do Doc 2023 é invulgarmente curto (apenas uma hora) para as durações a que Wang Bing nos habituou, mas não é por isso que deixa de ser menos impressionante do que os outros do documentarista chinês. Bing dá-nos a conhecer Wang Xiling, de 86 anos, um dos mais importantes compositores clássicos do seu país, e a sua longa história de sofrimento, de perseguição e de maus-tratos pelas autoridades da China, enquanto ouvimos excertos da sua música.

Filme de abertura. Cinema São Jorge – Sala Manoel de Oliveira, 19 Out (Qui) 21.00

Ongoing Cave

De Julián D’Angiolillo

Espeleólogos cubanos e italianos exploram uma enorme caverna em Cuba. Enquanto circulam correntes de ar sobre a Terra, eles estão protegidos dos desastres exteriores. A sobrevivência na troposfera ensina-nos a reduzir a actividade humana da superfície. Em Ongoing Cave (La Gruta Continua, no original), os homens descem às profundezas do planeta e as grutas são apresentadas como fenómenos omnipresentes e interrogações meteorológicas.

Competição Internacional. Cinema Ideal, 25 Out (Qua) 22.00

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A Câmara

De Cristiane Brum Bernardes e Tiago de Aragão

O Congresso Nacional brasileiro é composto na sua maioria por homens. No último ano do mandato de Jair Bolsonaro como Presidente do Brasil, Cristiane Brum Bernardes e Tiago Aragão foram em busca das mulheres que o integram, independentemente da posição política que representam, e documentaram-nas no exercício das suas funções como deputadas.

Da Terra à Lua. Culturgest, 23 Out (Seg) 19.00; Cinema São Jorge – Sala Manoel de Oliveira, 26 Out (Qui) 21.30

Theatre of Thought

De Werner Herzog

No seu novo documentário, o incansavelmente curioso Werner Herzog vira a sua atenção para o cérebro humano, procurando perceber como é que este órgão é capaz de dar origem a pensamentos e sentimentos profundos, e reflectindo sobre as implicações filosóficas, éticas e sociais de uma neurotecnologia que não pára de se desenvolver. O que será o nosso cérebro no futuro?

Da Terra à Lua. Culturgest, 21 Out (Sáb) 19.00; Cinema São Jorge – Sala Manoel de Oliveira, 29 Out (Dom) 21.00

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Não Sou Nada

De Edgar Pêra

Miguel Borges interpreta Fernando Pessoa nesta nova realização de Edgar Pêra. No Clube do Nada, habitado pelos seus heterónimos, o poeta consegue concretizar todos os seus sonhos. Mas a entrada em cena de uma mulher sofisticada, muito diferente da Ofélia do mundo real, vem destabilizar o Clube, ao mesmo tempo que o heterónimo Álvaro de Campos disputa a autoridade de Pessoa de forma violenta. Também com Albano Jerónimo, Victoria Guerra e Paulo Pires.

Riscos. Culturgest, 25 Out (Qua) 19.00

National Anarchist: Lino Brocka

De Khavn De La Cruz

Autor de filmes como Jaguar, Bona ou Macho Man, Lino Brocka (1939-1991) foi um dos mais importantes nomes do cinema filipino, cujos filmes, marcados pelo realismo social, chocaram quase sempre com a censura do regime de Ferdinand Marcos. Aliás, a morte de Brocka, num desastre de automóvel, poderá ter por trás um assassínio encomendado pelo governo. Este filme é uma homenagem ao realizador (que se considerava um anarquista), distinguido como Artista Nacional das Filipinas postumamente, em 1997. É uma montagem de imagens e sons das mais de 60 fitas que ele rodou.

Riscos. Cinema São Jorge 3, 23 Out (Seg) 19.45; Culturgest, 28 Out (Sáb) 19.45

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Verdade ou Consequência?

De Sofia Marques

Luís Miguel Cintra faz 50 anos de carreira em 2023 e Sofia Marques traça o seu retrato íntimo neste documentário, que é igualmente sobre o actor, a sua arte da representação e o teatro, a partir do seu trabalho no palco mas também no cinema. Nomeadamente (mas não só) sob a direcção de Manoel de Oliveira, com o qual Cintra teve uma longa e rica relação. E ainda as cidades que foram importantes para ele, em especial o Porto e Madrid.

Heart Beat. Culturgest, 22 Out (Dom) 16.45

Anastasia Lapsui e Markku Lehmuskallio

Retrospectiva

Há 50 anos que o finlandês Markku Lehmuskallio e a indígena nenetse Anastasia Lapsui documentam (e ficcionam) a vida e a cultura dos povos da região árctica, do Norte gelado. Esta é a primeira retrospectiva integral da sua obra, como nunca houve nem sequer na Finlândia, que não se limita a filmes estritamente etnográficos, já que Lapsui e Lehmuskallio também abordaram outras formas cinematográficas, como a etnoficção, a animação e pelo menos uma ficção, A Bride of the Seventh Heaven, baseada em histórias da noite da tradição oral do povo nenetse.

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O Documentário em Marcha: Conturbados Anos 30 na América do New Deal

Retrospectiva

A segunda grande retrospectiva da 21.ª edição do Doclisboa é composta não só por documentários de registo, de propaganda, militantes e mesmo de recorte vanguardista rodados nos EUA na década de 30, durante a Grande Depressão e a administração de Franklin D. Roosevelt, como também jornais de actualidade e outros títulos documentais e de ficção estendendo-se até à década de 70, assinados por colectivos como a Film and Photo League, e por nomes como Leo Hurwitz, Paul Strand, Joris Ivens, Ralph Steiner, Willard Van Dyke, Robert J. Flaherty, King Vidor ou Elia Kazan.

Baan

De Leonor Teles

O filme de encerramento deste ano do Doclisboa é português: Baan, que significa “casa” em tailandês e é a primeira ficção de Leonor Teles. Rodado em 16 mm, em grande parte em Lisboa e “com um pezinho na Tailândia”, como disse a realizadora, é uma obra de geração e também sobre a Lisboa deste tempo, numa história que começa quando L encontra K e começam a gravitar uma em redor da outra.

Filme de encerramento. Culturgest, 29 Out (Dom) 21.00

Documentar o mundo

  • Filmes

Madonna, Patti Smith, Nina Simone, Amy Winehouse, Janis Joplin e Whitney Houston. Eis as seis cantoras que protagonizam estes seis documentários que, embora contemplando tipos de narração e estruturas formais diferentes, têm em comum o recusarem o sensacionalismo, o voyeurismo e os lugares-comuns.

  • Filmes

A revolução dos cravos nunca foi pacífica. Numa coisa, porém, quase todos concordam: a liberdade tornou Portugal um país diferente, e a democracia, apesar dos seus defeitos, permitiu o progresso. Coisa que pode não se ver bem, agora. Contudo estes sete documentários mostram o antes e depois. É só comparar.

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