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Seis cantoras, seis documentários

Estreia-se esta semana 'Nico, 1988', um filme biográfico sobre a cantora, modelo e actriz. Uma boa ocasião para falarmos de seis documentários sobre cantoras carismáticas

Escrito por
Eurico de Barros
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Madonna, Patti Smith, Nina Simone, Amy Winehouse, Janis Joplin e Whitney Houston. Eis as seis cantoras – algumas delas também compositoras e autoras – que surgem em seis documentários que as apanham no palco, nos bastidores e em privado, e que lhes contam as vidas, algumas delas agitadas, complicadas e finalmente trágicas, como foi o caso das de Janis Joplin, Amy Winehouse e Whitney Houston. Todos estes filmes, embora contemplando tipos de narração e estruturas formais diferentes, têm em comum o recusarem o sensacionalismo, o voyeurismo e os lugares-comuns, sendo o mais "ligeiro" o dedicado a Madonna em digressão.

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Seis cantoras, seis documentários

‘Na Cama com Madonna’, de Alek Keshishian (1991)

O título deste documentário sugere que vamos ter acesso privilegiado à intimidade de Madonna, mas nada mais ilusório, já que ela controla tudo: o que é mostrado e o que fica por mostrar. É um registo da Blonde Ambition Tour feita por Madonna em 1990, estava ela no auge da fama e com a veia provocatória a latejar como nunca. Alek Keshishian tanto anda pelo palco durante os espectáculos como nos bastidores e nas festas, e há vários momentos memoráveis, caso daquele em que Madonna ridiculariza Kevin Costner após ele dizer que o concerto a que assistiu foi “giro”, ou da birra da cantora quando fica pelo beicinho por Antonio Banderas.

‘Patti Smith: Dream of Life’, de Steven Sebring (2005)

Patti Smith leva-nos numa viagem pela sua vida, desde a mais tenra infância até à altura em que voltou a dar concertos e a fazer digressões. Este documentário levou mais de dez anos a ser feito, pelo que assistimos ao crescimento dos filhos de Patti, que fala da sua relação com Robert Mapplethorpe, evoca os anos 60, toca guitarra com Sam Shepard, lê textos de sua autoria, canta para a câmara de Steven Sebring, brinca com o seu gato ou partilha o palco com Philip Glass. Sintomaticamente, Patti Smith: Dream of Life foge ao formato linear, narrativo, explicativo e “arrumadinho” dos documentários tradicionais.

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‘What Happened, Miss Simone?’, de Liz Garbus (2015)

Chamavam-lhe a “Sumo Sacerdotisa da Soul”, mas este documentário sobre Nina Simone não se fica apenas pela música e pela sua assombrosa voz, demorando-se também na sua acção enquanto activista política, nomeadamente pelos direitos civis dos negros, e não esquiva a personalidade volátil e complexa de Simone, que a podia levar da calma à fúria num abrir e fechar de olhos. Entre muitos outros, o filme inclui depoimentos e aparições da sua filha, Nina Simone Kelly, de Stanley Crouch, Stokely Carmichael, Hugh Hefner, Sammy Davis, Jr., Harry Belafonte ou James Baldwin.

‘Amy’, de Asif Kapadia (2015)

A rápida ascensão e a trágica queda de Amy Winehouse, cuja breve vida o realizador do brilhante Senna mostra ter tido duas metades completamente distintas: uma normal e feliz, que abrange ainda uma parte da sua carreira musical, e outra sinistra e devastadora, por causa de uma personalidade débil, das drogas, da bebida, das companhias (em especial a do seu namorado, o repelente Blake Fielder), a que se acrescenta um pai que queria aproveitar-se ao máximo dos proventos do dom artístico e da fama da filha. Asif Kepada nunca envereda pelo voyeurismo com a desculpa do “realismo”, nem se esquece de sublinhar o incrível talento de Amy, expresso na sua voz única.

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‘Janis: Little Girl Blue’, de Amy Berg (2015)

Cat Power é a "voz" deste documentário sobre Janis Joplin, construído à base de depoimentos de familiares e amigos da cantora, de pessoas que tocaram e privaram com ela, e de antigos namorados, assim como de uma selecção da correspondência de Joplin para pais, irmãos e amantes, e de um manancial de imagens de arquivo e inéditas. Berg mostra como as humilhações que ela sofreu no liceu e na faculdade a marcaram permanentemente, e como a sua personalidade anti-convencional e expansiva ocultava muita insegurança e grande fragilidade emocional. Como a própria Janis Joplin disse: “No palco, faço amor com vinte e cinco mil pessoas, e depois volto para casa sozinha”. Não foi só a heroína que a matou, foi também a infelicidade.

‘Whitney’, de Kevin Macdonald (2018)

Depois de Whitney: Can I Be Me, realizado em 2017 por Nick Broomfield e Rudi Dolezal, eis um segundo filme sobre a malograda cantora e actriz. Kevin Macdonald, autor de Being Mick (2001), sobre Mick Jagger, e de Marley (2012), sobre Bob Marley, recorre a imagens e material sonoro de arquivo nunca divulgados, e a gravações pouco conhecidas, juntando-lhe entrevistas feitas a amigos, familiares e próximos de Whitney Houston, e a muitos nomes da indústria musical e discográfica, bem como um aturado trabalho de investigação, para assinar um dos documentários biográficos mais bem documentados, intransigentes e esclarecedores já feitos. É o retrato de uma mulher que, por detrás da sua imagem pública de superestrela talentosa e aparentemente realizada e feliz, vivia sob o peso de um traumatismo de infância secreto, que acrescentava aos seus problemas pessoais e conjugais.

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