
O melhor que vimos em Novembro
Novembro foi um mês melhor do que a média em estreias de cinema. Estes foram os melhores filmes
Novembro foi um mês melhor do que a média em estreias de cinema. Além do filme vencedor do Festival de Cannes, a sátira social O Quadrado, do sueco Ruben Ostlund, títulos como Lucky, de John Carroll Lynch e último filme com Harry Dean Stanton, Coco, a nova animação digital da Pixar, de Lee Unkrich e Adrian Molina, ou o documentário do português João Monteiro, Nos Interstícios da Realidade ou o Cinema de António de Macedo, garantiram um mês sólido na qualidade como na diversidade.
O melhor que vimos em Novembro
Nos Interstícios da Realidade
João Monteiro, um dos directores do MOTELX, faz justiça neste documentário ao realizador António de Macedo, falecido há um mês. Por ter optado por fazer cinema de género, e sobretudo filmes fantásticos, uma quase heresia em Portugal, Macedo foi ostracizado pelo meio cinematográfico e pelos poderes que distribuem os apoios financeiros, acabando por ter que deixar de filmar nos anos 90, após assinar Chá Forte com Limão (1993).
Por Eurico de Barros
O Quadrado
Uma sátira negra, desassombrada e levemente absurda do sueco Ruben Ostlund (Força Maior) às utopias artístico-humanitárias, aos embustes da arte contemporânea e ao polticamente correcto, através da história de Christian (Claes Bang), o curador de um museu de Estocolmo precipitado numa espiral de situações embaraçosas e dramáticas, que expõem a distância entre o seu discurso público idealista e o seu comportamento pessoal. Palma de Ouro no Festival de Cannes deste ano.
Por Eurico de Barros
Coco
Em boa hora a Pixar foi ao México inspirar-se nos costumes e nas tradições populares deste país, nomeadamente na celebração do Dia dos Mortos. Graças a elas, Lee Unkrich e Adrian Molina realizaram esta feérica e divertidíssima animação musical e fantástica passada no mundo dos mortos mexicano, que promove os valores da família e consegue ser mais imaginativa, mais original e ter mais vida do que a maior parte dos filmes sobre gente viva e com actores de carne e osso.
Por Eurico de Barros
Lucky
O actor John Carroll Lynch estreou-se a realizar dirigindo Harry Dean Stanton naquele que seria o filme de despedida deste, que interpreta uma versão ficcionada de si mesmo, o Lucky do título, habitante de uma vilória do Arizona. Uma serena, límpida e eloquente celebração de um dos maiores, mais duradouros e mais queridos actores característicos americanos, aqui rodeado por colegas como Ed Begley, Jr, Beth Grant ou Tom Skerritt, e emperceirando com o seu velho amigo David Lynch, este no papel do dono de um cágado em fuga.
Por Eurico de Barros