
‘Sandman: Mestre dos Sonhos’ é um regalo para os olhos
A série da Netflix adapta o comic (re)criado por Neil Gaiman, com uma mescla de fantasia, terror sobrenatural e entidades mitológicas.
★★★☆☆
Muitos anos e muitos projectos para cinema e televisão gorados depois, Sandman: Mestre dos Sonhos (Netflix), o comic (re)criado por Neil Gaiman em 1989 (a personagem já existia com outras características há algumas décadas) foi enfim filmado. Sonho, ou Morfeu (ou João Pestana, em português), o senhor do Reino dos Sonhos e um dos sete Eternos (Tom Sturridge), é inadvertidamente capturado por um mago inglês no início do século passado, ficando seu prisioneiro durante mais de 100 anos e perdendo os três objectos que lhe dão os seus poderes. Quando se consegue libertar, vai em busca deles, entre o nosso mundo, o seu e locais como o inferno. A sumptuosidade visual, os efeitos especiais, a intrincada mescla de fantasia, terror sobrenatural e entidades mitológicas, e o rico elenco de Sandman: Mestre dos Sonhos (que cede ao irritante politicamente correcto na caracterização de várias personagens) tende a ocultar alguma discrepância entre a opulência e a elaboração do world building, e a limitação do enredo e a parca estrutura dramática: na sua busca, Morfeu faz pouco mais do que figura de nosso guia por uma série de paisagens fantástico-oníricas, e muitas das histórias dentro da história são episódicas. Ainda assim, a série não deixa de ser um regalo para os olhos.

Mais críticas de televisão
Jimmy Savile, o monstro altruísta
★★★★☆
‘Jimmy Savile: Uma História de Terror Britânica’ (Netflix) conta, com rigor e sem sensacionalismo, a história do lendário apresentador do ‘Top of the Pops’.
‘Julia’, uma série cozinhada no ponto
★★★★☆
Sarah Lancashire faz esquecer Meryl Streep como Julia Child. Esse é o maior elogio possível a esta série da HBO Max.
‘Anatomia de Um Escândalo’ é um enjoo
★☆☆☆☆
A minissérie da Netflix é uma história molengona e estereotipada. David E. Kelley está mesmo a perder qualidades.