Meninas e meninos: há espectáculos infantis online

As salas de teatro encerraram. Mas há uma que continua aberta e funciona 24 horas por dia, sete dias por semana: é a sala online do Teatro Nacional D. Maria II, no Vimeo. Frei Luís de Sousa, Ifigénia, Montanha Russa e Sopro são algumas das peças de teatro disponíveis para as pessoas crescidas, mas os miúdos não foram esquecidos e podem assistir no conforto do lar – de pijama, se assim der na gana – a Alice no País das Maravilhas e a A Origem das Espécies.

Na nova salinha online, a partir de 18 de Abril, as famílias com crianças entre os três e oito anos vão encontrar vídeos com actores a interpretar histórias e contos infantis todos os fins-de-semana, às 11.00. As leituras ficam disponíveis para serem vistas ou revistas a qualquer altura.

“Para este tempo de recolhimento que todos vivemos, a equipa Marionetas do Porto propõe uma temporada de espectáculos que permite ao público descobrir ou revisitar peças emblemáticas dirigidas a todos, de forma a continuarmos juntos.” Foi assim que o Teatro de Marionetas do Porto fez as apresentações da Temporada Primavera em Casa, um programa gratuito que todas as quartas-feiras estreia um espectáculo que fica em cena durante uma semana – que é como quem diz, disponível na internet. Nada ou o Silêncio de Beckett, História da Praia Grande e Wonderland já passaram por este palco dos tempos modernos; esta semana chega a vez de A Cor do Céu, para miúdos a partir dos 4 anos. Mas fique de olho: na calha estão ainda Cinderela, Polegarzinho ou Frágil. 

Esta companhia de teatro infantil não é de se fechar em salas de espectáculo tradicionais (gosta de museus e de jardins), muito menos em casa, mas agora que tem mesmo de ser arranjou uma solução para continuar a chegar aos mais novos: o projecto Teatro à Porta Fechada, que inclui pequenos vídeos – que nunca chegam aos 10 minutos – com contos tradicionais. As histórias, disponíveis nas contas de Facebook, Instagram e Youtube da Byfurcação, são gravadas num único take, para replicar a experiência do teatro ao vivo. “Todos os pequenos lapsos fazem parte da emoção do momento. Os recursos são mínimos pois estamos fechados em casa, como todos”, explicam em comunicado. A Carochinha teve mais de 10 mil visualizações na primeira semana. Mas há muitas outras histórias para ver e ouvir: O Gato das Botas, A Cigarra e a Formiga, O Patinho Feio, O Capuchinho Vermelho, A Rã e o Touro ou A Princesa e o Sapo.

Os musicais de Filipe La Féria costumam encher a sala do Politeama durante meses e meses – e os infantis não são excepção, com meninos de todas as idades a fazer fila indiana para entrar. Quando a pandemia começou a espalhar-se, estava em cena A Rainha do Gelo, que teve de ser congelado por tempo indeterminado. Mas os mais novos não ficaram sem os seus musicais: na página de Facebook do Politeama a festa continua. Quem tem estado atento, já teve oportunidade de ver O Principezinho e Peter Pan. Entre quinta e domingo, sempre às 15.00, é a vez de Sítio do Picapau Amarelo. 

Ainda nem tínhamos perguntado, mas eles responderam logo. Porquê? “Porque mesmo em casa temos bichinhos carpinteiros e não conseguimos estar parados... Porque estamos de portas fechadas, mas de coração aberto. Porque para nós é importante manter o contacto com o nosso público familiar e escolar.” Eis as razões para a Casa do Coreto e a Lua Cheia terem lançado o programa A Casa em Casa, com conteúdos virtuais para os mais novos. Agakuke em casa, O Caso Grave da Sensível, Melissa, aventuras de uma aranhiça e Mão Amarela já estão disponíveis. Basta carregar no play para, meninos e meninas, o espectáculo começar.