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Kings of Leon
Foto: Time Out Chicago

5 canções pós-pequeno-almoço

Torradas, cereais, granolas desta vida. Tudo combina com ScHoolboy Q, Kings of Leon, Wes Montgomery, Marvel Lima e Warpaint, por motivos diferentes, claro. A postura que decide tomar após a primeira refeição do dia é meio caminho andado para o sucesso

Escrito por
Miguel Branco
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Ligar a máquina de café. O botão está perro. Ligar a máquina de café, nada acontece antes disso. Se é dos resistentes e só bebe café na rua, certamente só fala depois disso. Bom, na verdade, a liberdade trouxe a possibilidade de acordar como quiser. Aqui para nós preferíamos que falasse baixo, mas cada um com a sua. A lista que se segue é isso mesmo: ambivalente. Há cinco canções para várias posturas e ritmos depois dos cereais acabarem.

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ScHoolboy Q – “THat Part [feat. Kanye West]”

Um dos grandes discos de 2016 devolveu-nos a manhã "à lá gangster". Atire a faca – aquela com que barrou a manteiga na torrada – com displicência para o lava-loiça. Depois é trancar o rosto, aumentar o volume nos auscultadores e fulminar todos os olhares que se cruzarem consigo durante o trajecto até ao trabalho. “Bang, não se metam comigo hoje”, regras do hip-hop que convém cumprir. “THat Part”, tirado de Blank Face LP (2016, Top Dawg/Interscope) torna-nos praticamente intocáveis, pelo menos até o patrão nos dizer os objetivos para o dia.

Kings of Leon – “Red Morning Light” 

Calma, não precisa de sair desta página só porque leu Kings of Leon. É que antes de a coisa virar lamechice barata era quase country, uma inocência e destreza rock equivalente a uma palete de bebidas energéticas. Neste caso, talvez não seja terrível beber café apenas na rua. “Red Morning Light” – editado pela RCA em 2003, em primeiro lugar no EP What I Saw e depois no disco de estreia Youth & Young Manhood – é, mais do que qualquer outra coisa, multivitamínico. Ou seja, deixe de lado o sumo de frutos vermelhos e corte a barba de modo a ficar com umas patilhas catitas. Se for despedido não nos responsabilizamos. Foi só uma ideia.

Wes Montgomery – “Mr. Walker”

A escolha desta canção tem rasteira. É que “Mr. Walker”, como de resto todo o The Incredible Jazz Guitar of Wes Montgomery, disco editado em 1960 pela Riverside Records, serve para qualquer altura do dia. Mas se é de manhã que ele começa tratemos de carregar no play bem cedo. E é perfeito para tudo. Trabalha em casa? Experimente acompanhar o seu processo criativo com o dedilhar genial deste génio. É fim-de-semana? Melhor ainda, é esticar os pés e deixar-se absorver. Oiça isto e pronto. Mesmo que não tenha tomado o pequeno-almoço.

Marvel Lima – “Fever”

Largue o bacon, que isso faz mal. Os Marvel Lima são o galão desta lista, se assim não fosse estaríamos perante um american breakfast. E isso, embora reconforte em alguns dias de acordar mais complexo, nem sempre é o mais recomendado. O primeiro disco – e homónimo – editado em 2016 pela Pontiaq, teve uma explosão no panorama da música nacional idêntica à do Chocapic. É praticamente impossível não dançar. Se chover então ainda vai melhor, a ver se afasta os demónios meteorológicos. 

 

Warpaint – “Whiteout”

As Warpaint são uma espécie de cola-tudo. Tanto geram hits ruidosos, a precipitar o empurrão, como são capazes de nos atirar para o chão com uma canção como esta. “Whiteout”, um dos singles de Hands Up – editado em 2016 pela Rough Trade – é para quando a fome demora a chegar, quando nem a mais cintilante omelete parece atractiva. É escutar, sofrer, e saber que elas estarão por aqui para nos amparar. Isso vale mais do que qualquer granola.

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