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Elis - O Filme

Elis Regina em 10 canções

A voz de Elis Regina desapareceu numa mistura de comprimidos e cocaína em 1982. Singelos, deixamos aqui 10 canções.

Escrito por
Rui Monteiro
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As vozes iluminadas são como os cometas: aparecem de vez em quando e desaparecem num ápice. Elis Regina foi o cometa que, em menos de 20 anos de carreira, iluminou a música brasileira, sobrevivendo a todas as querelas estéticas dos anos de 1960 e 1970 e, pela sua voz e atitude interpretativa, fazendo a sua música viver como se não existisse tempo.

Elis Regina em 10 canções

Arrastão

O primeiro Festival de Música Brasileira, em 1965, estava para ser um espectáculo de apresentação de canções, em que o júri votaria apurando um vencedor. Estava para ser e foi. Até que a apresentação intensa e vívida de Elis Regina irrompeu em palco como uma pespineta sem freio, pronta a fazer da canção de Vinicius de Moraes e Edu Lobo a melhor do concurso. E foi o que aconteceu. Uma vitória e uma apoteose, com muitos críticos e jornalistas de então considerando esta apresentação como “um marco e a inauguração de um novo estilo” da música popular brasileira.

Atrás da Porta

Elis, simplesmente, foi o título de mais do que um álbum da cantora. E foi no primeiro que assim se chamou que surge a beleza desta canção composta por Chico Buarque e Francis Hime.

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Águas de Março

No mesmo Elis, mostrando como a cantora sabia escolher os seus compositores e como estes, a bem dizer, faziam bicha para lhe oferecer canções, surge pela primeira vez "Águas de Março". O tema de Tom Jobim fora já gravado pelo autor e por Matita Perê, mas a sua versão, digamos, definitiva, foi registada em 1974 para o LP Elis & Tom

Dois Pra Lá, Dois Pra Cá

Uma das mais românticas canções do seu reportório surge primeiro em single e é, mais tarde, incluída em Elis ao Vivo, o seu primeiro registo em concerto. Composição de Aldir Blanc e João Bosco, esta versão foi retirada do DVD Doce de Pimenta.

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Fascinação

Falso Brilhante é, provavelmente, o LP de Elis Regina que reúne o maior conjunto de boas canções, daquelas que o tempo resguardou como as pérolas preciosas que são (mais duas do mesmo disco seguem já a seguir). "Fascinação", por outro lado, é canção com mais história do que o costume, pois, criada em 1905 pelo compositor italiano Fermo Dante Marchetti, com letra do francês Maurice de Féraudy, teve uma versão em português, na década de 1940, responsabilidade do carioca Armando Louzada, a quem ninguém parece ter ligado nenhuma até Elis Regina a gravar. Além de história, ainda há uma curiosidade, pois a interpretação aqui presente foi gravada em Lisboa, durante a apresentação do espectáculo Transversal do Tempo, em 1978, aparentemente no Teatro Villaret.

Velha Roupa Colorida

Também incluindo em Falso Brilhante, o imediatismo – como dizer? – ideológico da canção de Belchior provavelmente prejudicou a sobrevivência do tema, que raras vezes foi incluído no alinhamento dos seus espectáculos. O que não lhe retira a intensidade.

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Como Nossos Pais

Um êxito duradouro e muito glosado. Pudera, foi o tema da cantora que mais tocou na rádio (pelo menos até à última vez que alguém se deu ao trabalho de contar) e, ainda recentemente, versos da canção surgiram em cartazes de manifestações anti-governamentais. Mais, foi com esta interpretação que a cantora regressou à televisão. Um acontecimento a acreditar na eloquente apresentação que lhe foi feita no programa Fantástico, que aqui fica.

Cartomante

Na sua passagem por Portugal, em 1978, além de apresentar o espectáculo Transversal do Tempo, a cantora participou ainda, como artista convidada, no Festival RTP da Canção. "Cartomante" (incluída no álbum Elis, de 1977, com autoria de Vitor Martins e Ivan Lins) foi uma das alinhadas para essa presença televisiva (resgatada neste vídeo) e é um exemplo poderoso das qualidades interpretativas de Elis Regina, mas também forte indicativo da sua sensibilidade na escolha de canções.

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Romaria

Outra e tão poderosa canção, igualmente apresentada na segunda parte do Festival RTP da Canção, em 1978, e igualmente parte de Elis, é a comovente "Romaria". O tema, composto por Renato Teixeira, é uma espécie de homenagem à música caipira – mas não tem nada a ver com essas coisas que andam por aí, geralmente nas vozes de duos masculinos sertanejos.

O Bêbado e a Equilibrista

Registada para Elis, Essa Mulher, editado em 1979, uma canção também de homenagem, mas ao actor e realizador Charlie Chaplin (Carlitos no Brasil, Charlot em Portugal e no resto do mundo), que morrera dois anos antes. Por detrás da letra e da música estão João Bosco e Aldir Blanc, que, decerto como a cantora, estavam longe de saber que o seu trabalho ganharia cores políticas durante a ditadura militar e chegou a ser conhecida como "Hino da Amnistia" (para os exilados políticos do regime dos generais).

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