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Leonard Cohen
Photograph: Courtesy CC/Flickr/Gaët

Leonard Cohen: as versões que o merecem

Nos últimos cinquenta anos, muitos foram os artistas que fizeram covers de Leonard Cohen. Estes são os nossos preferidos.

Escrito por
Rui Monteiro
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De Nina Simone, em 1969, a Anna Calvi, em 2009,dezenas de versões de canções de Leonard Cohen foram feitas. Nesta lista vai encontrar artistas como Johny Cash, R.E.M. ou Rufus Wainwright. 

Quinta-feira às 21.30 no Centro Olga Cadaval, em Sintra, David Fonseca, Jorge Palma, Samuel Úria, Miguel Guedes, Mazgani e Márcia cantam "As Canções de Leonard Cohen". Bilhetes entre 20 e 30€. 

Leonard Cohen: as versões que o merecem

Nina Simone – Suzanne (1969)

É certo que Suzanne, a primeira versão de um tema de Leonard Cohen, foi inicialmente gravada pelos obscuros The Stormy Clovers, no mesmo ano, mas uns meses antes de Judy Collins incluir a canção no álbum In My Life. Porém, a versão de Nina Simone (neste vídeo, gravado no Teatro Sistina, em Roma, em 1969, acompanhada pelo guitarrista Emile Latimer) é bastante mais estimulante e, digamos, muito mais desobediente.

Nick Cave and The Bad Seeds – Avalanche (1984)

Ainda havia muitos vapores punk no ar quando Nick Cave e os Bad Seeds se atiraram literalmente à canção de Cohen para a despirem dos seus poucos enfeites e, de certo modo, a descarnarem nesta versão incluída no álbum From Her to Eternity, que seria apenas a primeira das muitas versões gravadas por Cave de canções do poeta canadiano.

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Johnny Cash – Bird on a Wire (1994)

Bem se pode dizer que a culpa é de Rick Rubin, porque é. Foi este produtor quem, em momento baixo da carreira de Johnny Cash, o convenceu a ir para estúdio e gravar, em registo inteiramente acústico, um álbum que se tornou um dos mais importantes de toda a longa carreira do cantor. Mistura de originais de Cash e versões de outros autores, esta interpretação de Bird on a Wire é, sem dúvida, uma das mais poderosas canções de American Recordings.

Jeff Buckley – Hallelujah (1994)

Hallelujah tem tantas versões que o difícil é escolher. No entanto, esta reinterpretação de Jeff Bucley, a partir da versão de John Cale, é um exemplo raro das qualidades interpretativas de Bucley e uma das mais comoventes versões da canção de Cohen.

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Tori Amos – Famous Blue Raincoat (1995)

É nas teclas do piano que Tori Amos quase faz de Famous Blue Raincoat (um dos temas do cancioneiro de Cohen menos adaptados por outros artistas) uma nova canção. Incluída no álbum de homenagem Tower of Song: The Songs of Leonard Cohen, a forma como Amos interpreta transforma o original numa espécie de carrossel emocional.

R.E.M. – First We Take Manhattan (1995)

Uma das canções mais emblemáticas da obra final do compositor, First We Take Manhattan (gravada para outro álbum de homenagem, I'm Your Fan) tem uma das suas mais exaltantes versões nas guitarras dos R.E.M. e na, umas vezes aconchegante, outras vezes como que possuída voz de Michael Stipe.

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John Cale e Suzanne Vega – So Long, Marianne (1999)

Com uma pequena ajuda da voz de Suzanne Vega, o fundador dos Velvet Underground, depois de já se ter dedicado a transformar algumas canções do poeta canadiano, encontrou aqui a inspiração certa para a ruptura com o original, criando, a bem dizer, uma nova canção.

Rufus Wainwright – Everybody Knows (2006)

Foi também para uma homenagem, o documentário Leonard Cohen: I'm Your Man, que Rufus Wainwright gravou a sua versão (depois de ter registado uma soberba interpretação de Hallelujah) de Everybody Knows, definitivamente inspirada nas melodias dos musicais da Broadway.

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Antony – If It Be Your Will (2006)

Mais um tributo, mais uma grande versão. Desta vez, no âmbito da homenagem a Cohen na Ópera de Sydney, na Austrália, quase um ano antes da morte do poeta, e na voz de contra-tenor de Antony (ou Anohni como agora parece preferir que o chamem) que tornou os versos de If It Be Your Will numa oratória.

Anna Calvi, Joan of Arc (2009)

O valor desta radical reinterpretação da guitarrista britânica Anna Calvi ainda está em discussão, mas não há qualquer dúvida da ousadia da sua abordagem. O “pecado” em discussão é a instrumentista se ter desfeito da letra (um magnífico poema semi-épico sobre a heroína nacional francesa) e usar a guitarra como uma variedade da voz.

Mais Cohen

  • Música

O melhor poeta pop (sim, Bob Dylan ganhou o Nobel, mas…) morreu em 7 de Novembro do ano passado. Ficaram os poemas, os que se transformaram em canções e os outros. Principalmente ficaram os que falam dele e tão bem servem aos sentimentos de outros. Entre os que mais tocaram almas magoadas, mas não resignadas, fica esta dezena. Quinta-feira às 21.30 no Centro Olga Cadaval, em Sintra, David Fonseca, Jorge Palma, Samuel Úria, Miguel Guedes, Mazgani e Márcia cantam "As Canções de Leonard Cohen". Bilhetes entre 20 e 30€. 

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