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A Cristina Faz: isto não é só sim ou não

Escrito por
Clara Silva
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Neste Dia dos Namorados a ilustradora A Cristina Faz inaugura uma exposição sobre “Desamorices” no Centro LGBT. Falamos-lhe destas declarações de amor dos tempos que correm que podem ser lidas até 2 de Março.

Os bilhetes de amor que se trocam nas carteiras da escola já não são tão simples como um: “Queres namorar comigo? Sim, não ou talvez?” Aliás, pouca gente deve dizer “carteiras da escola”. “Estamos numa era em que já há poucos bilhetes escritos à mão ou cartas de amor”, diz a ilustradora Cristina Viana, de 34 anos, mais conhecida por A Cristina Faz. “É tudo por Facebook. É likes, é loves…”

Numa espécie de revivalismo dos bilhetes que “fazíamos circular enquanto crianças e na adolescência”, resolveu juntar os dois universos e abordar os bilhetinhos numa “perspectiva mais adulta”. O resultado é esta série com “bilhetes de amor, declarações, propostas e perguntas”, as Desamorices, com uma escolha múltipla de respostas cheias de sarcasmo e de partir o coração.

A partir desta quinta-feira, Dia dos Namorados, às 19.00, e até 2 de Março, perto de 15 bilhetes podem ser vistos nas paredes do Centro LGBT, na Baixa, na exposição “A Cristina Faz Desamorices – Isto não é só sim ou não”. “As respostas não são nem sim, nem não”, explica, referindo-se ao título. “Não há nenhuma hipótese que seja visivelmente feliz, há sempre muitas condicionantes e variáveis.”

Por exemplo, quando a pergunta é “Queres criar um hashtag bué romântico para representar o nosso amor na internet?” as hipóteses de resposta não são animadoras: “O nosso quê?”; “Népia, as tuas páginas são bué foleiras” ou “#não #passou-se”. Ou perante o desafio romântico de alguém escrever um poema todos os dias para ler antes de adormecer, percebe-se que é um caso perdido: “Não, tu escreves bué mal”; “Não, tu lês bué mal” ou “Não, porque não quero dormir contigo”. Os bilhetes, segundo o texto que descreve a inauguração, foram feitos “a aguarela, caneta e lápis de cor, com lágrimas, sangue, saliva, café e queijo derretido”.

A Cristina Faz é natural de Lagos e vive actualmente em Évora. É ilustradora, designer e faz vídeo e animação. Costuma desenhar cartazes para concertos e festas e há três anos que é a autora dos cartazes da festa Baile Tropicante, no Musicbox.

Depois da inauguração da exposição no Centro LGBT da ILGA há um DJ set de Lonely Low Rosa.

A partir de quinta, às 19.00, e até 2 de Março, no Centro LGBT. Rua dos Fanqueiros, 40. (Baixa). Grátis

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