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A família André Ópticas cresceu e já produz os próprios óculos no novo ateliê

Escrito por
Francisca Dias Real
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Óculos novos? É para o ver melhor. A semente original foi em Oeiras, em 1981, e mais de três décadas passadas a André Ópticas abre a sua sétima loja, onde a prata da casa é o ateliê no subsolo onde agora a marca fabrica os próprios modelos de óculos.

A poucos passos da loja na Rua Garrett, o número 12 da Serpa Pinto tornou-se na morada de um verdadeiro gabinete de curiosidades com esqueletos de animais, lupas e livros científicos e, claro, óculos, inúmeros pares de óculos – quase todos da colecção da família Leal que continua a levar o negócio avante e a reinventar-se, não fosse este um admirável mundo novo no qual cada cliente pode fazer uns óculos à medida.

“Sempre fez parte de nós a sensibilidade e o cuidado com o design dos óculos, a atenção personalizada ao cliente, é tudo uma curiosidade natural por esta área que só podia ter resultado neste ateliê – onde grande parte da responsabilidade também é dos nossos clientes que exigem mais e melhor da nossa parte”, conta-nos André Leal.

André Leal, filho dos fundadores e inspiração do nome André Ópticas, é agora a cara do negócio de família
Fotografia: Duarte Drago

Os pais de André, Plínio e Ana Leal, foram os grandes culpados pela escalada da marca quando, já a trabalhar no ramo, acabaram por ficar com uma óptica onde trabalhavam – foi aí que tudo começou. Chamaram-lhe André Ópticas em nome do filho que na altura tinha apenas três meses e que agora dá a cara pelo negócio que se mantém familiar. "Esse é um dos segredos do sucesso”, defende André.

“Não tenho a mínima dúvida que a grande parte do nosso sucesso vem pela questão pessoal, pelo orgulho que temos no trajecto que fizemos enquanto negócio familiar”, afirma. “As coisas foram acontecendo, somos ambiciosos mas o nosso objectivo não era deixar uma marca, era apenas fazermos algo diferente de tudo o que estava a ser feito a cada momento.”

Ossos do ofício e a personalização máxima 

A André Ópticas sempre pautou pela diferença, pela irreverência nas escolhas dos óculos que ocupam cada centímetro dos expositores das lojas, quase todos eles peças raras – uma vez mais para se destacarem de qualquer outra óptica e tornarem a experiência da compra sempre exclusiva. 

  

É no piso subterrâneo que a magia acontece
Fotografia: Duarte Drago

“Tudo no ateliê é depurado e filtrado, tem a nossa impressão. Aquilo que fazemos não é rotineiro, não se repete e isso mostra o grau de personalização dos nossos serviços”, conta enquanto descemos ao piso subterrâneo da loja, com as mãos dos dois filhos pequenos de André cravadas nas escadas – quer maior prova de negócio de família que esta?

É aqui que a magia acontece e que de uma placa de acetato nascem uns óculos. Uma longa bancada ocupa metade da sala onde estão dispostas todas as ferramentas, apetrechos e maquinaria pesada necessária ao ofício. Mas antes de os especialistas que trabalham atrás da bancada – André incluído – há que sentar com o cliente e pôr o jogo todo em cima da mesa.

Cada par de óculos é único e adaptado ao gosto e anatomia de cada cliente
Fotografia: Duarte Drago

“Gosto quando o cliente chega aqui e já tem uma ideia muito definida dos óculos que quer”, diz o filho dos fundadores. “Dá muito gozo acompanhar o processo todo quando não sabem o que querem. Conversamos com eles sobre tudo, desde música a inspirações, para tentarmos chegar a um resultado final.”

O resultado final é, no fundo, o cliente sentir-se individual. Neste ateliê fazem-lhe a papinha toda – desde a leitura anatómica até à escolha da cor da armação. As possibilidades são infinitas e cada par é único.

“Nós aqui não fazemos óculos, realizamos desejos, fazemos caprichos e pensamos os óculos quase como uma escultura usável”, confessa.

Depois da escolha, é pôr mãos à obra e esperar que saiam à primeira, que não haja contratempos porque é isso que acontece quando há uma dedicação ao ofício como a da André Ópticas, com todo o savoir faire das técnicas artesanais.

“Achávamos que a exposição que tínhamos até aqui não era condigna, da colecção e todos os outros modelos das outras lojas, portanto fazia todo o sentido fazer uma homenagem ao mundo do eyewear e à própria indústria”, continua André, sentado numa das cadeiras que mandou fazer propositadamente para o Atelier Chiado – assim como tudo o resto que ali consta foi pensado ao pormenor e disposto com a ajuda e assinatura de Joana Astolfi.

O piso superior serve de loja, também pensado como uma espécie de gabinete de curiosidades com assinatura de Joana Astolfi
Fotografia: Duarte Drago

E se antes passaram mais de três décadas apenas a vender óculos, este é o momento da diferenciação, o momento em que começam a fabricá-los, sob a insígnia Family Affair – a marca criada e que imprime a nova aposta da André Ópticas nestes novos óculos que vão saindo do forno do número 12 da Rua Serpa Pinto. Sempre tudo em família.

Rua Serpa Pinto, 12. Seg-Sáb 10.00-19.30.

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