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Mynda Guevara
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A Oficina Portátil de Artes regressa para dar voz a novos talentos

Escrito por
Tiago Neto
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O projecto, promovido pela Associação Sons da Lusofonia e focado em jovens de bairros periféricos, regressa este ano para continuar a cruzar novos talentos da música com profissionais da área. O Open Call arranca esta terça-feira, dia 2.

Quando Francisco Rebelo, músico, se envolveu no projecto que partiu da vontade de Carlos Martins, mentor da Associação Sons da Lusofonia, há mais de uma década, o trabalho era diferente. A pesquisa pelo sangue novo no universo da música, nomeadamente do hip-hop, acontecia nos bairros, nas associações locais, o terreno percorria-se sem grandes apoios. Mas havia um propósito inabalável: dar um microfone e um holofote às sombras da periferia, um terreno fértil para que o talento pudesse chegar ao público, com a ajuda de profissionais.

A Oficina Portátil de Artes (OPA) começa assim, como “um projecto pedagógico que queria dar condições aos jovens dos bairros periféricos e que estão excluídos”. Uma rede de trabalho cooperativa entre bairros que permite “facilitar aos jovens o cruzamento com profissionais, consolidando isso com ensaios e workshops”, esclarece-nos o músico do colectivo Orelha Negra. “Nos últimos anos, como sou formador e dei aulas na Restart, fizemos parcerias, pude fazer as formações em espaços com condições profissionais, usámos estúdios, auditórios.”

A edição de 2020 da OPA segue o mesmo plano, ainda que adaptada às actuais condições, e o Open Call arranca já esta terça-feira, dia 2, estendendo-se até 22 de Junho. É uma chamada aberta a todos os que queiram fazer parte do projecto e crescer profissionalmente. Produção musical, técnicas de instrumento e postura, preparação de apresentação em público, processos de trabalho e de ensaios ou consultoria artística são algumas das vertentes abordadas ao longo do processo.

Pelo meio, dias 6, 7, 13 e 14 de Junho, acontecem as sessões Warm Up, transmitidas a partir da conta de Instagram da Oficina Portátil de Arte, com apresentação do ex-formando do projecto, Estraca, e Djing de DJ Kope. Uma série de concertos com a duração de 15 minutos, seguidos de uma breve entrevista, nos quais sobem ao palco Kastiço + Contra Factos (6 de Junho), R.K.S (7 de Junho), May (14 de Junho) ou Mynda Guevara (14 de Junho).

Mais tarde, de 6 a 29 de Julho, os participantes seguem para a parte da formação, na qual se inclui Francisco Rebelo, Carlos Martins e outros convidados do universo hip-hop português. No início de Agosto, após todo o processo de formação, os jovens talentos que participam na OPA 2020 terão a oportunidade de mostrar o seu talento, pela primeira vez, ao vivo numa sala de espetáculos e com transmissão em directo através das plataformas digitais OPA e dos parceiros de media.

Sobre a força do projecto e o que ele representa, ao longo destes treze anos, Francisco Rebelo mostra-se satisfeito. “Sinto que estou a ajudá-los a traçar um caminho profissional. Fazer ver aos jovens que é possível fazer da vida artística uma vida profissional não é fácil e nós tentamos que eles acreditem, apostem e se disciplinem para atingir isso. É um grande prazer partilhar a minha experiência com eles, pô-los num palco à séria, partilhado com artistas internacionais, por exemplo. É vê-los pelo seu próprio pé a traçar o seu caminho e serem profissionais. Entre outras coisas.”

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