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Suzie and the Boys
© Cláudia BatalhãoSuzie and the Boys

A rentrée no São Luiz faz-se de “estreias, regressos e celebração”

A programação da próxima temporada já tem dedo do novo director artístico, Miguel Loureiro. O cabaret de Miss Suzie e dos seus Boys dá o pontapé inicial, a 2 de Setembro.

Raquel Dias da Silva
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Raquel Dias da Silva
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“Facilitar caminhos, resolver problemas e promover a festa.” É a isto que se propõe o novo director artístico do São Luiz, Miguel Loureiro. Apesar de ter sido maioritariamente desenhada pela sua antecessora, Aida Tavares, a programação da nova temporada, que não teve direito a apresentação pública, já tem dedo do actor e encenador, que entrou em funções no início do passado mês de Junho. Feita de “estreias, regressos e momentos de celebração”, como se lê num comunicado enviado nesta segunda-feira, destaca-se desde logo o concerto de tributo “ao saudoso Pedro Gonçalves”, músico dos Dead Combo que morreu em 2021 e é agora homenageado – leia-se a 28 de Setembro – por mais de 20 artistas, com direcção musical de Filipe Melo.

“É com grande satisfação e responsabilidade que acolho a tarefa de dirigir artisticamente um teatro com os pergaminhos, mas também com os horizontes do São Luiz Teatro Municipal. Teatro central desta cidade, palco municipal de todas as artes, púlpito para todas as opiniões avisadas, lugar feérico para todas as celebrações”, escreve Miguel Loureiro no texto de apresentação da nova temporada, que arranca com uma festa, a 2 de Setembro. Esta abrirá com o concerto de Suzie and the Boys A Boémia de um Cabaret Sonoro, às 20.00, e continuará, a partir das 22.00, com sessão de DJ e VJ com João Pedro Fonseca e Manuel Bogalheiro. A entrada será livre, mediante levantamento de bilhetes no próprio dia, a partir das 15.00.

Já no que diz respeito às estreias em palco, Loureiro ressalta “os sobressaltos musicais de produções como A Tempestade”, uma reformulação shakespeariana pela música de Sibelius, que se encena pela primeira vez em Portugal sob o olhar de António Pires. Em cena de 13 a 24 de Setembro (Sex 20.00, Dom 17.30. 12€-15€), junta a Kyiv National Operetta’s Theatre, a Orquestra Metropolitana de Lisboa e o Coro do Festival de Verão – Projecto Participativo. Na mesma linha operática, o director artístico chama ainda a atenção para a proposta da eco-ópera-filmada de Vítor Rua e Ilda Castro (7 Set, Qui 19.30. Grátis) e, mais para o final do ano, a nova criação do Teatro Praga, que regressa à revista à portuguesa com Bravo 2023!, um espectáculo que passa o ano em revista “ao som de música para levantar a moral” (13-22 Dez, Ter-Sáb 20.00, Dom 17.30. 12€-15€).

Outro dos destaques da programação é “a vitalidade de estruturas e criadores que nos chegam do Porto”, como assevera Miguel Loureiro, que nomeia a Estrutura de Cátia Pinheiro e a sua Carta à Matilde, um espectáculo sobre a experiência da maternidade (20-24 Set, Qua-Sáb 19.30, Dom 16.00. 12€); e A Turma de Tiago Correia, que leva à cena O Salto, sobre a emigração portuguesa nos anos 60/70 (4-8 Out, Qua-Sáb 20.00, Dom 17.30. 12€-15€). Por outro lado, não faltam também vários “cúmplices” lisboetas a subir a palco, como é o caso dos Artistas Unidos, com a Europa de David Greig, encenada por Pedro Carraca (18-29 Out, Qua-Sáb 20.00, Dom 17.30. 12€-15€); e da companhia Cão Solteiro, que se juntou ao artista plástico Vasco Araújo para expor, em Abstract, os processos e as circunstâncias políticas da criação artística (9-12 Nov, Qui-Sáb 20.00, Dom 17.30. 12€-15€).

Nesta nova temporada, reitera-se também a parceria com o Alkantara Festival, durante o qual o São Luiz acolherá as criações de Sónia Baptista (Sweat, Sweat, Sweat (um conjunto de pequenos afrontamentos), de 24 a 26 de Novembro), Marcelo Evelin (Uirapuru, a 25 e 26 de Novembro) e Miguel Pereira (Miguel Meets Karima, de 7 a 16 de Dezembro). No mesmo âmbito, mas num cruzamento com a música, sobressai ainda a performance Feijoada, do coreógrafo Calixto Neto (17-18 Nov, Sex-Sáb 20.00. 12€), que convida a audiência a vivenciar a preparação de uma feijoada em tempo real, numa nova versão do espectáculo que estreou em 2021 e que agora reúne performers e músicos a residir em Portugal, num elenco misto entre elementos da equipa original e artistas locais.

Para nos dar música, o São Luiz não só mantém a ligação à Orquestra Sinfónica Juvenil, que comemora o seu 50.º aniversário com um concerto a 31 de Outubro, e à Orquestra Metropolitana de Lisboa, que a 29 de Novembro apresenta o seu projecto Musicar, como inicia uma nova colaboração com o MPMP – Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa. Neste sentido, os pianistas Duarte Martins e Philippe Marques apresentam, a 19 de Setembro, o segundo volume do projecto Bailados Portugueses, através do qual redescobrem a famosa Dança da Menina Tonta, de Frederico Freitas. Mas há mais.

Além do regresso aos palcos de Carlos Maria Trindade (antigo membro de Madredeus e Heróis do Mar), que dá concerto a 21 de Novembro, o São Luiz abre portas para Um Olhar Que Era Só Teu, uma homenagem ao músico Pedro Gonçalves, o contrabaixista dos Dead Combo que morreu em 2021, aos 51 anos, vítima de cancro. Com direcção musical de Filipe Melo e direcção de palco de Rui Oliveira “Killito”, o tributo a 28 de Setembro (Qui 22.00. 25€) contará com a participação de mais de 20 artistas, incluindo nomes como o do multi-instrumentista e vocalista chileno-americano Alain Johannes, do violinista ucraniano Denys Stetsenko e, inevitavelmente, do guitarrista e comparsa Tó Trips.

Ao longo da programação, que pode ser consultada na totalidade no site do São Luz, há ainda conversas e sessões de cinema, com destaque para o ciclo “Topografias Imaginárias – Do punk ao near silence”, cujas sessões – a 7, 14 e 21 de Novembro, sempre a partir das 19.30 – começam todas com uma curta-metragem, seguem com uma conversa comentada, com intervenientes dos filmes e da tipologia musical em foco, e concluem com o visionamento de uma longa. A entrada é livre, mediante levantamento de bilhete no próprio dia, a partir das 15.00.

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