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A segunda vida do Valsa na Penha de França tem cowork, workshops e pizzas

Escrito por
Francisca Dias Real
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O Valsa tem sangue brasileiro a correr nas veias e, apesar de já ter casa na Penha de França há quase dois anos, em 2020 ganhou uma nova vida.

A história repete-se como se fosse a primeira vez. Mas na verdade é a segunda e, agora, Marina Ginde e Mariana Gonçalves Serafim trazem na algibeira a experiência de quem já esteve de portas abertas e as vontades e desejos de quem fez as honras de entrar por elas adentro. O Valsa, na Penha de França, entra a pés juntos em 2020 com uma nova vida: horário alargado, cowork, oficinas matinais e pizzas de fermentação lenta para encher a barriga à noite. 

Fechados desde 22 de Dezembro, reabrem quase um mês depois e de cara lavada.  “Quando abrimos, em 2018, queríamos ter um lugar que tivesse tudo aquilo que a gente gostasse, coisas que nós buscávamos noutros lugares e não encontrávamos”, diz Marina. “Agora a gente notou algumas coisas que faziam falta por cá, com ajuda do feedback dos associados”.

Manuel Manso

A essência como espaço de convívio mantém-se, agora com mais tempo de antena – o Valsa, que antes só abria as portas entre as 19.00 e as 22.00, vai começar a abrir às 13.00 como espaço de cowork, um local para trabalhar  sem pagar por isso. Por isso, parte do mobiliário e da decoração foi adaptado “para que fosse confortável para todos estar aqui”, refere Mariana. Claro que, a par disto, pode-se entrar para um café, para almoçar ou lanchar, até porque essa é uma das novidades: o Valsa passa a ter comida. 

“Ah eu até gostava de ficar, mas não tem comida então não vai dar” – Mariana repete aquilo que muita da clientela foi dizendo ao longo do tempo. Faltava comida. “Fomos tendo alguns snacks, mas nada parecia pegar. Tínhamos as pizzas uma vez por mês, era o único dia que era uma loucura”. 

Thiago Rocha é quem dava a cara e o corpo ao manifesto pelas famosas pizzas. Desde Dezembro de 2018 que carregava para lá e para cá o forno daquela que é a sua pizzaria itinerante. E foi assim que o Pizzandante ganhou  poiso fixo no Valsa de quarta a domingo, das 19.00 às 22.00. “O Valsa é especial para mim porque foi o primeiro lugar onde as servi.”, conta Thiago, que fez dos pop ups a sua vida durante mais de um ano.

Manuel Manso

A massa é de farinha biológica e com fermentação natural, e a ideia é ter sempre cinco pizzas todos os dias (8,5€-9€), sendo que há sempre uma opção vegan. Thiago não se fica pelos formatos circulares e aproveita para trabalhar noutras massas para pães e focaccias, que podem ter recheios das pizzas, e são para serem servidas aos almoços e lanches. Há docinhos na montra que vêm do Pequeno Café e Bistrô, no Mercado de Arroios. 

As manhãs  são ocupadas com os workshops e oficinas que antes decorriam no seu horário normal, a partir das 19.00. Agora, à porta fechada , Mariana e Marina querem diversificar ainda mais os públicos e dispor o espaço a empresas e projectos que precisem de um local para darem o seu workshop.

As próximas oficinas acontecem já no dia 31, o workshop Think before you shoot! organizado pelo colectivo Segunda Segunda, e dedicado a profissionais e entusiastas do cinema, televisão, e publicidade (10.00-13.00, 20€). O seguinte é logo no dia 1 de Fevereiro: é um workshop de preparação pós-parto com a doula Stefanie Stefaisk (10.00-13.00, 25€). 

A programação eclética vai continuar a ser o prato forte da casa, que se serve variado todas as semanas e com algumas rubricas fixas que se mantêm. O clube feminista Bafafá fica e acontece uma vez por mês, assim como a Valsa Lenta, os encontros livres entre escritores e leitores com open mic (o próximo é esta quarta, 22). Os domingos cervejeiros Vai Com Calma continuam a animar um domingo mensal com uma marca de cervejas convidada e música à mistura – à segunda segunda-feira do mês também há o Segunda Segunda.  “Muita gente faz do Valsa a sua segunda casa, é uma sensação incrível”, diz Mariana. “Associações como a nossa fazem muito pela cidade, servimos de laboratório para alguns projectos. Somos um tubo de ensaio”.

Manuel Manso

Antes da mudança, entrar no Valsa implicava ter de se fazer sócio da associação por 2€ (por ano). Mas o sistema mudou e em vez disso há um cartão de benefícios – o Migues do Valsa, Custa 13€ (10€ para quem já era sócio). O cartão anual dá direito a entrada livre nos concertos e perfomances, 25% de desconto nas oficinas, e ainda descontos semanais anunciados nas redes.

Rua da Penha de França, 270A. Qua-Sex 13.00-19.00 e Sáb-Dom 16.00-19.00 (café), Qua-Dom 19.00-22.00 (pizzas).

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