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Abril em Lisboa: a liberdade celebra-se com conversas, visitas e videomapping

Escrito por
Francisca Dias Real
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Chega o mês da liberdade e com ele vem o Abril em Lisboa, o programa cultural promovido pela EGEAC, que saltita entre vários locais da cidade, traz conversas, visitas guiadas, leituras, sessões de escuta, cinema, debates e videomapping na Praça do Comércio. Até ao final do mês, mantenha-se ocupado e de cravo ao peito.

Em parceria com a ILGA, haverá um ciclo de conversas sobre os Direitos LGBTI que acontecerá em cinco bibliotecas da cidade, isto no ano em que se celebram os 50 anos da Revolta de Stonewall, em Nova Iorque, o movimento de reivindicação dos Direitos Humanos das pessoas lésbicas, gay, bissexuais, trans e intersexo (LGBTI) e das suas famílias. De 6 a 28 de Abril, as conversas contam com a participação de convidados de áreas tão diversas como a investigação, literatura, cinema, política e jornalismo. A primeira acontece já este sábado, dia 6, sob a temática Da Minha À Tua Fronteira: Reflexões sobre a Protecção Internacional das Pessoas LGBTI na Biblioteca dos Coruchéus (17.00) com Marta Ramos, directora executiva da Ilga.

Num exercício de memória e projecção, o teatro São Luiz terá em cena Era uma vez um país assim: contar bem contadas a ditadura e a revolução, uma produção do Teatro do Vestido, para ver nos dias 6 e 7.

A BoCA – bienal de artes contemporâneas lança, em parceria com a EGEAC, uma comunidade aberta de leitores em espaços verdes – os Ecotemporâneos, um projecto a longo prazo que quer promover a ocupação de espaços verdes de Lisboa, a sua acessibilidade e fruição, através da criação de uma comunidade de leitura inclusiva. A primeira iniciativa acontece também este sábado, 6, na Estufa Fria, com Matilde Campilho, e repete-se dia 20 de Abril com Mamadou Ba.

Se no ano passado a programação levou para as estações de metro, jardins e praças da cidade uma série de pianos onde qualquer um era convidado a tocar – desta vez, o jogo é diferente. Liberdade para Tocar deixa que qualquer um seja maestro durante instantes de uma orquestra (17.30-19.00) que estará no Largo da Graça (19 Abril), Praça do Oriente (20 Abril), Jardim da Estrela (21 Abril), Largo Trindade Coelho (22 Abril) e no Aeroporto de Lisboa (23 Abril). A orquestra vai obedecer às indicações dos vários maestros, sejam eles profissionais ou amadores.

De 19 a 28 de Abril (19.30), a EGEAC volta a abrir simbolicamente as portas de uma sala de projecção privada do antigo edifício da Rank Filmes, contíguo ao Cinema São Jorge, para acolher o documentário sonoro No Escuro e à Escuta –  trata-se de uma sessão para ouvir e não para ver, que desperta a memória sobre a censura e a propaganda em Portugal durante os anos da ditadura.

No Escuro e à Escuta

E no dia em que se celebra a liberdade, o edifício dos Paços do Concelho vai estar de portas abertas (10.00-20.00) para quem quiser visitar o espaço livremente. No outro lado da cidade, o Jardim do Campo Grande recebe uma festa para toda a família que, para além de momentos musicais, conta com atividades desportivas, jogos pedagógicos e workshops artísticos, sempre com a temática da liberdade em pano de fundo.

Paços do Concelho
©José Frade

Mas antes, a 24, na Praça do Comércio, Fausto Bordalo Dias dá um concerto (21.30) com banda e orquestra, onde interpretará canções como "Atrás dos Tempos Vêm tempos" ou "O Barco Vai de Saída".

Um dos grandes destaques da programação são as sessões de videomapping Memórias de Abril na Praça do Comércio. As sessões acontecem de 24 (21.00) a 1 de Maio (dias 25 a 1 21.00, 21.30 e 22.00) e, ao longo de oito noites, serão projectados episódios como o golpe de estado, o golpe militar, a “Grândola” de Zeca Afonso ou a história dos cravos.

O Museu do Aljube celebra o seu 4.º aniversário a 25 de Abril e volta a convidar os cidadãos a conhecer a história da ditadura através da habitual recolha de testemunhos da época, para além das exposições, sessões de cinema e visitas orientadas.

No dia 25 é também inaugurada a exposição “45 anos, 45 fotos” do fotógrafo Alfredo Cunha, conhecido por ter captado momentos decisivos da revolução – algumas destas imagens vão estar expostas nos locais onde ocorreram os momentos decisivos como é o caso da Praça do Município, Largo do Carmo, Terreiro do Paço e Arco da Rua Augusta. Por outro lado, na estação de Metro Baixa-Chiado, ergue-se um Memorial aos Presos e Perseguidos Políticos, uma iniciativa proposta por um grupo de cidadãos que dá a conhecer os nomes e os rostos das vítimas da repressão fascista em Portugal.

No final do mês, conte com mais uma edição do Festival Política que ocupa o Cinema São Jorge de 25 a 28 de Abril. Durante quatro dias promove-se uma reflexão sobre a Europa e a condição de ser europeu, através de sessões de cinema, debates, workshops e atividades para crianças. E, como já é tradição, o habitual “speed date” com deputados acontece a 27 e promove encontros entre cidadãos e candidatos às eleições do Parlamento Europeu durante cinco minutos.

A fechar a programação, de 24 a 30 de Abril, o Teatro do Vestido apresenta Ocupação, um projecto teatral de ocupação do Teatro São Luiz, a partir da sua história e memória, e o seu papel presente e futuro durante o século XXI (qua-ter 21.00).  

A pensar nos mais novos, os Museus de Lisboa e Museu Bordalo Pinheiro têm visitas guiadas para toda a família.

Numa parceria entre a Associação 25 de Abril e a Câmara Municipal de Lisboa, foi criado um novo roteiro que assinala nove pontos estratégicos onde sucederam acontecimentos marcantes da acção militar de 1974. O itinerário Lugares de Abril coloca placas alusivas ao acontecimento em locais como a Rádio Clube Português, no Terreiro do Paço ou nos Emissores Associados de Lisboa  de onde saiu a primeira senha da revolução E Depois do Adeus.

+ Coisas para fazer em Lisboa em Abril

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