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©Manuel Manso

Açores e Japão encontram-se em Marvila, na nova morada do Kampai

Escrito por
Tiago Neto
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Dos Açores veio a inspiração, e a matéria prima seguiu-lhe o rumo para fazer de Lisboa morada. Agora, a celebrar a primeira década, o Kampai estabeleceu-se numa nova casa, o primeiro andar do El Bulo, em Marvila, sem perder o arquipélago de vista.

Nos últimos anos o arquipélago dos Açores tem conquistado fãs de todas as geografias; as vistas, a arquitectura, o chá ou os ananases, tudo bons argumentos para justificar uma visita. Mas João Pereira, um dos sócios do Kampai, já ali tinha visto um outro trunfo – o mar, e tudo o que dele chegasse à rede. A qualidade era de tal forma importante que, antes dele, já os japoneses ali negociavam o atum, e isso deu-lhe uma ideia: fazer um restaurante que transportasse o melhor da costa e da terra açoreana ao prato e ao copo.

Kampai El Bulo
João Pereira, João Soeiro e Chakall
Fotografia: Manuel Manso

A história passa depois pelo Aya, restaurante fundado pelo mestre japonês Takashi Yoshitake, com quem o chef João Soeiro aprendeu tudo sobre a gastronomia nipónica. "Foi ali que um João perguntou ao outro: não tens atum dos Açores? Como nos Açores é só peixe, vamos abrir um sushi dos Açores." O Kampai passou depois por duas moradas, a última na Calçada da Estrela, até chegar agora ao primeiro andar do El Bulo, o restaurante do chef Chakall. "Precisávamos de crescer. Precisávamos de outras condições. Não só na oferta, na carta, mas crescer na capacidade de receber pessoas. Num espaço de 35 lugares não era possível", conta João Pereira. "E o Chakall dizia-me que sempre quis ter um japonês mas que não percebia o suficiente da cozinha", continua.

Kampai El Bulo
Os temakis Kampai, com salmão, ovo, camarão e ovas de peixe voador
Fotografia: Manuel Manso

A carta manteve-se, mas o plano passa por acrescentar algumas novidades nos próximos tempos. Para já, há à escolha pratos frios e quentes, sashimi, chirashi, makimonos ou gunkans. Comece com o Ika Kimushi (16€), a lula laminada picante, ou pelo usuzukuri (15€), o pregado laminado em corte fino, nas entradas frias. Nas quentes, a sopa misu shiru (2,50€), a gyoza de camarão (7€) ou o yakitori de frango (12€) são clássicos. 

O menu segue depois para opções como camarão panado ebi furai (20€), o katsu-don (15€), porco panado com legumes e ovo sobre arroz, ou o sake miso (18€), salmão grelhado com pasta de soja. No sashimi, há chu toro (18€), tai (18€) – ou sashimi de pargo –, sashimi lírio (18€) ou hirame, o sashimi de pregado (12€). Mas apesar da aposta forte nas ilhas, nem sempre é possível conseguir a mercadoria, e João Pereira não quer induzir a clientela em erro. "Somos um restaurante de inspiração nos Açores mas é preciso saber que alguns dos peixes são sazonais, como o atum, o lírio e, por isso, nem sempre o conseguimos ir buscar."

Kampai El Bulo
O sashimi de lírio do Kampai
Fotografia: Manuel Manso

Também os niguiris – de atum (6€/2 unidades), pargo (8€/2 unidades) ou de enguia (9€/2 unidades) – estão em destaque. Nos restantes, há temaki de atum (8€), kampai (10€) ou carapau (5€), gunkan de ovas de ouriço (10€) ou huramaki de caranguejo de casca mole (10€), ainda que João não queira que o Kampai seja apenas um restaurante de sushi. "Somos um restaurante japonês e o sushi é uma parte disso. Temos, de facto, muitas opções de sushi e sashimi mas há muito mais na gastronomia japonesa."

Kampai El Bulo
As ostras também estão presentes no Kampai
Fotografia: Manuel Manso

Para beber, João aconselha um outro encontro de nações, a sakerinha, em que o saké se combina com lima, maracujá ou ananás dos Açores (6€). Além da selecção de saké que passa pelo shochu jun (5€) e pelo Tokubetsu (35€). Termine com um daifuku (4€), um doce típico japonês com recheio semi-frio.

El Bulo, Praça David Leandro da Silva, 9A (Marvila). Ter-Qui 19.00-23.00. Sex-Sáb 19.00-23.30. Dom 12.30-15.00.

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