A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar

Allen Halloween toma conta do fim-de-semana com livro e novo álbum

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
Publicidade

O hip-hop português seria infinitamente mais pobre sem Allen Halloween, um dos melhores e mais honestos cronistas da vida nas ruas de Lisboa. O rapper e produtor de Odivelas apresenta o primeiro livro, Livre-arbítrio, esta sexta-feira na Zé dos Bois. Dois dias mais tarde, no domingo, lança finalmente o álbum Unplugueto.

O lançamento do livro já era público há algum tempo, mas a data de lançamento do disco não era conhecida até agora. Os próprios materiais promocionais do livro diziam apenas que o Unplugueto ia sair em breve. “Dia 15 de Dezembro está aí para ser ouvido, pensado, meditado, dançado, amado e odiado e muito copiado”, revelou Allen Halloween à Time Out, com uma cadência inconfundível, mesmo quando as palavras estão a ser lidas e não ouvidas.

O disco de hip-hop acústico veio sendo revelado lentamente ao longo dos últimos anos, à medida que o rapper foi partilhando algumas novas canções e versões de velhos hinos das ruas no Youtube e no Soundcloud. Domingo, em princípio, vamos poder ouvir tudo de uma ponta à outra.

Mas antes vamos poder encontrar Halloween na ZDB. O rapper estará lá a partir das 19.00 de sexta-feira a apresentar Livre-arbítrio, que reúne todas as letras que escreveu, incluindo de “temas novos e de outros que nunca entraram, nem fizeram parte de álbum nenhum”. A sessão começa com uma introdução do crítico musical Mário Lopes, do Público, que acompanha o trabalho do músico há anos e escreveu o prefácio do livro. Depois, Allen Halloween declama os seus poemas.

O livro nasceu de um convite da Lua Eléctrica, que não existe sequer há um ano, mas queria editar as palavras de Halloween “desde o primeiro dia”, segundo o editor e director César Adão. “Aquilo que o Allen escrevia atravessava o âmbito da música e do próprio rap”, segundo ele. “É uma escrita de grande sentido poético, com recursos de estilo, aliterações, uma enorme profusão de línguas e dialectos. É literária, porque as personagens do Allen têm um carácter universal e clássico.” E o próprio autor já andava a pensar nisto: “Era uma ideia antiga mas que vinha sendo adiada, por várias razões. Quando o César falou comigo a propor-me este livro a minha resposta foi rápida e positiva.”

“Conheci grandes artistas, nomeadamente rappers, gajos muito, muito bons”, continua Allen Halloween. “Quando nos encontramos por aí e trocamos uma ideia, e a conversa vai ter ao rap, sinto sempre aquela ligeira tristeza neles por nunca terem conseguido editar uma obra. Isso aconteceu a muita gente da minha geração. Então quando vejo a minha obra em forma de CD, livro, etc., eu realmente sinto-me feliz.” Nós também.

+ Valete: “Desgastei-me com a polémica mas aprendi” 

Últimas notícias

    Publicidade