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©Gabriell VieiraMAAT

Artistas internacionais, pós-colonialismo e os 50 anos do 25 de Abril: assim será 2024 no MAAT

A programação do museu para o novo ano apresenta-se sob o signo do cinquentenário da revolução dos cravos e traz artistas estrangeiros a Lisboa, numa conversa entre diferentes culturas e geografias.

Escrito por
Beatriz Magalhães
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Em 2024, o MAAT abre-se ao mundo, mas não deixa de comemorar o que se passa cá dentro. Nos vários espaços que integram o museu estarão patentes ao longo do novo ano 14 exposições, em que se destacam artistas internacionais como Ernesto Neto, Nicolas Floc’h e Vivian Suter. Também se celebram os 50 anos do 25 de Abril com “Hoje, soube-me a pouco”. 

O museu quer promover encontros e diálogos entre a arte e as realidades do nosso tempo. Desta forma, “a programação tenta ser muito plural e inclusiva, atenta a questões importantes do tempo em que estamos a viver, mas também tomando em atenção o que é a função de um museu, que é pensar o lugar de uma instituição de arte e o papel da arte na relação com a cidade em que está inserida”, disse o director-adjunto do MAAT Sérgio Mah, durante o pequeno-almoço de apresentação da programação para 2024.

“Hoje, soube-me a pouco”, verso da autoria de Sérgio Godinho, dá nome à exposição que celebra os 50 anos da Revolução de Abril, entre 24 de Abril e 26 de Agosto. “Nós vamos entrar num ano de comemorações do cinquentenário do 25 de Abril e temos isso em mente em todos os momentos, mas será um trabalho que temos de fazer com o público”, realça João Pinharanda, director do MAAT. A mostra vai reunir obras de figuras da arte contemporânea portuguesa dos anos 1970 e 80, bem como de artistas de gerações mais recentes, entre os quais Ana Jotta, Julião Sarmento, Susanne Themlitz ou Álvaro Lapa. A maioria das peças pertencem à Colecção de Arte da Fundação EDP, que “merece ser vista e entendida.” João Pinharanda e Sérgio Mah são os curadores.

Ainda em diálogo com o 25 de Abril, o universo do pós-colonialismo estará presente na leva de exposições. “Esta questão para nós é muito interessante, não apenas pela relevância de fazermos participar nessa crítica do colonialismo, mas sobretudo como é que o tema pós-colonial tem possibilitado aos museus apresentar exposições que permitem repensar outros elementos, a relação com o tempo, com a história, com a espiritualidade”, explica o director-adjunto. Ernesto Neto, artista brasileiro, traz “Nosso Barco Terra” à galeria oval do MAAT, entre 2 de Maio e 7 de Outubro, uma instalação imersiva que evoca o cruzamento de culturas e que é activada com a presença do público e performances musicais, criando ambientes lúdicos, de meditação e reflexão. “Espírito de Gondwana” é o título ainda provisório de uma exposição que explora diversas vertentes artísticas em torno de discursos acerca da diáspora africana. Decorre entre 18 de Setembro e 6 de Janeiro de 2025. 

O mundo inteiro no museu

Entre os outros artistas internacionais que vão ocupar o MAAT no próximo ano, destacam-se os fotógrafos Nicolas Floc’h, que apresenta fotografias subaquáticas do Estuário do Tejo, do Bugio a Castanheira do Alentejo, de 27 de Março a 26 de Agosto; William Klein, que expõe um conjunto de imagens comissariado por David Campany, investigador contemporâneo na área, de 18 de Setembro a 24 de Fevereiro de 2025; e Daniel Blaufuks, que, desde 2018, tem desenvolvido um diário visual-textual onde comenta a actualidade e a sua vida, entre 17 de Julho e 7 de Outubro.

De 30 de Outubro a 17 de Março de 2025, Anthony Mccall explora o uso da luz como meio e tema artísticos, cruzando elementos da prática do desenho e do filme. Vivian Suter, artista suíço-argentina, dá a conhecer a sua obra de pintura abstracta, produzida a partir de Panajachel, na Guatemala, também a partir de 30 de Outubro e até 17 de Março de 2025.

A começar no primeiro trimestre de 2024, a 27 de Março, e até 7 de Outubro, “Luz em toda a parte II: A primeira central Tejo”, da curadoria de Rosa Goy e Ivone Maio, apresenta um espólio do Centro de Documentação da Fundação EDP, de carácter publicitário e didáctico em simultâneo.      

“Procissão: Louvar e Santificar”, que inclui obras de Anabela Soares, Claúdia R. Sampaio, Filipe Cerqueira, Joana Ramalho e Micaela Fikoff, acontece em parceria com o Manicómio, estrutura de criação artística com artistas que experienciaram ou experienciam alguma doença mental. A exposição define-se como um cortejo sobre a doença e um louvor à sua existência e está patente entre 2 de Maio e 26 de Agosto. Em colaboração com o Museu Nacional de Arqueologia, que se encontrará encerrado para obras nos próximos quatro anos, “Energias. Movimento Perpétuo” incide sobre as diferentes fontes de energia, das fósseis às renováveis, e pode ser visitada entre 24 de Abril e 7 de Outubro. 

“Três Moscas” é um projecto de André Maranha, Francisco Tropa, Jorge Queiroz e Pedro Morais que ocupará a galeria 2 do MAAT, a partir de 24 de Abril e fica patente até 26 de Agosto. No Cinzeiro 8, apresenta-se Catarina Dias, de 18 de Setembro a 20 de Janeiro de 2025, que desenvolve uma obra em que combina o desenho com a fotografia e a escultura, e também Luísa Jacinto com “Shining Indifference”, de 27 de Março a 2 de Setembro, onde utiliza diferentes materiais e suportes, que estabelecem uma fronteira cada vez mais fluida entre pintura, escultura e instalação.

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