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Artistas Unidos
Fotografia: Mariana Valle LimaArtistas Unidos, no Teatro da Politécnica

Artistas Unidos ficam na Politécnica, mas a planear o regresso ao berço: A Capital

Ultrapassado o risco de despejo, a companhia assegura o Teatro da Politécnica pelo menos até Junho de 2024. Mas a mudança de espaço continua em cima da mesa.

Raquel Dias da Silva
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Raquel Dias da Silva
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O contrato de arrendamento do Teatro da Politécnica, que esteve em risco de não ser renovado, foi prorrogado até Junho de 2024. Até lá, os Artistas Unidos esperam anunciar o regresso ao edifício d’A Capital, no Bairro Alto, um espaço que lhes é familiar e para o qual o fundador Jorge Silva Melo, que morreu este ano, chegou a projectar um Centro de Artes. “A Câmara Municipal de Lisboa, através do vereador da Cultura, ofereceu-nos esta hipótese, de voltar à Capital, mas não como a conhecíamos. A Capital eram três prédios, que entretanto vão servir para renda acessível, e nós poderíamos ficar, sim, com o rés-do-chão do edifício principal e com a cave”, diz-nos ao telefone o actor e encenador Pedro Carraca, sócio da companhia.

O anúncio foi feito esta terça-feira, 6 de Setembro, durante uma conferência de imprensa, que serviu para apresentar também a programação da nova temporada, que arranca dia 15, com a estreia de Terra de Ninguém, de Harold Pinter, tal como Pedro Carraca já tinha partilhado em conversa com a Time Out. Na altura, o encenador não só confessou não poder anunciar a programação completa sem saber em que espaço seria possível concretizá-la, como antecipou uma possível mudança de sede para os Artistas Unidos. E o que sonham fazer se conseguirem um espaço com as condições que consideram necessárias para desenvolver a sua actividade em pleno.

Em Março deste ano, dias antes da morte do fundador e director Jorge Silva Melo, a companhia anunciou estar em risco de ficar sem casa, uma vez que tinha sido informada, pelo reitor da Universidade de Lisboa (UL), que o actual contrato de arrendamento do Teatro da Politécnica, onde estão instalados desde 2011, não seria renovado. Contactado pela Time Out, o assessor de imprensa da UL, António Sobral, declarou então que a decisão não estava tomada e que, caso necessário, o reitor estava disponível para ajudar a companhia a encontrar espaços alternativos. Mas a urgência da situação levou os Artistas Unidos a pedir ajuda à Câmara Municipal de Lisboa, uma vez que, sem espaço, não poderiam concorrer ao concurso quadrienal.

“Agora, o contrato até 2024, por gentileza do reitor, está assegurado, mas na condição que, até lá, tenhamos alocado um espaço digno para nós”, diz Pedro Carraca, frisando que a mudança para A Capital só acontecerá se forem resolvidas determinadas questões. “Neste momento, é uma área bastante grande, maior do que o espaço da Politécnica, mas vai ficar reduzida depois das obras no prédio. Com o plano que existe, que não foi projectado a pensar na nossa mudança para lá, o pé-direito fica a três metros e não tem altura suficiente para fazer teatro. Nós propusemos alterações a esse plano, que estão a ser estudadas pela Câmara. Esperamos uma resposta em breve e, conforme a resposta, acontecerá ou não. Se o espaço d’A Capital não servir para um teatro, não sei o que vamos fazer. Significa que teremos de arranjar outro espaço, o que se torna cada vez mais urgente.”

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